Ana Souza
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O crime brutal que chocou os moradores de Rio Pardo no dia 17 de maio e que resultou na morte da adolescente Marciele Freitas Pinheiro, de 12 anos, teve seu desfecho. Durante entrevista coletiva realizada na manhã de quinta-feira, 5 de julho, no Centro Regional de Cultura de Rio Pardo, o delegado responsável pelo caso, Anderson Faturi, divulgou como encerrado o inquérito sobre a morte da adolescente.
Através do laudo pericial do material genético coletado da vítima, entregue à polícia, foi comprovado que o principal suspeito pelo crime, Carlos Adalberto Moraes Jardim, de 22 anos – e que já estava preso – manteve relações sexuais com Marciele no dia do crime. Este foi o motivo que levou a polícia a crer que o homicídio tenha sido motivado por um estupro. Jardim trabalhou em uma obra no Bairro Guerino, próximo à Escola Rio Pardo onde Marciele estudava. Ambos utilizavam o mesmo caminho em horários semelhantes.
Na tarde do mesmo dia em que cometeu o crime, Jardim esteve na Delegacia de Polícia para reclamar de uma ameaça que havia sofrido naquela mesma tarde. Mas, a investigação acredita que o motivo que o fez ir até a delegacia era para saber se o crime havia sido descoberto.
Segundo o delegado Faturi, os primeiros levantamentos não apontavam para crime sexual, pois a vítima – ao ser encontrada – estava vestida normalmente. O que pode ter ocorrido, conforme o delegado, é que após o estupro tenha sido permitido que a vítima vestisse a roupa novamente. Foi neste momento que ocorreu o ataque com a faca, momento em que a golpeou com 15 facadas. O fato da morte da adolescente ter ocorrido por volta das 7h e o corpo ter sido encontrado durante a noite eliminaram as possibilidades de um provável estupro, pois a necropsia foi realizada cerca de 18h depois do crime. Mesmo assim, o delegado pediu a coleta de material de diversas partes do corpo da menina, confirmando assim a suspeita.
INDÍCIOS CONFIRMADOS
Após a confirmação de um dos peritos do Instituto Geral de Perícias (IGP) de que havia sido encontrado material genético masculino nas amostras coletadas durante a necropsia, Jardim foi levado novamente à Delegacia de Polícia. Um copo por ele utilizado para beber água e uma escova de dentes foram enviados aos peritos que concluíram como 100% de certeza que o material pertencia ao suspeito, através da comparação do DNA do jovem e o material encontrado no corpo de Marciele. Mesmo sem a confissão do suspeito ou uma testemunha, as provas levaram ao nome de Jardim como autor do assassinato de Marciele.
Os demais laudos periciais ainda não foram concluídos, entre eles a análise da faca encontrada na casa do suspeito. Esta estava suja de sangue e era compatível com as perfurações no corpo da adolescente. A perícia concluiu que era sangue, mas não detectou se este era humano. Outro vestígio foram os tecidos queimados, que estão em análise, mas através de uma avaliação inicial teriam semelhanças com as tiras de roupas encontradas próximo ao local do crime. Estas informações levaram ao encerramento do inquérito e que indiciou Carlos Adalberto Moraes Jardim por estupro, homicídio triplamente qualificado e furto de celular. O aparelho de Marciele teria sido entregue pelo suspeito a uma vizinha e esta vendeu para outra mulher. Caso venha a ser condenado, a pena pode chegar a 46 anos de prisão. Jardim permanecerá preso preventivamente no Presídio de Rio Pardo.