Lucca Herzog
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Como começou tua história como professor?
Para mim, essa formação de professor veio depois da minha formação de atleta profissional de vôlei. Acabei, depois de encerrada a carreira, vindo morar em Santa Cruz, e terminando o curso de Educação Física aqui. Logo antes de decidir terminar a carreira de atleta, recebi uma proposta do professor Dirceu Dahmer, vice-reitor de Esportes do Mauá, perguntando se eu não tinha interesse em trabalhar na escola com voleibol e educação física. Eu topei o desafio, e foi algo que veio ao encontro do que eu imaginava: trabalhar com adolescentes, trabalhar em grupo, algo que eu sempre gostei, por ser atleta. Acho que eu tinha perfil pra que isso acontecesse. Na verdade, eu fui descobrindo ser professor. Por oportunidades, acabei descobrindo a minha vocação.
E o que tu mais valorizas nessa vocação?
Eu aprendi a entender as pessoas, a compreender as diferenças, a compreender que elas podem te surpreender. E que não estão prontas, sempre podem algo mais. Isso eu aprendi com os professores e com os alunos, que criam situações que nos fazem entender cada vez mais a vida. Isso me atraiu muito, a entender o processo da vida, e a escola te proporciona isso. Também aprendi que não bastava ser atleta para ser professor. Tive que criar toda uma condição de conhecimento das questões pedagógicas, do próprio funcionamento de uma escola, para poder realmente me sentir incluído, não só na instituição em que trabalho, mas também na própria profissão.
Atualmente, quais são os maiores desafios dessa profissão?
O professor deve estar atento às transformações que estão ocorrendo rapidamente na nossa sociedade, e dar a atenção devida, principalmente no aspecto emocional, aos nossos alunos. E estar sempre em constante formação. Esses são os maiores desafios do professor atualmente. Exige uma energia muito grande, para enfrentar essa nova sociedade que se impõe. Por isso, devo lembrar da importância da Educação e dos Professores como fundamental para o desenvolvimento da sociedade. É um privilégio trabalhar numa instituição como o Colégio Mauá, com 20 anos de atuação docente, que é dedicada na formação de pessoas pela Educação, Cultura e Esporte.
Ao longo desses 20 anos, o que mais te marcou?
O que mais me marca na minha trajetória é ter o privilégio de poder acompanhar os alunos no seu desenvolvimento durante muito tempo. Privilégio principalmente meu, que trabalho na área da Educação Física, e consigo acompanhá-los por mais tempo, durante sua vida escolar. Isso me impacta muito. Principalmente o reconhecimento dos alunos, depois de saírem da escola, quando encontram a gente, e saber que aquilo que conversamos e ajudamos, às vezes de uma maneira muito simples, acaba tendo um impacto muito significativo na vida deles. Quando eles trazem esse reconhecimento, é fantástico. É algo que nos marca para sempre.