Luciana Mandler
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A escritora Marli Silveira lança mais um livro. A partir deste mês começa a ser comercializado a nova obra. Trata-se do livro ‘Daseinspedagogia – Da pendularidade da condição humana à singularidade desabitada como percurso para a (auto)formação na analítica existencial de Ser e Tempo’, lançado pela editora Apelku.
Nas 220 páginas, o leitor vai encontrar o resultado da pesquisa desenvolvida nos dois últimos anos na Universidade de Passo Fundo (UPF), em que a autora apresenta um deslocamento filosófico da analítica existencial de Ser e Tempo (Heidegger, 1927) para a educação, oferecendo um novo conceito para a práxis educativa: a Daseinspedagogia. Obra esta de cunho acadêmico/poético, segundo o prefaciador professor Marcelo Fabri (UFSM).
Conforme Marli Silveira, a obra será disponibilizada nas versões e-book e impressa, nos valor de R$ 17 e R$ 56, respectivamente. O e-book já está disponível e o livro pode ser encomendado pelo site da editora Ape’ku e plataformas virtuais Amazon, Submarino, Estante Virtual. E em breve também deverá ser comercializado na Griffe Unisc.
SOBRE O LIVRO
Marli Silveira explica que o livro integra a Coleção X, da Editora Ape’Ku, coordenada pelo professor Rafael Haddock-Lobo. A Coleção X pretende reunir obras que reflitam a potência filosófica dos cruzamentos, seja através do encontro entre filósofos, entre a filosofia e outras áreas do saber ou das encruzilhadas que se anunciam silenciosamente no coração de cada teoria filosófica.
O tema central da obra é, a partir da repercussão de novas bases para a compreensão da condição humana, alicerçadas na analítica existencial de Heidegger, oferecer uma nova abordagem em educação, permitindo contribuir com as discussões em torno da prática educativa. “Para tanto, aproxima-se a analítica existencial de uma experiência de finitude por meio da qual explicita-se uma espécie de psicagogia da experiência-limite, capaz de movimentar o ser humano na sua própria condição existencial. Embora diversa da Paideia grega e das teorias aderentes ao repertório crítico-materialista, a Daseinspedagogia repactua com o mundo e com a condição pendular humana seu âmbito de explicitação, inscrevendo-se como pedagogia fundamental”, reflete.
Para Marli, são as experiências de esticamente existencial, poder demorar-se sobre si mesmo, no mundo e nas relações com os outros, que possibilita aos indivíduos humanos formarem-se ou auto formarem-se. “Quanto mais ‘tempo’ permanece no deslocamento de si mesmo, maior a possibilidade de implicar-se formativamente e isso tem a ver com o sem fundo próprio do nosso modo acontecendo. Dito de modo mais claro: quando o indivíduo tem a possibilidade de experienciar a si mesmo por meio de práticas e exercícios de si, ele pode possibilitar-se por outros sentidos. Contudo, não implica na adição de camadas e qualificação de ser, mas disposição para ouvir suas implicações mais próprias e reiteradamente assumir a si mesmo”, avalia.
Para finalizar, a escritora salienta que, seja na Poesia, seja na Filosofia, tem se dedicado, nos últimos anos, ao lastro ontológico humanos, “principalmente às possibilidades advindas do nosso modo, procurando tematizar a condição humana e os desdobramentos de um novo recorte sobre o que somos”, aponta. “No fundo, não consigo separar a poesia da filosofia, pois as compreendo como aderentes ao gesto humano mais originário e com amplas possibilidades de endereçar qualificadas perspectivas para os desdobramentos culturais”, completa.
Ainda, segundo Marli Silveira, para se pensar e oferecer novos paradigmas, caminhos, possibilidades, precisa-se, necessariamente, retomar conceitos e assumir os atravessamentos constitutivos de nós mesmos. “Quando propomos uma nova pedagogia, não temos como intenção apresentar receitas, mas deslocar posturas sedimentadas para o alcance mais originário, apresentando uma reconsideração basilar sobre nosso modo e as implicações daí advindas. Uma das repercussões, o fato de que formar ou auto formar não implica habitar um âmbito seguro, uma possibilidade que precisa ser reiteradamente assumida; que a liberdade é um exercício reiterado de si; que emancipado é o indivíduo que se compreende embrionariamente lançado no mundo na companhia de outros, e que nossa mesmidade, a mesmidade possível, é um exercício de esticamento existencial”, finaliza.