Está em andamento o piloto do Programa de Boas Práticas em Empreendedorismo para a Educação, lançado pelo Instituto Crescer Legal em parceria com a prefeitura municipal de Canguçu, no Sul no Rio Grande do Sul. A iniciativa consiste em compartilhar ferramentas metodológicas adotadas, testadas e aprovadas pela equipe pedagógica do Programa de Aprendizagem Profissional Rural.
Com uma carga horária de 40 horas no piloto adaptado para o formato online de julho a dezembro de 2020, é objetivo principal do programa oportunizar aos participantes, profissionais da área da educação, a ampliação dos conhecimentos para atuação empreendedora na educação. Compartilhando os instrumentos pedagógicos e metodologia utilizadas com os jovens aprendizes desde 2016, o Instituto espera formar professores multiplicadores destas boas práticas para proporcionar que também seus educandos assumam atitude empreendedora dentro e fora da sala de aula
Segundo a gerente do Instituto, Nádia Fengler Solf, o programa surgiu a partir do contato com o poder executivo de Canguçu. “Fomos instigados a contribuir de alguma forma com o tema empreendedorismo no trabalho das escolas do campo de turno integral que o município tem implementado. Como já vínhamos pensando em compartilhar nossas ferramentas pedagógicas com os professores dos municípios parceiros, desafiamos nossa equipe a elaborar o projeto”, comenta.
A turma piloto, em Canguçu, integra professores das séries finais do Ensino Fundamental, de escolas do campo com turno integral ou com o Programa de Aprendizagem do Instituto Crescer Legal. Com o apoio da equipe pedagógica da Secretaria Municipal de Educação, Esportes e Cultura de Canguçu, o piloto teve a adesão de 14 professores de nove escolas do campo. “Começamos o projeto em Canguçu com professores das 10 escolas que compõem o Projeto Educação do Campo de Canguçu-EDUCCAN, de turno integral. É uma iniciativa muito positiva, com o propósito de agregar ao trabalho do professor, proporcionando momentos de partilha e construção de conhecimento, especialmente neste momento atípico de trabalho remoto que estamos vivenciando”, avalia Nora Cátia da Silveira Oliveira, coordenadora das Escolas do Campo de Canguçu – Núcleo Pedagógico.
Faz parte da metodologia do piloto compartilhar com profissionais da educação caminhos para desenvolverem – junto aos seus educandos e aos conteúdos já programados – atividades de uma forma ainda mais criativa, inovadora e instigante para todos os envolvidos no processo de aprendizagem. “A ideia de agregar as práticas empreendedoras no ambiente de aprendizagem estimula os envolvidos a uma postura mais autônoma, criativa e empática, reconhecendo-se como protagonistas de sua própria história”, avalia a coordenadora do Instituto Crescer Legal, Eloisa Klein.
Conduzido pelo educador social Adriano Emmel, em Canguçu, o programa foi planejado para ser realizado presencialmente, mas em razão da pandemia foi remodelado e os encontros estão sendo virtuais. Em cada momento da formação, delimitados por eixos temáticos, ocorre um encontro online e, posteriormente, um período de aplicação das vivências, que são ações a serem desenvolvidas na escola de atuação do professor. “O cenário atual, condicionado pela pandemia, é muito desafiador. Abordar a temática do empreendedorismo para educação e vivenciar ações instiga a ressignificar o momento e projetar possibilidades para o retorno dentro de uma normalidade”, comenta Emmel.
Segundo Emmel, o desenvolvimento dos primeiros eixos do programa promoveu a discussão sobre a importância do autoconhecimento, criatividade, comunicação, protagonismo, empatia, criação de vínculos, entre outros temas. “E, principalmente, a forma de operacionalizar essas temáticas no fazer pedagógico, com o uso de objetos e ambientes de aprendizagem. Os primeiros resultados, retornos das vivências, são bem motivadores, verificamos que o grupo está reconhecendo na formação, nas ações propostas, e na sua prática pedagógica o empreendedorismo”, avalia.
SOBRE O INSTITUTO – Iniciativa do Sindicato Interestadual da Indústria do Tabaco (SindiTabaco) e suas empresas associadas, o Instituto Crescer Legal foi criado em 23 de abril de 2015 com o apoio e adesão de pessoas envolvidas com a educação e com o combate ao trabalho infantil, em especial em áreas com plantio de tabaco, na Região Sul do País. Em cinco anos, o Instituto já alcançou a marca de 333 jovens formados em seu curso de Empreendedorismo e Gestão Rural. Atualmente, 141 jovens aprendizes participam do Programa de Aprendizagem Profissional Rural. Em 2020 o Instituto também lançou uma edição especial do Programa Nós por Elas – A Voz Feminina do Campo, voltado à egressas. Saiba mais em www.crescerlegal.com.br