Início Geral Lago Dourado: suspeita de agrotóxico não se confirma

Lago Dourado: suspeita de agrotóxico não se confirma

LUANA CIECELSKI
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A causa da morte de peixes no Lago Dourado, registadas nas primeiras semanas de 2018, foi mesmo a falta de oxigênio na água, afirmou o gerente local da Companhia Rio-grandense de Saneamento (Corsan) Armin Haupt. A pedido do Ministério Público de Santa Cruz, amostras de água haviam sido recolhidas e encaminhadas para a central analítica da Corsan em Porto Alegre no início de fevereiro. O resultado saiu há alguns dias. 

Peixes foram encontrados mortos no Lago Dourado no final de janeiro

A suspeita inicial, segundo Armin, era da presença de agrotóxico na água. Ela poderia ter sido levada pela chuva das áreas cultivadas até o Rio Pardinho. Isso não se confirmou, porém. “A análise mostrou que houve apenas uma oscilação de oxigênio naqueles dias”, explica. Ainda segundo ele, essa oscilação é normal e pode ser notada em açudes também, especialmente nos dias mais quentes. O nível mais baixo da água também pode ter ajudado a baixar o oxigênio. 

Essa teria sido a causa da morte dos peixes durante certo período no fim do mês de janeiro. Depois disso, Armin garante que não houve mais nenhum registro de morte dos animais. Ele garante também que a causa da morte dos peixes não traz nenhum tipo de risco à saúde de quem ingerir a água. 

PLANO DE CONTINGÊNCIA

Além dos esclarecimentos a respeito da qualidade da água do Lago Dourado, o Ministério Público (MP) de Santa Cruz do Sul também aguarda informações referentes à implantação de um Plano de Segurança das Águas, que inclui um Plano de Contingência e Controle de Emergências. Esse plano foi solicitado pelo MP em 2014, justamente com o objetivo de evitar situações de morte dos peixes ou baixa na qualidade da água.

O promotor de justiça do MP em Santa Cruz, Érico Fernando Barin, afirmou que no andamento do processo, a Corsan prestou informações em março de 2016 e em agosto de 2017. No primeiro momento o plano estava sendo elaborado e no segundo momento, entrava em processo de licitação. Agora, o MP aguarda para saber como foi a licitação, qual a empresa vencedora e qual a previsão de início do contrato. 

De acordo com Haupt, apesar da unidade local da Corsan ter tido acesso ao resultado da análise, nenhum dos dois esclarecimentos cabe à agência de Santa Cruz, e sim à presidência instalada em Porto Alegre. Ele apontou ainda que, como o resultado da análise da água está pronto, ambos os retornos devem ser dados ao MP nos próximos dias.