A prefeitura de Santa Cruz do Sul está adotando diversas medidas para reduzir o impacto da estiagem. Institutos de meteorologia tem apontado um fim de ano com pouca chuva no Estado e a repercussão já é sentida no interior do Município.
Em algumas localidades, já falta água para os animais beberem. O secretário de Agricultura Hardi Lúcio Panke destaca que, ciente do período de estiagem que se instalaria, a administração municipal já vem atuando desde o início de 2021 na construção de açudes e aguadas para a armazenagem. Até o momento, já foram registrados 140 atendimentos – abertura de novos pontos para o armazenamento de água, limpeza e ampliação dos já existentes. “Nunca foram atendidos tantos chamados quanto neste ano”, avalia. A solicitação do serviço deve ser feita pessoalmente na secretaria (Rua Tenente Coronel Brito, 176, telefone 3711-9334).
Conforme Panke, a Agricultura também trabalha em um projeto para a construção de cisternas para a captação de água da chuva em propriedades particulares. No momento, está sendo elaborado um projeto de lei a ser encaminhado para a Câmara de Vereadores. A proposta prevê a utilização de recursos próprios e de emendas parlamentares e pode garantir a instalação de até 70 cisternas.
O titular da Secretaria do Meio Ambiente, Saneamento e Sustentabilidade (Semass), Jaques Eisenberger, demonstra bastante preocupação com a situação. A secretaria tem intensificado o envio de água às comunidades afetadas com o uso de caminhões-pipa. Para solicitar o abastecimento, os interessados devem entrar em contato com a Semass por telefone ou pessoalmente (Rua Coronel Oscar Rafael Jost, 333, telefone 3713-8242).
Além disso, Jaques salienta o trabalho que está sendo feito nas redes hídricas do interior. A de Travessão Dona Josefa, no distrito de Rio Pardinho, já se encontra em obras e o projeto de readequação de São Martinho e áreas adjacentes está próximo da finalização. Outra iniciativa importante são os poços artesianos. No início de dezembro, ocorreu a licitação para a definição da empresa que fará a perfuração de quatro novos poços em São Martinho, Linha Alto Paredão, Linha Vitorino Monteiro e em Linha Arroio do Tigre. Com as perfurações executadas, a prefeitura pode iniciar a fazer redes hídricas nas localidades. De acordo com Eisenberger, o processo está transcorrendo dentro do previsto. “Espero que, até o final deste mês, tenhamos a definição da empresa para, a partir do ano que vem, iniciarmos as perfurações”, avalia.
As subprefeituras têm desempenhado papel importante durante o período de estiagem. A de Monte Alverne tem buscado conscientizar a comunidade para o uso prudente dos recursos hídricos nos contatos pessoais e nas redes sociais. A constatação da escassez de água acendeu um alerta, conta o subprefeito Júlio Mahl. As fontes que abastecem a região estão com cada vez menos vazão. No início de 2021, a localidade recebeu 87 cargas de água, totalizando 285 mil litros, destinados a abastecer mais de 30 famílias e também o Hospital Monte Alverne, o posto de saúde, mercados e as fábricas da vila. Em dezembro deste ano, com um caminhão-pipa trazido para a subprefeitura, outros 200 mil litros já foram destinados à comunidade, perfazendo até o momento um total de 485 mil litros.
“Estamos muito preocupados, porque este ano tem tudo para superar a falta de água do ano passado. O problema vai se agravando a cada ano, as equipes responsáveis pelas redes hídricas de Monte Alverne e do interior já nos relataram diminuição na vazão das vertentes”, diz o subprefeito Júlio. Ele ainda destaca que um estudo, junto com a Semass, está avaliando a construção de uma nova rede hídrica para a vila. “Em muitos locais, por incrível que pareça, encontramos remendos feitos com borracha de câmara de bicicleta”, revela. Por isso, tem pedido à população que fique alerta a quaisquer vazamentos e informe imediatamente à subprefeitura. Além disso, está prevista uma reunião com a Associação de Moradores para discutir a questão e buscar alternativas para diminuir o impacto do problema.