Desde novembro do ano passado, acompanhamos, pelos meios de comunicação e redes sociais, grupo de pais e alunos de colégios de Porto Alegre, alertados sobre uma série de situações que vinham acontecendo junto aos educandários, quanto aos assuntos, temáticas e disciplinas abordadas, em sala de aula ou em outras dependências, principalmente, para alunos de tenra idade e de séries iniciais, que resolveram buscar mais informações com as direções sobre o que estava ocorrendo.
Concomitantemente, todos devem lembrar, ainda dentro de umas dessas instituições de ensino que estudantes do Ensino Médio e Fundamental, participavam de manifestação favorável ao Presidente recém-eleito, foram atacados, de forma violenta, por colegas, apoiados por alguns professores, que discordavam daquela ação democrática.
Diante desses fatos, que se tornaram públicos e notórios, sem ter a compreensão esperada por parte de muitas das direções, uniram-se a outros tantos pais, de outros colégios e de outras cidades; a pessoas com disponibilidade a compreenderem a causa e assim pedir apoio da sociedade, das autoridades constituídas.
Aquilo que era uma preocupação e os esforços, até incompreendido por muitos, de alguns poucos pais, tomou vulto e foi recebendo o reconhecimento de vários setores. Paralelamente, se verificava que, Brasil a fora, situações e fatos semelhantes, ocorriam em inúmeras escolas e da existência de um movimento, quase embrionário, “Escola Sem Partido”, que, também, de momento para outro, tomou dimensão nacional.
Consideramos desnecessário discorrer sobre as ações e atividades desenvolvidas até aqui, pelos referidos movimentos que se espalharam pelo País, até porque foi e está sendo amplamente divulgado pela mídia.
Resolvemos e tomamos a liberdade de, primeiramente, fazer um breve histórico sobre esse assunto relevante e palpitante, com o intuito de posicionarmos os leitores, além de indagar, sobremaneira, acerca da possibilidade de alguns setores organizados e até de rádios, jornais e outras mídias, que ainda não entenderam a razão do porquê das ações desses pais. De forma simples e sucinta, concluímos, que querem ser ouvidos, democraticamente, assim como o são, os movimentos contrários, que recebem, para tanto, amplos e nobres espaços, além de, muitas vezes, apoio incondicional de muitos jornalistas.
Portanto, de outra banda, pensamos que, para que os movimentos não continuem sendo incompreendidos, faz-se necessário, tão somente, e é para isso que lutam, arduamente, que as escolas, instituições de ensino, antes de mais nada, os ouçam e os atendam, naquilo que entendem ser primordial, que essas instituições façam a sua parte e o dever constitucional de ensinar as crianças e de que atuem para o despertar do saber e do conhecimento delas. A tarefa de educar é da família, cabendo aos educandários, que se mantenham à realização da sua parte.
Os outros debates, que acontecem de forma paralela, quanto ao jargão de doutrinação de um lado ou de outro, para não aceitar opiniões antagônicas ao que entendem, serve muito mais para venda de jornais e para jogar uns contra os outros.
Para encerrar, depois de observar, conversar e participar de algumas reuniões, concluímos que, democraticamente, o movimento, ainda, incompreendido, tenciona, pensamos, que se torne compreendido por todos.
Arlindo Emmel Neto – Bacharel em Direito, Assessor de Gabinete da Comissão de Agricultura, Pecuária e Cooperativismo da ALERGS.