LUÍSA ZIEMANN
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Um investimento histórico, dividido em sete eixos, com um propósito único: educação. Assim se caracteriza o programa Mobiliza Educação, lançado na última segunda-feira, 11, no salão nobre do Palacinho. O evento, que reuniu autoridades, diretores de escolas, servidores municipais e líderes empresariais, apresentou todas as esferas desta nova ação do governo municipal. O projeto terá um investimento inicial de mais de R$ 40 milhões e prevê recursos que garantam uma educação acolhedora, inclusiva e de qualidade com a melhoria significativa da estrutura das escolas, apostando também em tecnologia e com ações de prevenção à violência.
O programa está dividido em sete eixos: educação infantil, tecnologia, segurança nas escolas, escola acolhedora, energia, pedagógico e infraestrutura nas escolas. Um dos principais objetivos do Mobiliza Educação é o apoio à educação infantil. A ideia do governo é zerar a fila de espera por vagas nas escolas desse segmento (Emeis) de Santa Cruz. Para isso, já está programada a abertura de 80 vagas na Emei Mãe de Deus e mais 150 na Emei Sildo Paulo Goettert, a partir de maio deste ano.
Entre as ações também está prevista a compra de vagas em instituições de ensino da rede privada. O investimento nesse setor será de mais de R$ 7 milhões. De acordo com a prefeita Helena Hermany (Progressistas), a saga em busca do marco zero na fila de espera é um pleito buscado a muitas mãos. “Sonhamos com isso e sabemos que não está muito longe de ser alcançado”, salienta.
No que diz respeito à tecnologia, o investimento do Mobiliza Educação ultrapassará os R$ 15 milhões. Entre as ferramentas adquiridas pela Prefeitura estão: 100 playtables (mesas interativas) destinadas à educação infantil e ao ensino fundamental; 100 unidades do explorador kids; 940 notebooks, que serão fornecidos para todos os professores da rede municipal; 979 chromebooks, para uso dos estudantes do ensino fundamental nas próprias dependências das escolas; 356 computadores que irão reestruturar as salas de informática dos educandários; 125 telas interativas, que serão distribuídas nas Emeis e Emefs com o objetivo de incentivar o contato com a tecnologia e a iniciação científica; 20 televisores e mais um computador para cada secretaria das escolas da rede pública de ensino.
Além da aquisição de instrumentos tecnológicos que visam ampliar o serviço pedagógico municipal, o programa investirá na instalação de fibra ótica nas escolas e na oferta de dados móveis para estudantes do ensino fundamental, o que permitirá que, mesmo sem acesso à internet, seja via wi-fi ou redes móveis, os alunos possam utilizar aplicativos de ensino. Estudantes da educação infantil e ensino fundamental também terão acesso a diferentes plataformas digitais que promovem o processo de aprendizado.
A ação do governo também tem olhos voltados à segurança e complementa o Pacto Santa Cruz pela Paz. Serão R$ 5.710.742,58 investidos na instalação de 94 câmeras e de uma central de monitoramento para garantir a segurança de pais, alunos e professores. Outra vertente do projeto, chamada de Escola Acolhedora, já destinou recursos para a confeccção de 11 mil peças de uniformes escolares e aquisição de jaquetas, tênis e meias, bem como distribuição de 11 mil estojos e mochilas às crianças. Parte do valor também já foi destinado à compra de materiais esportivos, escolares e de higiene e limpeza, além da aquisição de livros e eletrodomésticos. A energia fotovoltaica também será amplamente utilizada nas escolas, gerando economia aos cofres municipais no médio prazo.
Outra ação de grande impacto junto à comunidade escolar será a Emef Mãe de Deus. A nova instituição de ensino ficará localizada onde estava instalada uma das estruturas do Santuário de Schoenstatt. Inicialmente, a escola vai operar como uma escola infantil já a partir do mês que vem. Em 2023, o educandário atenderá alunos do 1º ao 9º ano, com 13 novas salas.
A menina dos olhos do secretário de Educação, João Miguel Wenzel, para os próximos meses é a Escola Menino Deus, que passará a ser a primeira da cidade a oferecer ensino em tempo integral. No que tange à infraestrutra, pelo menos dez escolas – entre Emeis e Emefs – serão ampliadas por meio de construções modulares para garantir o suprimento da demanda de vagas.
De acordo com a prefeita Helena, o programa visa impulsionar a educação santa-cruzense de maneira com que o estudante saia da escola já preparado para trabalhar. “Estudamos o que existia de mais moderno, o que havia de melhor alcance, e optamos por adquirir toda essa tecnologia, para que nossos alunos tivessem condições de sair da escola e já ingressar no mercado de trabalho”, salientou. O secretário Wenzel reforçou que o plano é um grande passo dado pela Administração Municipal. “São investimentos que se traduzem em modernidade, pensados para a promoção de um ensino de acordo com a época em que vivemos”, sublinhou.
Recursos destinados às construções modulares
visam fim da fila de espera por vagas
Com o objetivo de transformar cada vez mais as escolas públicas em um ambiente completo e acolhedor, o Mobiliza Educação prevê que um dos maiores montantes seja designado à infraestrutura dos educandários. Serão investidos cerca de R$ 10 milhões, com o objetivo principal de suprir as demandas de vagas na rede municipal de ensino. Deste montante, R$ 8.602,669,84 irão erguer construções modulares.
Conforme o secretário João Miguel Wenzel, a infraestrutura modular é um método muito utilizado na Europa, principalmente na Alemanha e Espanha, e foi também vista nos Jogos Olímpicos de Pequim. Trata-se de uma obra com entrega rápida, removível e pronta para utilização imediata. “A construção nesse formato atende à NBR 15575, possui isolamento térmico e acústico, proteção ao fogo, sistema higiênico e manutenção zero”, lembrou.
Em Santa Cruz, dez escolas serão beneficiadas com as construções modulares: Emei Aliança (uma sala), Emei Monte Alverne (uma), Emef Normélio Egídio Boettcher (três), Emef Menino Deus (duas), Emef Mãe de Deus (13), Emei Pingo de Gente (duas), Emef Harmonia (três), Emei Paraíso Infantil (duas), Emef Christiano J. Smidt (duas) e Emef Willy Carlos Froehlich (sete).
Também dentro do eixo de infraestrutura, o orçamento prevê recursos para a ampliação de quatro novas salas de aula, uma biblioteca e dois banheiros na Emef Leonel Brizola, através do método de construção convencional. Já a Emef Willy Carlos Froehlich se tornará uma escola com ensino fundamental completo a partir do ano que vem, com a edificação de sete novas salas de aula.
OS SETE EIXOS DO PROGRAMA:
1. Educação Infantil
O objetivo é zerar a fila de espera. As ações começaram em 2021 com a inauguração da Emei Progresso e da Creche Central. Para este ano, no segundo semestre, está previsto o início das atividades na Emei Mãe de Deus e Emei Sildo Paulo Goettert. Ainda em 2022 será licitada a construção da Emei Linha João Alves e também foram abertas no início deste ano 108 vagas na educação infantil e adquiridas vagas em instituições da rede privada.
2. Tecnologia
– Aquisição de 100 unidades de playtables para estudantes da educação infantil e ensino fundamental; notebooks para todos os professores da rede.
– Computadores para todas as salas de informática e para informatização das secretarias das escolas.
– 125 telas interativas de LED (touschscreen com sensor infravermelho) para desenvolver competências e habilidades e despertar o interesse dos alunos pela ciência em Emeis e Emefs.
– 979 chromebooks para uso dos alunos do ensino fundamental, melhorando o acesso às plataformas digitais.
– 20 Smart TVs para contribuir com o acesso ao conhecimento nas escolas de ensino fundamental.
– Acesso a dados móveis para alunos do Fundamental.
– Disponibilização de plataformas digitais – Elefante Letrado, Árvore de Livros e Sistech – para promover o acesso interativo ao conhecimento e ao processo de aprendizagem para alunos da educação infantil e do ensino fundamental.
– Instalação de fibra ótica nas escolas da rede.
3. Segurança nas escolas
Além da instalação de 94 câmeras nas escolas de educação infantil e de ensino fundamental e de uma central de monitoramento, com investimento de quase R$ 6 milhões, o município lançou recentemente o Pacto Santa Cruz pela Paz, com ações que tem como foco crianças e jovens vulneráveis à violência, com o objetivo de reduzir a evasão escolar e promover ações em sala de aula, voltadas a cultura da paz.
4. Escola Acolhedora
No ano passado, os alunos já receberam uniformes, estojos e mochilas. Neste ano ganham ainda kits de material escolar. Dentre as ações gerais estão repasse de absorventes, materiais esportivos, livros, eletrodomésticos, materiais de higiene e limpeza e playgrounds em Emeis e Emefs. Também pelo Programa Dinheiro Direto na Escola, mais de R$ 1 milhão estão sendo repassados em 2021 e 2022.
5. Energia
Instalação de placas solares para geração de energia fotovoltaica em 13 escolas de ensino fundamental. São elas: Bom Jesus, Luiz Schroeder, Duque de Caxias, Menino Deus, Pequeninos do Faxinal, Vovô Arlindo, Guilherme Hildebrand, Guido Herberts, São Canísio, Harmonia, Leonel Brizola, Dona Leopoldina e José Leopoldo Rauber.
6. Pedagógico
Neste eixo o destaque vai para o projeto Escola Inclusiva, em parceria com a Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc). Foram identificadas 70 crianças com necessidades especiais nas escolas municipais de ensino fundamental, que serão atendidas por monitores selecionados nos cursos de licenciatura da universidade. A Secretaria Municipal de Educação (SEE) junto às escolas está trabalhando para obter um mapeamento da aprendizagem dos estudantes do 1° ao 5° ano do Ensino Fundamental. Para esse fim as escolas receberão para aplicação as avaliações de Língua Portuguesa e Matemática da Plataforma do Ministério da Educação. Também estão sendo definidas estratégias para recomposição de aprendizagem na rede, como criação de oficinas de aprendizagem e projetos em turno oposto.
7. Infraestrutura
Construções de salas de aula modulares para suprir a demanda por vagas em quatro Emeis – Aliança, Monte Alverne, Pingo de Gente e Paraíso Infantil – e seis Emefs – Normélio Egídio Boettcher, Menino Deus, Mãe de Deus, Harmonia, Christiano J. Smidt e Willy Carlos Froelich -segundo modelo muito utilizado na Europa, principalmente na Espanha e na Alemanha. As estruturas dispõe de isolamento térmico e acústico, proteção contra o fogo e exigem manutenção zero.
Pelo método de construção convencional, a Emef Leonel de Moura Brizola também ganhará mais quatro salas de aula, uma biblioteca, e dois banheiros e, em 2023, a Emef Willy Carlos Froelich contará com mais sete salas de aula e irá ofertar o ensino fundamental completo. Também no ano que vem será inaugurada a Emef Mãe de Deus, com 13 salas de aula para atender alunos do 1º ao 9º ano do Fundamental, e Emef Menino Deus passará a funcionar como a primeira escola de ensino integral no município.