Luciana Mandler
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Assim como o verão é bom para curtir momentos de lazer, também é uma estação que dá o que falar, principalmente quando o assunto é relacionado a terrenos baldios e sujos, seja pelo matagal ou pelo entulho de obras. Com o calor, a vegetação cresce mais rápido, o que faz com que animais e insetos apareçam.
É aí que surgem as reclamações e denúncias. “Quanto mais quente, mais notificação”, diz o coordenador da Unidade Central de Fiscalização Externa (Ucefex), Guilherme Lopes, da Prefeitura de Santa Cruz do Sul. Por isso, a unidade tem cuidado redobrado e fiscalização mais intensa.
O verão propriamente dito nem tinha começado ainda, mas as notificações nos primeiros dias de calor já eram altas. No início de dezembro de 2020, quando o Riovale Jornal publicou matéria sobre o assunto – no dia 11, eram 450 notificações. O mês encerrou com mais 131, totalizando 581 notificações. Já nos primeiros 14 dias de janeiro deste ano, a Ucefex já contabiliza 33 notificações por terreno sujo. Nos dois meses, as notificações somam 614.
As localidades com mais problemas são a zona Sul e Linha João Alves, segundo Guilherme Lopes. Desde que iniciaram os dias mais quentes em dezembro do ano passado até agora foram aplicadas seis multas, que somam a quantia de R$ 5.572,68. No mês passado foram aplicadas cinco multas, enquanto que em janeiro, até o momento, foi apenas uma multa.
MULTAS
Quando o problema é detectado pela fiscalização, em um primeiro momento é feita a notificação. Se persistir, é aplicada uma multa que varia de acordo com o tamanho do terreno. A multa é aplicada com base no valor da UPM (Unidade Padrão Municipal), sendo que esta equivale a quantia de R$ 339,09. Em dezembro, foram aplicadas com base na UPM no valor de R$ 326,30.
INCÔMODO
O que mais incomoda quando os terrenos estão sujos é a aparição de bichos e o próprio matagal que se cria no local. Para um dos moradores do loteamento Nova Santa Cruz, que preferiu não se identificar para não se indispor com vizinhos, é ruim quando um proprietário de terreno não mantém o mesmo limpo. “Começam a aparecer aranhas, insetos e até cobras”, comenta. O morador que reside há quatro anos no local e que tem a casa em meio a dois terrenos que estão à venda sofre com a falta de cuidado. “Já pensei em ligar para a Prefeitura, mas não quero me incomodar”, diz chateado, ao lembrar que até construir sua casa sempre era notificado para que limpasse o local. Num dos terrenos, o santa-cruzense conta que há mais de um ano o proprietário não aparece para roçar. “Eu acabo limpando sempre um pouco além do meu terreno para manter organizado e por ficar do lado de casa”, finaliza.