Tiago Mairo Garcia
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Durante a abertura da 88ª Assembleia Geral, na última quinta, 27, a Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) oficializou a concessão do certificado de área livre de febre aftosa sem vacinação ao Rio Grande do Sul. O novo status sanitário concedido ao Estado foi comemorado pelo governador Eduardo Leite, que acompanhou o anúncio em Brasília, ao lado da ministra da Agricultura, Tereza Cristina, e da secretária Estadual de Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural, Silvana Covatti, deputados estaduais, servidores da Secretaria da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural (Seapdr) e representantes de entidades do setor agropecuário.
Com a decisão chancelada pela maior autoridade de sanidade animal no mundo, as fronteiras serão reabertas para a exportação da carne gaúcha. Projeta-se que a proteína animal produzida no Estado consiga alcançar até 70% dos mercados que estavam restritos devido à doença. Além disso, a pecuária gaúcha poderá fortalecer sua presença em países que já compram a carne brasileira. A expectativa é que esse novo patamar sanitário gere resultados positivos para toda a agropecuária.
A vacinação da aftosa estava suspensa desde abril de 2020, sendo uma das exigências para a emissão do certificado estar um ano sem vacinação. A coordenadora da Inspetoria Veterinária de Santa Cruz do Sul, Aline Correa da Silva, confirmou que a partir do novo status sanitário, a fiscalização nas propriedades será intensificada. “É uma obrigação nossa e uma das condições para a retirada da vacina. O Ministério da Agricultura contratou mais servidores e fará mais concursos públicos para contratar mais veterinários. O Estado está melhorando a estrutura para que a gente consiga fazer uma fiscalização melhor no campo”, disse a coordenadora.
Aline informou que serão realizadas visitas em propriedades com alta movimentação e densidade de animais, em propriedades que possuem criações paralelas de bovinos e suínos consideradas de maior risco para a entrada da aftosa e também haverá aumento das fiscalizações de trânsito para evitar as movimentações irregulares de animais sem procedência. Ela salientou que durante as visitas nas propriedades, a inspetoria irá passar orientações para que os produtores possam identificar sinais da doença. “Fazem 20 anos que não temos mais casos de aftosa no Rio Grande do Sul e tem uma geração que nunca viu a ferida da aftosa ao vivo. Vamos levar folders e figuras para o produtor conseguir identificar a doença quando surgir uma lesão causada pelo vírus. O produtor é o nosso maior vigilante para que a doença não entre novamente, pois ele tem o contato mais próximo com os animais”, destacou.
Entrega da declaração
Prevista para encerrar no dia 31 de maio, a Inspetoria Veterinária informou que foi prorrogado na última quinta, 27, a entrega da Declaração Anual de Rebanho para o dia 31 de julho. A coordenadora Aline Correa da Silva frisa que a declaração é importante para manter os cadastros atualizados. Em Santa Cruz do Sul são aproximadamente 3.500 produtores cadastrados e nos municípios de abrangência da Inspetoria Veterinária são 12 mil produtores. Até o momento, cerca de 50% dos produtores já realizaram a declaração. “Com a prorrogação, os produtores terão este tempo para fazer a entrega”, destacou. A Inspetoria de Defesa Agropecuária está localizada na Avenida João Pessoa e funciona de segunda a sexta, das 8h às 12h e das 13h30 às 17h30, com atendimento de uma pessoa por vez, seguindo todos os protocolos de segurança sanitária.