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Junho Laranja alerta para acidentes com queimaduras

De janeiro a maio deste ano, o HSC registrou 20 atendimentos por queimaduras

Luciana Mandler
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Nos primeiros cinco meses deste ano, o Hospital de Pronto Socorro (HPS) de Porto Alegre, cuja unidade de queimados é referência no Rio Grande do Sul, registrou 841 atendimentos por queimadura, o que representa 24% a mais em relação ao mesmo período de 2021. Esses números servem de alerta para se evitar acidentes deste tipo. E é com esse intuito que existe, em 6 de junho de cada ano, o Dia Nacional de Luta contra Queimaduras, instituído por lei em 2009. No entanto, o mês inteiro é marcado pela campanha Junho Laranja, que visa orientar e conscientizar a população sobre o tema.


De acordo com a assessoria de imprensa da Prefeitura de Porto Alegre, das 841 intercorrências de janeiro a maio deste ano, 87 foram internações e 754 atendimentos ambulatoriais, com seis óbitos. Em 2021, foram 680 registros, com 76 internações, 604 atendimentos ambulatórias e oito mortes. Em 2020, foram 821 casos, sendo 85 internações, 736 atendimentos ambulatoriais e cinco óbitos.


Em Santa Cruz do Sul, o Riovale Jornal contatou o Corpo de Bombeiros e hospitais Santa Cruz (HSC) e Ana Nery (HAN) para apurar o número de casos. De 1º de janeiro a 31 de maio foram 20 atendimentos registrados no HSC. Segundo a assessoria de imprensa, todos adultos, cujos mais jovens tinham 16 e 18 anos de idade. Houve queda em relação ao ano anterior, quando foram 61 registros, dos quais seis crianças, um adolescente de 14 anos e o restante adultos.


O HAN não registrou caso de queimaduras neste ano, enquanto em 2021 foram apenas três. Entretanto, a assessoria de comunicação da instituição explica que, como não há um filtro no sistema de triagem, mesmo que a procura seja feita pelo CID (código internacional de doenças), não constam mais registros. Como são casos leves, de primeiro grau, a descrição médica pode ser dor ou ferimento não classificado. O mesmo ocorre na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) e no Hospitalzinho, administrados pelo Ana Nery.


Também no 6º Batalhão de Bombeiro Militar, são baixos os registros de incidentes com queimaduras. “Não é corriqueira a ocorrência com esse tipo de situação, onde muitas vezes acabamos não sendo acionados, pois, geralmente, onde não ocorre uma lesão tão grave, as vítimas buscam atendimento em hospitais ou postos de saúde por conta própria, não fazendo o acionamento através do telefone 193, ou pedem apenas orientações e dispensam o atendimento presencial”, explica o soldado Leonardo Oliveira, auxiliar da Seção de Operações e Defesa Civil. No caso de vítima de queimaduras em incêndio, os bombeiros inserem essa informação no histórico do relatório da ocorrência, sem um apontamento específico no sistema.

Tipos de queimaduras

As queimaduras dividem-se em três diferentes casos: elétrica, acometida por equipamentos eletrificados; química, que ocorre por contato com elementos nocivos; e térmica, ocasionada por meio de líquidos ou objetos em altas temperaturas. Todas ocasionam lesões que podem ser de 1º, 2º ou 3º grau.


Lesão ou queimadura de 1º grau é quando ocorre no tecido superficial da pele, a epiderme, causando geralmente dor e vermelhidão. De 2º grau é que se verifica na mesma camada e também na derme, mais profunda, ocasionando dor acentuada e bolhas, que não devem ser rompidas, pois é um mecanismo de defesa do corpo. “Nesses dois primeiros casos, deve-se apenas utilizar água fria corrente em abundância para alívio da dor até atendimento médico que, dependendo do tipo de lesão, muito provavelmente recomendará pomadas calmantes e cicatrizantes e uso de analgésicos”, esclarece o bombeiro Leonardo Oliveira.


Já a lesão ou queimadura de 3º grau é mais profunda, ultrapassando as camadas da pele até os nervos, músculos e estrutura óssea, o que torna necessário o atendimento médico especializado, por vezes com cirurgias para reparo e enxerto de tecidos. “Em caso algum é indicado o uso de qualquer objeto, tecido ou medicamento sem prescrição médica”, alerta Oliveira.