Início Política Mais uma vez, Eduardo Cunha diz não ter contas no exterior

Mais uma vez, Eduardo Cunha diz não ter contas no exterior

NOTÍCIA ATUALIZADA ÀS 11H35:

 

O presidente afastado da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), voltou a negar que tenha mentido durante a audiência da CPI da Petrobras, quando afirmou não ter contas no exterior em seu nome. Segundo Cunha, a participação que tinha em um ‘truste’ (tipo de negócio em que terceiros – uma entidade de ‘trusting’ – passam a administrar os bens do contratante) não representa patrimônio, mas “expectativa de direito”.

Cunha depõe no Conselho de Ética da Câmara para se defender no processo que enfrenta por quebra de decoro parlamentar, por supostamente ter mentido, em maio de 2015, à Comissão Parlamentar de Inquérito da Petrobras, sobre a propriedade de contas na Suíça.

Logo no começo da sessão, que começou às 9h37, o deputado Laerte Bessa (PR-DF) se dirigiu a Ivan Valente (PSOL-SP) com um “cala a boca, palhaço”, quando este interrompia a fala do relator Marcos Rogério (DEM-RO). Apesar do incidente, a sessão continuou.

No início de sua fala, Cunha informou que só responderia a questões que tivessem relação com a natureza da representação. “Qualquer outra natureza que não seja a da representação já teve resposta de natureza pública por mim ou por meu advogado”, disse o deputado afastado. O argumento foi repetido quando o relator o questionou sobre outras contas ‘trust’ existentes, além da que está na representação contra ele.

Em relação ao ‘truste’ contido na representação, Cunha negou que represente propriedade a ser declarada em Imposto de Renda, o que, portanto, desconstruiria as argumentações de que teria ocultado patrimônio. “Não posso ocultar um patrimônio que não é de minha propriedade”, disse. “E não tenho nenhuma conta que não esteja declarada no meu Imposto de Renda”, acrescentou.

“Não existe prova de conta. Eu não detenho conta no exterior na minha titularidade”, afirmou Cunha. “Efetivamente, não há a obtenção de qualquer prova que mostre minha propriedade de conta. Eu não escondi de ninguém a existência do ‘trust’. O patrimônio não me pertence. Não sou eu o autorizado, nunca fui, a movimentá-lo. Considerar isso como conta bancária igual a qualquer uma, que você assina o cheque e saca, ou o banco assina a sua ordem, é absurdo”, argumentou.

(Agência Brasil)

 

NOTÍCIA PUBLICADA NESTA QUINTA-FEIRA, 19 DE MAIO, ÀS 10H:

Cunha já está na Câmara para se defender no Conselho de Ética

Eduardo Cunha est‡ afastado da presidncia da C‰mara

 

O presidente afastado da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), chegou na manhã desta quinta-feira para prestar depoimento no Conselho de Ética da Casa que o investiga. O depoimento dele hoje (19) é o último das oitivas e, a partir daí, começa o prazo de dez dias para que o relatório do processo, a ser preparado pelo deputado Marcos Rogério (DEM-RO), seja apresentado.

Cunha está acompanhado de seu advogado, Marcelo Nobre. O conselho investiga se houve quebra de decoro de Eduardo Cunha por supostamente ter mentido durante a audiência da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Petrobras, quando ele negou a existência de contas no exterior em seu nome.

A expectativa da defesa de Cunha é que Marcos Rogério entregue o relatório antes mesmo do prazo final previsto, que seria o dia 30 de maio. Marcelo Nobre tem afirmado que vai recorrer à Comissão de Constituição de Justiça (CCJ) da Casa, presidida pelo também peemedebista Osmar Serraglio (PR), se o relator decidir incluir no texto a acusação de vantagens indevidas. Rogério disse que se novas provas surgirem sobre o pagamento de propina a Cunha em troca de viabilizar contratos e negócios envolvendo estatais brasileiras, como a Petrobras, pode considerar os fatos no final da instrução, dando mais tempo para que a defesa de Cunha se manifeste.

No último dia 5, o ministro Teori Zavascki, relator da Operação Lava Jato no STF,determinou o afastamento de Cunha do mandato de deputado federal e da presidência da Câmara. A decisão liminar atendeu a um pedido do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, que acusou Cunha de tentar interferir na condução das investigações da operação.

(Agência Brasil)