Inter próximo da vaga
Depois do empate contra o Emelec no Equador, fica muito difícil acreditar que o Internacional não vá se classificar para a próxima fase da Copa Libertadores da América. O próximo jogo é no dia 16 de abril, contra o Universidad de Chile, em Santiago. O empate em 1 a 1 contra o Emelec foi tão importante que, se o Inter perder no Chile, vai depender de uma vitória no Beira-Rio contra o The Strongest, na última rodada da primeira fase. Mas aí alguém pode dizer: “O The Strongest venceu o Inter lá na Bolívia”. É verdade, mas foi na altitude, onde os bolivianos sempre tiram vantagem. Vale dizer que, quando os bolivianos saem da altitude e jogam como jogarão no Beira-Rio, sentem a diferença e o futebol deles cai. É o mesmo problema dos times brasileiros quando atuam na Bolívia, com a diferença de que os fatores se invertem. Se alguns sentem a altitude, outros têm dificuldades de jogar ao nível do mar.
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O exemplo clássico dessa realidade ocorreu nas Eliminatórias da Copa do Mundo de 1994. No primeiro turno, o Brasil perdeu por 2 a 0 para a Bolívia em La Paz. Para se ter uma ideia, foi a primeira derrota da Seleção Brasileira na história das Eliminatórias. No segundo turno, em Recife, o Brasil goleou a Bolívia por 6 a 0. Mas isto não tirou os bolivianos da Copa, que garantiram classificação em função das vitórias em casa. É bem verdade que a Bolívia, naquela época, tinha uma das melhores seleções de sua história, talvez a melhor. Para reforçar este aspecto, é interessante lembrar que, nas Eliminatórias da Copa de 1982, o Brasil venceu em La Paz por 2 a 1.
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Enquanto fazia esta coluna, li um título que dizia: “Piffero garante Aguirre e diz que Inter vai melhorar”. Era do site da Zero Hora. Tudo bem que o Inter, como equipe, ainda deve um desempenho melhor. Coletivamente, o time está longe do ideal. Mas “garantir o Aguirre” parece muito desmerecimento ao treinador do Inter. Pelo menos, em termos de resultados, o desempenho de Diego Aguirre é bom. Sinceramente, imagino que seja muito difícil ser treinador do Inter. Até quando os resultados acontecem, o técnico anda na “corda bamba”. O time não está num ponto ideal no aspecto coletivo, mas os resultados deveriam dar mais crédito ao técnico. Lamentavelmente, a diretoria do Inter não fez muita cerimônia para demonstrar que Aguirre não era o técnico preferido dela, diretoria. É muito difícil treinar o Inter, tudo indica que sim. E o clube, como se vê, é um dos culpados disso. Evidente.
Nelson Treglia – Interino