Um dos maiores craques de todos os tempos, Diego Armando Maradona faleceu há dois meses, em 25 de novembro de 2020. Se o futebol ainda é visto como uma arte, muito se deve a Maradona. “Dom Diego” foi um personagem complexo, mas até aí todos somos, pois esta é a condição humana. Somos todos um tanto contraditórios, temos nossos problemas e talentos, e Maradona não fugiria a essa regra.
Muitos lembram dos dois gols contra a Inglaterra, em 1986, quando a Argentina venceu por 2 a 1 e passou pelas quartas de final da Copa do Mundo, na campanha vitoriosa que acabou dando o título para os argentinos, no México. Naquele jogo contra os ingleses, Maradona fez um gol com a mão, enganando a arbitragem. Mas o segundo gol foi sublime, na medida em que o craque driblou seus marcadores e o goleiro adversário, em jogada individual que começou no campo de defesa. O gol ficou eternizado nas vozes de narradores como o brasileiro Osmar Santos e o uruguaio Víctor Hugo Morales.
Veterano jornalista, Víctor Hugo participou da cobertura em torno do falecimento de Maradona. Ele recordou que “Dom Diego” havia aplicado uma jogada individual contra a própria Inglaterra seis anos antes do título mundial, em um amistoso realizado em 1980. A Argentina perdeu o jogo para os ingleses, no estádio de Wembley, por 3 a 1. Porém, Maradona protagonizou um lance formidável: driblou quatro marcadores e tocou na saída do goleiro, mas a bola, caprichosamente, não entrou no gol.
Entre o gol perdido, em 1980, e os gols feitos em 1986, muitos acontecimentos marcaram a vida de Maradona e da Argentina. O País vizinho passou pela Guerra das Malvinas contra a mesmíssima Inglaterra (1982) e pelo fim da Ditadura Militar (1983). Maradona viveu a glória no Boca Juniors, a decepção no Barcelona e a contratação pelo Napoli. Em 2021, época de pandemia, é preciso ter fé, pois sabemos que a vida dá voltas e momentos difíceis podem ser superados