Início Max Severo JUNHO

JUNHO

Hoje, 5 de junho, completa um ano que o vereador Paulo Lersch está preso no Presídio de Santa Cruz do Sul, por prática de rachadinha e mais outros delitos. Uma semana e uns dias antes desta data, mais dois vereadores santa-cruzenses foram cassados na Câmara e ainda terão de ser julgados pela lei. Alceu Crestani e Elo Schneiders fizeram o mesmo que Lersch e tiveram mais alguns outros feitos acrescidos. A cassação prevê perda de direitos políticos por oito anos.

Para quem é nascido ou mora em Santa Cruz do Sul há muito tempo como é o meu caso, essas condenações seriam um enorme escândalo há 20 anos. Hoje, passam batidas como se isso fosse o normal. Parece até ser, mas não é. São graves e aviltam contra o patrimônio público e, acima disso, a ética, a moral e ao respeito.

A tudo isto soma-se ainda que a Câmara de Vereadores de Santa Cruz do Sul esteve entre as mais respeitadas no Brasil pelos seus exemplos justamente de probidade, por ser enxuta e pelo equilíbrio nas finanças. Não é mais?

Penso que é, mas com restrições. Não se pode acreditar que ela seja exemplar se os que a ela deveriam honrar se posicionam da forma como se posicionaram. Mais, parece que ainda não acabou e que mais um ou outro nome deve aparecer dentro em breve para pasmo geral. Queiram ou não, isso talvez seja uma ruptura importante para que nunca mais venha a acontecer e que na esfera legislativa a normalidade volta ao normal.

Junho anda e deve ser o mês que o Congresso limitará para que a decisão sobre o adiamento das eleições municipais ocorra. A dúvida é em relação aos efeitos que a Covid-19 estiver causando. Por tanto, em julho é quando o anúncio chegará aos eleitores, partidos e candidatos. De certo é que da parte dos Deputados e Senadores, não haverá prorrogação de mandato. As eleições irão acontecer na data prevista em outubro, em novembro segundo alguns veem como ideal ou em dezembro para um outro grupo.

Mesmo com todo esse ruído, associações de municípios como a Amvarp tem como ideal a prorrogação dos mandatos até 2022 e termos uma eleição geral de vereador até presidente. Convenhamos, um prejuízo enorme para o cidadão pouco conhecido e que pretende chegar a algum cargo de vereança. Com os holofotes voltados para as eleições de governadores e presidente, pouco ou nada sobrará de espaço de propaganda para convencer os brasileiros e brasileiras a irem às urnas eleger um vereador, sem desprezo ao cargo, muito pelo contrário.

Caso a prorrogação dos mandatos vier a acontecer, vejo como uma enorme maldade aos novos postulantes a cargos em seus municípios. Mesmo que tentem acompanhar a pauta que vier de cima, jamais terão a atenção necessária e merecida. Se hoje já é uma verdadeira luta para um nome novo chegar a ser eleito, imagina daqui a mais dois anos e com outros milhares de candidatos dividindo atenções no Brasil inteiro!

Fiz esse intermeio entre o que se passa em nossa cidade e o que ainda pode vir a acontecer em relação as eleições, para justificar a importância que tem o cuidado com o município. Sei que já hoje existem pré candidatos dialogando com a comunidade, buscando informações e subsídios para estruturas suas campanhas. Não bastasse isso, o sinal que temos é de que por uma questão de valoração do voto em outubro, novembro ou dezembro, tenhamos a chance de renovar a casa do povo ou manter como está se assim a população escolher, mas o debate amplo é justo e necessário.

Enquanto a política local chama atenção, precisamos todos e todas manter a preocupação com nossa saúde e a saúde dos outros. Quem puder, fique em casa um pouco mais. Esse sacrifício tem trazido bons resultados, parece.