No último dia 25, no auditório do Memorial do Rio Grande do Sul, a Secretaria de Estado da Cultura (Sedac) e a Secretaria dos Direitos Humanos da Presidência da República (SDH-PR) oficializaram o convênio para a instituição do Memorial da Democracia e dos Direitos Humanos do Mercosul, com a presença da ministra Maria do Rosário e do secretário de Estado da Cultura, Assis Brasil.
O projeto surgiu em 2011, em Montevidéu, durante a reunião de Altas Autoridades em Direitos Humanos do Mercosul. Em janeiro de 2012, durante o Fórum Social Temático, a ministra dos Direitos Humanos, Maria do Rosário, o secretário de Estado da Cultura do RS, Assis Brasil, e o então secretário Nacional de Direitos Humanos da Argentina, Eduardo Luís Duhalde, lançaram o projeto
O titular da Sedac falou sobre a importância dos países guardarem a memória de sua história nos períodos positivos e negativos. “Um problema grave é quando países jovens esquecem sua memória. Somos um país jovem, fomos uma das ultimas regiões a ser povoada. Os países a nossa volta já fazem esta recuperação da memória há muito mais tempo”.
Assis Brasil destacou ainda a decisão política do governo federal e estadual em preservar a memória do país e sobre a elaboração do projeto. “A instituição deste memorial começou na recuperação da memória da malfadada “operação condor” e logo se ampliou. Através de exposições, palestras, por meio da educação e da cultura queremos trazer à tona questionamentos, especialmente aos mais jovens. E é isto que estamos fazendo. Aqui no Rio Grande do Sul há um espaço de memória”, finalizou.
Direito da sociedade
A ministra Maria do Rosário deu ênfase ao direito da sociedade à verdade, memória e justiça e destacou a trajetória do trabalho realizado no Brasil com este foco. “Estamos construindo um novo caminho.O estado democrático brasileiro precisa produzir respostas. Por isto este memorial, este memorial é algo vivo. Nós precisamos derrotar a ditadura no seu legado e o memorial tem este objetivo”. A ministra falou também sobre a integração entre os povos das Américas e nas fronteiras mais próximas do estado. “Nos unimos mais uma vez ao Mercosul para a construção de um novo momento, que percebe as nossas fronteiras como um caminho de unidade. Vamos mostrar ao mundo que é possível viver em paz respeitando e preservando as diferenças”, concluiu.
A Assessoria de Cooperação e Relações Internacionais fez parte do primeiro momento da construção do projeto. Na sua manifestação o diretor da ACRI, Tarson Nuñez, lembrou que a união latino-americana é um projeto estratégico do Governo do Estado. “Temos a convicção de que é preciso superar a visão de um Mercosul apenas como bloco comercial. E o Memorial da Democracia e Direitos Humanos é uma ação concreta no caminho que visa o aprofundamento da democracia como uma integração efetiva entre os povos”, disse.
Espaço cultural
O Memorial da Democracia e dos Direitos Humanos será um espaço cultural que através das expressões da história e das artes convergirá para uma nova cultura de integração regional e valorização das diversidades sociais, linguísticas e culturais. Unindo centro de documentação, biblioteca, exposição de longo prazo, espaços de exposições temporárias e uma plataforma virtual para divulgação de seu acervo e bibliografia, o Memorial possibilitará aos pesquisadores e à comunidade em geral um local de reflexão inédito.
Também participaram da solenidade o secretário de Estado da Segurança Pública, Airton Michels, o cônsul geral da Argentina, Julio Martinez, a vice cônsul de Portugal, Adriana de Melo Ribeiro, a conselheira do Codesul/BRDE, Emilia Fernandez e o secretário Adjunto da Cultura, Jéferson Assumção.
Na mesma solenidade foi empossado o coordenador do departamento de Memória da Sedac, o historiador Márcio Tavares dos Santos. (Fonte: Assessoria Sedac)
História, verdade e arte estarão unidas no Memorial da Democracia, lançado em janeiro
Cláudio Fachel