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Moradores do Viver Bem aguardam respostas da Caixa Econômica Federal

Guilherme Athayde
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Mesmo sem representantes da Caixa, reunião sobre o Viver Bem foi realizada na Câmara

 

Em dezembro de 2015 os moradores do Residencial Viver Bem, no bairro Dona Carlota, em Santa Cruz do Sul, receberam as chaves das suas casas, construídas através de financiamento da Caixa Econômica Federal (CEF). Muitos deles realizaram na ocasião o seu sonho da casa própria.

Mais de um ano e meio depois, para um grande número de residentes do local, o sonho virou pesadelo. Infiltrações, goteiras, alagamentos e problemas com o esgoto, que invade as casas em dias de chuva forte, são questões que há mais de ano vêm acompanhando os mais de cinco mil usuários do Residencial Viver Bem.

Para debater possíveis soluções do problema, uma reunião especial foi realizada na Câmara de Vereadores de Santa Cruz do Sul nesta segunda-feira, 17, à tarde, proposta pelo vereador Francisco Carlos Smidt, o Carlão (PTB).

Sem a presença de representantes da Caixa, que alegou problemas de agenda para enviar algum funcionário para a reunião, a instituição foi apontada como grande responsável pelos problemas estruturais enfrentados pelos moradores.

O engenheiro e Secretário de Obras da prefeitura de Santa Cruz do Sul, Leandro Kroth, ressaltou que o poder municipal ainda não pode realizar obras para reparar os defeitos nas construções das casas do Viver Bem, pois as obras ainda são responsabilidade do banco. “É um problema que a Caixa Econômica Federal terá que resolver com a empresa ‘Em Casa’, que foi contratada para execução das 922 casas. O que estamos fazendo é no sentido de ajudar os moradores, fazendo contatos com a Caixa Econômica Federal para que tenhamos uma definição para os problemas de cada morador”.

Desde outubro de 2016, quando os moradores realizaram um protesto em frente à agência da CEF no Centro da cidade, a prefeitura tem realizado intervenções para minimizar os problemas do local, como a abertura de valas na parte baixa do loteamento para dar vazão a água da chuva até o Arroio das Pedras e evitar novos alagamentos.

A representante dos moradores do Residencial Viver Bem, Karina Veloso, disse manter a esperança pela resolução dos problemas, que englobam desde a questão elétrica de muitas casas, até o esgoto que entra nas moradias através do ralo. Segundo ela, o asfalto das ruas também apresenta grandes desníveis, e oferece risco à população.

 

Karina Veloso afirmou que moradores não tem mais para quem recorrer para solucionar os problemas do Residencial

 

Karina, que participa da ONG Voluntários da Paz, fundada em abril de 2016 para apoiar os moradores do Residencial Viver Bem, disse estar satisfeita com as promessas de fiscalização que o Legislativo e o Executivo de Santa Cruz se comprometeram a realizar junto à Caixa Econômica Federal. “Hoje nós viemos até aqui pois não temos mais para quem recorrer”, afirmou.

O vereador Alex Knak (PMDB), disse inclusive que caberia ao poder público acionar judicialmente o banco e a construtora que construiu o Residencial.

Já Bruno Faller (PDT) criticou a Caixa, dizendo que a instituição não poderia ter recebido a obra da construtora, e que a CEF falhou na fiscalização das construções.

Os moradores pedem também a construção de uma creche e um posto de saúde no local. Segundo a vice-prefeita Helena Hermany (PP), a questão da creche deve ser resolvida em breve, já que a licitação para construção do prédio já foi realizada, e a obra será feita por uma empresa de Venâncio Aires. O vereador Edmar Hermany (PP) completou dizendo que já existem recursos de R$ 22 milhões retidos na Caixa Econômica Federal que não são liberados pelo banco. O montante seria utilizado para a construção da creche, obras de esgoto, pavimentação, e construção de uma nova ponte que será um novo ponto de acesso ao Residencial.

O proponente da reunião, Carlão Smidt, afirma que a questão não terá uma solução fácil, mas garante que o poder público, através da prefeitura e do Legislativo municipal, irá seguir pressionando a Caixa Econômica Federal para que o problema se resolva. “Até porque fiscalizar é obrigação nossa. Procurar fazer justiça para aqueles moradores. Isso não é um presente que eles estão recebendo, eles estão pagando as prestações e merecem receber o produto pelo qual sempre sonharam, que são suas casas”, destacou o vereador do PTB.

A vice-prefeita Helena Hermany destacou também que a prefeitura está fazendo o que se dispôs a fazer, e que não pode transpôr barreiras legais e realizar as obras necessárias enquanto o local não estiver em definitivo sob a responsabilidade da prefeitura. A Superintendência da Caixa Econômica Federal que é responsável pelo Residencial Viver Bem fica em Santa Maria, e a intenção é ouvir os responsáveis assim que possível.