O ministro da Fazenda, Guido Mantega, informou que a previsão oficial de crescimento do PIB será de 3% em 2013. Mas até que ponto a riqueza econômica de uma nação reflete positivamente na felicidade da população?
Para o Butão, um minúsculo país encravado entre China e Índia, o sucesso de uma nação deve ser medido pela felicidade de seu povo. Por isso, o governo, após assegurar que não é a soma das riquezas materiais de um país que proporciona bem-estar às pessoas, mas sim políticas públicas que visem o contentamento da população, criou o Ministério da Felicidade. Por lá, o FIB (Felicidade Interna Bruta) é mais importante que o PIB (Produto Interno Bruto).
Desde então, o Butão deu um salto em seus indicadores sociais e levou especialistas a considerar o PIB um índice incompleto para mensurar o progresso de um país. O secretário para o FIB, Dasho Karma Ura, tem divulgado pelo mundo afora os resultados do conceito de desenvolvimento social criado no país e mostrado que o crescimento do PIB proporciona a ilusão da felicidade se não for canalizado para o bem-estar da sociedade. O ex-senador norte-americano Bobby Kennedy já dizia: “O PIB mede tudo, exceto o que faz a vida valer a pena”.
Os EUA, por exemplo, a maior economia do planeta, nas últimas décadas multiplicou o PIB em três vezes, mas a felicidade da população diminuiu, pois um em cada quatro americanos está deprimido, um em cada 100 está preso e um em cada 10 tem transtornos mentais psicológicos.
O Rio Grande do Sul, apesar de ser o quarto PIB nacional, tem o maior percentual de suicídios do Brasil. A cada dia, três pessoas tiram a vida no estado. Aqui em Caxias, terceiro maior PIB gaúcho, houve um aumento de 60% no número de suicídios no ano passado. Foram 53 mortes em 2012 contra 31 em 2011. Uma vida perdida toda semana.
De olho na felicidade made Butão, a Fundação Getúlio Vargas de São Paulo lançou a versão tupiniquim da FIB com o objetivo de avaliar o desenvolvimento do país para além do PIB. A intenção é que o novo índice ajude o governo a levar em consideração a felicidade como um indicador de orientação para políticas públicas. E, como o Brasil é composto por 24 ministérios, 10 secretarias da Presidência (com status de ministério) e cinco órgãos (com status de ministério), quem sabe a presidenta Dilma crie o quadragésimo departamento: o Ministério da Felicidade, para medir a felicidade dos brasileiros.