Tiago Mairo Garcia
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Quatro dias sem água. Esse período sem o abastecimento revoltou os moradores que residem nos loteamentos Nova Santa Cruz, Blumen Garten e Terra Vista, situados em Linha João Alves. O problema ocorrido há duas semanas, aliado a outras interrupções no abastecimento que frequentemente tem sido registrados na região, motivou a elaboração de um abaixo-assinado para a Corsan com o objetivo de cobrar a estatal na busca de soluções para o problema.
Conforme o presidente da Associação de Moradores do Loteamento Nova Santa Cruz, Mariel Marcio Muller, a falta de água tem sido frequente na região. Ele destaca que nas interrupções, a área sempre é a mais atingida, salientando haver muita demora até a pressão da água voltar ao normal para abastecer as casas. “Na última vez, a água estava muito fraca na rede e não subia para a caixa d’água fazendo com que os moradores das regiões mais altas não recebessem água”, frisou. Ele também cita que vários moradores chegaram a ligar para a estatal questionando a falta de água, sendo informados de que não haviam registros de ocorrências na região. “Foram várias pessoas, com número de protocolo de atendimento, que receberam essa mesma informação da Corsan”, frisou.
Outro questionamento é o fato dos relógios dos contadores continuarem funcionando mesmo com a água sem pressão nas torneiras. Sobre a conta de água, Mariel também cita o fato de os moradores pagarem uma taxa de esgoto que eleva em 70% a conta de água para quem reside na região. “O loteamento possui uma central de esgoto construída que os moradores já haviam pago a manutenção para a imobiliária responsável pelo loteamento. Agora, a Corsan cobra a taxa de esgoto. Queremos saber por que esta cobrança está sendo realizada”, frisou.
Com o objetivo de encontrar soluções para os problemas relativos à falta de água, os moradores estão elaborando um abaixo-assinado para a Corsan solicitando a construção de reservatórios de água para atender os loteamentos Nova Santa Cruz, Blumen Garten, Terra Vista e um quarto loteamento que está em fase de construção, destacando que há estrutura suficiente (terrenos de reserva técnica) para que a obra possa ser executada. “A demanda se faz necessária, tendo em vista que a região encontra-se em local com relevo mais elevado que os demais bairros. Com a falta de água, a região é sempre a mais atingida, pois demora muito até a pressão da água voltar ao normal e abastecer as casas”, destacou o presidente da associação. Até o momento, 395 moradores assinaram o documento que deve ser entregue para a Corsan durante uma audiência pública para tratar sobre a falta de água no Município e que será realizada pela Câmara de Vereadores, em fevereiro.
O QUE DIZ A CORSAN
Em nota enviada pela assessoria de imprensa na tarde de ontem, 28, a Corsan informou que o último caso de desabastecimento na região citada ocorreu na primeira semana do ano. Desde então, não houve novas interrupções. A estatal destaca que há um reservatório de 500 mil litros que sustenta o abastecimento na região por até oito horas quando há desabastecimento, e confirma a previsão de implantar em curto prazo um novo reservatório, também de 500 mil litros, na região do Blumen Garten. “Após uma falta de água de grande porte (como ocorreu no início do ano em razão de problemas elétricos), para que a água retorne a essas localidades mais altas precisa passar por três estações de bombeamento. Esse desnível faz com que, para religar as bombas nas regiões mais altas, seja necessário recuperar o abastecimento de regiões situadas em cotas inferiores”, diz a estatal na nota.
Quanto à medição, a Corsan destaca que o hidrômetro registra apenas o que é consumido. “Se a água estiver com pressão baixa, o hidrômetro vai girar em velocidade menor para os imóveis que, por exemplo, têm reservatório domiciliar, pois o seu enchimento se dará numa velocidade menor. Efetivamente se paga apenas pelo que passa pelo hidrômetro. Quando a pressão é maior, a velocidade também é maior, e vice-versa, mas o volume é o mesmo”, frisa a companhia.
Sobre a taxa de esgoto nos loteamentos, a Corsan explica que nessas regiões é feita infraestrutura de água e esgoto a qual é repassada à Prefeitura, que dá à Corsan, uma cessão de uso para poder operá-la. “No Blumen Garten existe uma estação de bombeamento, que manda o esgoto para o sistema da Corsan. A Corsan opera esse sistema e, conforme previsto pela agência reguladora, cobra pelo serviço onde existe rede de esgoto operada pela Companhia”, diz a estatal, que completa. “Ainda que a implantação da infraestrutura seja realizada pelo loteador e repassada ao Município, é a Corsan que opera o sistema (tendo despesas com energia, tratamento, pessoal, etc.) e faz a cobrança dos imóveis onde há rede de esgoto”, finalizou.