Everson Boeck
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Com uma caminhada de mais de 20 anos na política, a ex-prefeita de Santa Cruz do Sul, Kelly Moraes (PTB), será uma das pré-candidatas ao cargo de deputada estadual do Rio Grande do Sul para representar o município e a região na Assembleia Legislativa no próximo mandato. A informação foi confirmada esta semana durante entrevista ao Riovale Jornal onde Kelly também assegurou que o fato de não ser candidata à vice-governadora na chapa de Tarso Genro (PT) está ligado apenas a um consenso dentro do partido.
A vaga que seria ocupada por Kelly Moraes na majoritária será destinada à ex-secretária estadual de Turismo, Abigail Pereira (PC do B). Desde 2013, quando o PDT e PSB abandonaram a coligação que é base de apoio à candidatura de reeleição de Tarso Genro, o PTB vinha sendo o mais cotado para ocupar o espaço. A mudança veio no final de maio, quando se intensificaram as negociações para que o ex-governador do RS, Olívio Dutra (PT), disputasse a vaga de senador pela chapa. Na semana passada, porém, o PTB abriu mão do posto ao lado de Tarso e a possibilidade de Kelly ir de deputada estadual se concretizou.
RJ – Como está sendo para ti este período pré-eleitoral de reviravoltas?
Kelly – Tudo está dentro da minha projeção. Preparei-me um ano para isso e trabalhei junto ao governo do estado para uma candidatura a deputada estadual. Realmente meu nome foi indicado, principalmente pelo PTB Mulher, para ser vice-governadora na chapa do Tarso, mas houve reviravoltas normais dentro da política e o cenário mudou, inclusive na majoritária ao Senado onde o ex-governador Olívio Dutra (PT) concorrerá. Entramos em um acordo e o PTB abriu mão da vaga à vice no Estado. Simplesmente foi um consenso para um projeto maior. Eu fico muito honrada e grata às mulheres e a todo o PTB por meu nome ter sido cogitado e pelo apoio que estou tendo como pré-candidata a deputada estadual, que sempre foi meu objetivo principal.
RJ – Tua pré-candidatura a deputada estadual não está descartada, então?
Kelly – Não. Como disse, trabalhei um ano para isso e já fui deputada estadual de 2006 a 2008, renunciei para assumir a prefeitura de Santa Cruz do Sul em 2009, e fui deputada federal de 2000 a 2004. Isso também está muito claro dentro do partido independente de questões locais. Acredito que há espaço para todos e minha caminhada mostra isso.
RJ – Como tu analisas o desgaste do PTB em Santa Cruz do Sul?
Kelly – Fico muito triste com esta “debandada” e com o caminho para o qual o partido está indo. Perdemos vereadores, pré-candidatos excelentes entre outros militantes importantes e pessoas que participaram do nosso governo. É lamentável o momento crítico pelo qual o partido está passando. Hoje o PTB em Santa Cruz do Sul precisa de uma forte atuação nossa enquanto filiados e uma reavaliação por parte da presidência em relação à postura de algumas lideranças da sigla.
RJ – E como tu estás lidando com o fato de, neste pleito, não estar recebendo apoio do Marcelo e do Sérgio?
Kelly – Primeiro que o fato de não ir como vice-governadora do Tarso não está ligado a isso, não tem a ver com receber ou não apoio deles. Foi um consenso da coligação entre PT, PTB e PC do B, isto é, uma construção de partidos que estão na majoritária e não passou por eles. Segundo, o Sérgio optou à dobradinha com o Marcelo (filho dele) e, por isso, contesta minha candidatura e não é favorável a ela. Mas eu sou do acordo que sempre há espaço para todos e, por isso, o fato de não receber apoio deles não interfere na minha decisão.
RJ – Qual será o norte da tua campanha?
Kelly – Para qualquer político uma eleição exige esforço e dedicação. É claro que meu foco será o Vale do Rio Pardo onde eu já tenho uma longa caminhada como deputada estadual e federal com diversos trabalhos na saúde e educação, mas, principalmente, como prefeita de Santa Cruz do Sul. Por tudo isso, tenho um respaldo grande da comunidade e tenho certeza que posso encarar o desafio. Além disso, um dos objetivos será fortalecer as mulheres e temos candidatas em nível federal e estadual para isso.
Arquivo/RJ
Kelly Moraes deixará de concorrer à vice de Tarso para ir de deputada estadual
Contas reprovadas
O Tribunal de Contas do Estado (TCE-RS) entregou, na última segunda-feira, 3 de junho, a lista com os nomes dos 327 gestores com contas reprovadas, ou com parecer contrário a aprovação no caso dos prefeitos, nos últimos oito anos ao Tribunal Regional Eleitoral (TRE). O documento foi entregue pelo presidente do TCE-RS, Cezar Miola, ao presidente do TRE, Marco Aurélio Heinz.
A entrega cumpre a legislação eleitoral que determina o envio das informações até o dia 5 de julho do ano da eleição. “Os eleitores podem acompanhar de forma permanente o resultado do exame das contas dos gestores públicos através do Portal TCE”, lembrou o presidente do TCE-RS, ao entregar a relação de nomes.
A lista pode ser acessada no link http://alturl.com/dcrok. A partir das informações, a Justiça Eleitoral irá avaliar os casos de inelegibilidade. Conforme a legislação, os declarados inelegíveis não podem se candidatar a cargo eletivo nas eleições que se realizarem nos oito anos seguintes, contados a partir da data da decisão.