Início Geral Mapeamento | Santa-cruzenses integram pesquisa sobre os impactos da covid-19

Mapeamento | Santa-cruzenses integram pesquisa sobre os impactos da covid-19

Coleta de dados da Epicovid-19 levanta informações para criação de políticas públicas de tratamentos de sequelas da doença

Trabalho de reabilitação cardiopulmonar no Hospital Santa Cruz acompanha também pacientes que tiveram covid
Divulgação

Clarice Pacheco
[email protected]

Uma pesquisa coordenada pelo Centro de Pesquisas Epidemiológicas da Universidade Federal de Pelotas (UFPel) e financiada pelo Ministério da Saúde, com a parceria do governo do Estado e de uma rede de universidades públicas e privadas do Rio Grande do Sul, está mapeando e buscando informações com bases científicas para criação de estratégias de saúde pública relacionadas a pandemia do covid-19. Serão estudados 133 municípios no país. A Epicovid-19 tem o financiamento de Todos Pela Saúde, Banrisul, Instituto Serrapilheira, Unimed Porto Alegre e Instituto Cultural Floresta.

As cidades gaúchas escolhidas para os levantamentos foram Porto Alegre, Pelotas, Santa Maria, Uruguaiana, Ijuí, Passo Fundo, Caxias do Sul, Santa Cruz do Sul e Lajeado. Os dados apurados nessa fase do estudo – Epicovid 2.0 – deverão subsidiar a criação de políticas públicas direcionadas ao tratamento das sequelas da covid-19.

Segundo a secretária de Vigilância em Saúde e Ambiente do Ministério da Saúde, Ethel Maciel, a Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que 20% das pessoas, independentemente da gravidade da doença, desenvolvem condições pós-covid. Para o epidemiologista Pedro Hallal, coordenador do estudo, o Epicovid 2.0 é uma nova fase do estudo iniciado em 2020. “Embora agora não estejamos mais sob uma pandemia grave como tivemos, o vírus continua na sociedade e seus efeitos na vida das pessoas também. Esse agora é o nosso alvo, entender o impacto da doença na vida das pessoas e das famílias brasileiras”, ressalta.

A segunda fase da coleta de dados da Epicovid-19 iniciou na última segunda-feira, 11, e deve durar todo o mês de março. Os pesquisadores entrevistarão duas mil pessoas, que foram selecionadas de forma aleatória, por sorteio, em todo o Estado. Em Santa Cruz do Sul, a Unisc está comandando as pesquisas, onde serão entrevistadas cerca de 250 santa-cruzenses, muitos dos quais passaram ou ainda seguem em atendimento pelas equipes do Programa de Reabilitação Cardiorrespiratória e Metabólica do HSC, que nos últimos anos passou a atender também pacientes para reabilitação pós-diagnóstico da covid-19.

O secretário municipal da Saúde, Fabiano Dupont, considerou a realização da pesquisa muito importante. “Com ela vamos ter um panorama real da situação do município com relação à covid-19”, frisou. As principais conclusões das primeiras fases do estudo, desenvolvidas entre 2020 e 2021, apontaram que a quantidade de pessoas infectadas naquele momento era três vezes maior do que os dados oficiais, e que os 20% dos brasileiros mais pobres tinham o dobro de risco de infecção em relação aos 20% mais ricos.