Ser mulher é amar com toda a doçura e lutar com toda a bravura e, cada vez mais, elas conquistam seu espaço com muita luta e perseverança. Na edição de hoje do Riovale Jornal, daremos continuidade às homenagens ao Dia Internacional da Mulher, com depoimentos das mulheres nas forças de segurança.
“Somos capazes de fazer nosso trabalho com eficiência e qualidade”
Lourdes, Rita e Jaqueline: Fiscais de trânsito da Secretaria Municipal
de Segurança e Mobilidade Urbana de Santa Cruz do Sul
“Força, determinação e superação são características comuns encontradas nas mulheres que atuam na Secretaria de Segurança e Mobilidade Urbana do Município de Santa Cruz do Sul. Na função de fiscal de Trânsito são três mulheres: Lourdes, Rita e Jaqueline, atuando em todas as demandas que o cargo exige, desde o atendimento às solicitações da população via telefone 118, até fazer cumprir a lei através da imposição de autuações de infrações. Lourdes está na Fiscalização de Trânsito há 18 anos. Era a única mulher quando foram nomeadas Rita e Jaqueline em 2013, que seguem há nove anos na função.
Existe um longo caminho a ser percorrido. E a missão de fiscal de Trânsito traz consigo alguns desafios. Um dos maiores desafios encontrados é a falta de compreensão da população, principalmente dos condutores infratores, de que não são os fiscais que criam as leis, eles são apenas os representantes e têm o dever de cumpri-las, logo, não é um ato pessoal.
Nos deparamos com várias situações que marcam positivamente nosso dia a dia, principalmente quando o cidadão se sente agradecido por termos resolvido o seu problema. Entre os exemplos, quando desobstruímos a entrada de sua garagem ou na sinalização para segurança de um local de acidente, o auxílio da travessia de um pedestre em local de grande fluxo de veículos ou mesmo quando um veículo fica imobilizado na via por algum motivo mecânico.
Como mulheres, atuando nas Forças de Segurança, conseguimos provar que somos capazes de fazer nosso trabalho com eficiência e qualidade. Mesmo com todos os desafios, buscamos sempre dar o nosso melhor, vencendo as barreiras do preconceito e conquistando nosso espaço. Nós, fiscais de Trânsito, temos o papel primordial em garantir a preservação da vida e a segurança viária, contribuindo no desenvolvimento da nossa cidade.”
“Me sinto realizada trabalhando na área da Segurança”
“Trabalho há 8 anos na área da Segurança. Iniciei em 2014 trabalhando como técnica em Segurança do Trabalho da categoria. Em 2019, aceitei o desafio de trabalhar como coordenadora Operacional de uma equipe de vigilância. Assim que assumi, tive muito apoio da família e dos colegas de trabalho. Na época, meu filho tinha completado um ano de idade, e mesmo assim consigo conciliar o trabalho com as rotinas familiares.
Me sinto muito realizada trabalhando na área da Segurança, pois gosto muito do meu trabalho e das pessoas que trabalham comigo. Tenho muito orgulho de ser uma coordenadora mulher. Quem trabalha na área da Segurança precisa sempre estar se atualizando e inovando, por isso, nós profissionais da Segurança, estamos sempre em busca da melhoria dos processos, utilização de tecnologia, treinamento das equipes, buscando sempre melhoria contínua, a parceria e a satisfação do cliente.
O momento mais marcante da minha carreira foi quando recebi minha promoção na Cindapa para o cargo de coordenadora Operacional da Vigilância em Santa Cruz do Sul. Com essa promoção, passei a ser a primeira mulher a conquistar esse espaço na vigilância da Cindapa aqui na cidade. Até então, vários setores já contavam com gestão feminina na empresa, apenas a vigilância não.”
“É extremamente importante cada dia mais a inserção
de mulheres nas forças da segurança pública”
“Tenho 29 anos de idade. Ingressei na Brigada com 23 anos. Sou integrante da Força Tática do 2º Batalhão de Polícia Militar na cidade de Rio Pardo e atualmente estou à disposição da Coordenação do Curso de Formação Policial Militar no Polo de Ensino Rio Pardo onde exerço minhas funções. Sempre tive o sonho de realizar o concurso para ingresso na Brigada Militar, então, em 2014, fiz minha inscrição para o certame e tive aprovação em todas as etapas. Contei com o auxílio e apoio de meu esposo Fernando, que também é integrante da corporação. Em 2021, fui convidada para fazer parte da coordenação do Curso de Formação Policial Militar, a qual estou tendo uma vasta experiência e que me orgulha muito em fazer parte, pois é muito gratificante ter o meu trabalho reconhecido, além de ter uma imensa responsabilidade por participar da formação dos novos soldados da Brigada Militar. O ano de 2021 foi de muito aprendizado e realizações profissionais, pois além de estar presente na formação de novos policiais, prestei concurso interno para ascensão na graduação de 2º Sargento da Brigada Militar, o qual fui aprovada e aguardo o curso de habilitação.
Ser policial Militar, hoje, é bastante desafiador. Quem decide ingressar neste mundo precisa amar a profissão acima de tudo, pois além de termos de abdicar de nosso conforto, de estarmos com nossos familiares em determinados momentos, devemos saber lidar com nosso psicológico, pois a qualquer momento podemos ser acionados para alguma missão, e devemos sempre estar prontos. Eu, como mulher, me orgulho muito por chegar onde cheguei, conquistando meu espaço com meu esforço e trabalho. As mulheres cada dia mais estão ocupando o espaço que merecem. Na corporação somos tratadas de forma isonômica, pois as funções são distribuídas igualmente, independentemente de gênero.
Vários momentos marcaram minha carreira até hoje. Mas, o que mais me marcou foi a aprovação no concurso interno para ascensão na graduação de 2º Sargento da Brigada Militar, onde eu e meu esposo estudamos juntos, um apoiando o outro. Ambos conseguimos a aprovação, após muito estudo e esforço. Pretendo seguir na corporação, prestar o concurso público para ingresso no Quadro de Oficiais após terminar o Curso de Direito o qual estou cursando. Posso dizer que, atualmente, estou vivendo o melhor momento da minha carreira.
É extremamente importante cada dia mais a inserção de mulheres nas forças da segurança pública. Representa a ocupação igualitária no espaço profissional em um cenário que exige, dentre outras qualificações, a força física, preparo psicológico, fatores que foram vencidos por nós mulheres. Hoje, trabalhamos lado a lado nas mais diversas missões dentro da corporação.”
Ana Souza
