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Memórias | Mostra destaca a evolução na arte da costura

Exposição no Museu do Mauá conta com peças como ferros de passar à brasa, tesouras e máquinas de tricô

Maria Luiza Rauber Schuster e Nestor Raschen compartilharam memórias e comentaram sobre as peças do acervo
Lucca Herzog

Lucca Herzog
lucca@riovalejornal.com.br

Resgatando a memória e a cultura da comunidade de Santa Cruz do Sul, o Museu do Colégio Mauá abriu ontem mais uma exposição temática diversa para o público. A nova mostra busca reavivar a história da costura e das famílias da região, além de destacar a evolução da arte ao longo dos séculos, contando com variados exemplares de tecidos e equipamentos.

Com o tema “Entre linhas, lançadeiras e pontos…”, o acervo exposto apresenta uma seleção de máquinas de costura que marcaram diferentes períodos históricos, como a Original Victória, Singer, Pfaff, Adler, Crosley, Olímpia e Oliva, que vão desde os modelos manuais e movidos a pedal até as versões elétricas. Além disso, há outros objetos relacionados ao setor têxtil, como ferros de passar à brasa, tesouras e máquinas de tricô, demonstrando também a evolução de técnicas e equipamentos, desde variedades manuais até as versões elétricas, todas utilizadas nas antigas salas de costura.

Exposição conta com diversos exemplares de tecidos
e equipamentos
Foto: Regina Colombelli

O diretor do Colégio Mauá, Nestor Raschen, ressaltou que a mostra convida os visitantes a uma verdadeira viagem no tempo, resgatando a importância das invenções que transformaram a produção de roupas e toda a indústria têxtil, do vestuário até o calçado e estofado. “Ao longo dos séculos, a costura se manteve de forma artesanal, mas também se adaptou às novas tecnologias, especialmente com a chegada das máquinas de costura no período da Revolução Industrial. É justamente essa evolução que apresentamos aos visitantes do Museu”, destacou.

“Temos vários materiais que revelam essas etapas de mudança das máquinas de costura, inclusive máquinas de costura infantis, bem pequenininhas que as meninas ganhavam nos anos de 1920 e 1930”, detalhou a diretora do Museu, Maria Luiza Rauber Schuster. “Uma curiosidade interessante que poderá ser conferida pelo público é a origem do passador de linha, patenteado por um morador local, o senhor Baccar. Ele era proprietário de uma sorveteria em Santa Cruz do Sul e, em algum momento, inventou um dispositivo para facilitar o processo de passar a linha na agulha. Após patentear sua invenção, vendeu para uma empresa e o passador de linha, até hoje, é comercializado”, explicou.

O Museu do Colégio Mauá está localizado na Rua Marechal Floriano, 274, no centro de Santa Cruz do Sul, e está aberto ao público de terça a sexta-feira, das 14 às 17 horas, com ingresso a R$ 10,00 (inteiro), para o público geral, e R$ 5,00 (meio), a aposentados e estudantes. Grupos interessados em visitar a exposição devem agendar previamente pelo telefone (51) 3715-0496.

Na história

A arte de costurar existe há mais de 20 mil anos, inicialmente feita com materiais naturais como couro e peles de animais, utilizando agulhas de ossos, chifres e marfim. Com o tempo, as agulhas de metal foram inventadas (século 14) e até a Revolução Industrial a costura era predominantemente artesanal. A invenção das máquinas de costurar, patenteada no século 18, revolucionou a produção têxtil, tornando o processo mais rápido e eficiente, especialmente após o surgimento da Revolução Industrial, que introduziu melhorias nos equipamentos.

As primeiras máquinas de costura chegaram ao Brasil com imigrantes ou foram importadas, principalmente da Alemanha e Estados Unidos. Apesar da evolução tecnológica, aparelhos de costura continuam sendo amplamente utilizados em lares e ateliês ao redor do mundo. Com o tempo, também impactaram indústrias de calçados e estofados, permitindo uma produção mais ágil e de maior qualidade, especialmente em materiais mais grossos e resistentes.