Apesar das estimativas oficiais de que a economia brasileira crescerá 3,5% neste ano, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, deu sinais de que a equipe econômica trabalha com uma previsão mais baixa. Segundo ele, o ministério está se esforçando para que o Produto Interno Bruto (PIB), soma das riquezas produzidas no país, aumente 3% em 2013.
“Meu papel não é fazer previsões, mas trabalhamos com números por causa de estimativas orçamentárias (projeções usadas para definir a programação de gastos do Orçamento Geral da União). O governo tem de se esforçar para viabilizar um crescimento de 3% neste ano”, disse o ministro.
Oficialmente, a estimativa da Secretaria de Política Econômica do Ministério da Fazenda, divulgada no fim de maio, aponta crescimento de 3,5% para este ano. A projeção só será revista no fim de julho, quando o Ministério do Planejamento divulgar o Relatório de Receitas e Despesas relativo ao terceiro bimestre.
Sobre o Relatório de Inflação, divulgado hoje (27) pelo Banco Central, o ministro não comentou as estimativas sobre o Produto Interno Bruto (PIB). O documento reduziu de 3,1% para 2,7% a previsão da autoridade monetária para a expansão da economia neste ano. Mantega disse apenas que o PIB crescerá mais neste ano do que no ano passado.
“Temos um forte aumento do investimento e da agricultura. A indústria está se recuperando, e os serviços apresentam comportamento razoável, crescendo a taxas moderadas. Estamos superando as dificuldades internacionais e, neste ano, certamente teremos crescimento maior que no ano passado e maior do que em vários países que [cujas economias] estão desacelerando.”
Sobre a revisão de 5,7% para 6% nas projeções do Banco Central sobre a inflação oficial, também apresentada no Relatório de Inflação, Mantega disse apenas que a inflação oficial pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) ficará dentro do teto da meta por mais um ano. (Wellton Máximo / Agência Brasil)
Valter Campanato/ABr
Ministro declarou que seu papel é trabalhars com números por causa de estimativas orçamentárias
IPI LINHA BRANCA
A partir de segunda-feira, 1º de julho, os móveis e três produtos da linha branca – fogão, tanquinho e geladeira – pagarão mais Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI). O ministro da Fazenda, Guido Mantega, anunciou que as alíquotas reduzidas, que vencerão no fim de junho, serão parcialmente aumentadas.
Também será revogado, em parte, o imposto reduzido para laminados, luminárias, painéis de madeira e papéis de parede. De acordo com o ministro, a remoção gradual das desonerações ajudará a manter o equilíbrio fiscal. O governo estima que vá arrecadar R$ 118 milhões a mais entre julho e setembro por causa da medida.
“A recomposição de tributos estava anunciada desde o início do ano”, declarou Mantega. Ele também ressaltou que não existe mais espaço fiscal para novas desonerações, como as pedidas por produtores de aço na última terça-feira (25). “Temos de colher frutos das desonerações aplicadas e em curso, mas também temos de melhorar a arrecadação e o desempenho fiscal. Em função disso, novas desonerações não estão previstas”, acrescentou.
As novas alíquotas valerão até o fim de setembro. O IPI sobe de 2% para 3% no caso dos fogões, de 7,5% para 8,5% para geladeiras, de 3,5% para 4,5% para tanquinhos. Para móveis, painéis de madeira e laminados, a alíquota passa de 2,5% para 3%. Para as luminárias, o imposto aumenta de 7,5% para 10%. O IPI para papéis de parede subirá de 10% para 15%. Para máquinas de lavar, o imposto está definitivamente mantido em 10% desde o ano passado.
Mantega disse ainda que pediu aos empresários que não repassassem o imposto maior para os preços. “Conversei com o setor, e os empresários me informaram que procurarão absorver o aumento de tarifas de modo que o preço não se eleve. O setor fará um esforço para não venha prejudicar vendas, nem aumentar a inflação”, declarou.