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Insegurança é obstáculo para empresários

Jeferson Mandler, proprietário de uma academia, relata dificuldades diante do agravamento da Covid-19

Ricardo Gais
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Espaço conta com todas medidas sanitárias e
demarcações de distanciamento. -Foto: Rolf Steinhaus

Um ano depois do cenário incerto sobre a chegada de um novo vírus ao Brasil, a Covid-19 fez com que autoridades de todo o País tomassem providências para evitar a disseminação da doença e, um dos meios adotados foi o isolamento social, no qual o comércio teve que ser fechado e demais atividades consideradas não essenciais suspensas. O cenário que era para se estender por apenas alguns meses saiu do controle e agora completa um ano, se repetindo de uma forma ainda mais grave, causando incertezas e medo aos empresários.

O sócio-proprietário e professor de uma academia, Jeferson Luís Mandler disse que a situação está sendo complicadíssima, pois se esperava para este ano a retomada e um crescimento dos negócios com a chegada da vacina, no entanto, segundo Mandler, a situação atual está piorando. “A partir das campanhas eleitorais e aglomerações não fiscalizadas, o cenário passou a piorar, e mais uma vez, os empresários pagam a conta. É de conhecimento comum que não é no comércio que o vírus se espalha, pois seguimos todos os protocolos de segurança, mas, é mais fácil fiscalizar e multar pequenas empresas, criando uma falsa imagem de lockdown, já que grande parte da movimentação das ruas continua”, desabafa.

Jeferson Luís Mandler



Jeferson relata que a academia estava voltando ao patamar de antes da pandemia, mas com as atividades suspensas, a situação volta a piorar. “Nesse um ano de pandemia nenhum aluno aqui da academia que pegou Covid teve complicações. Já está mais do que comprovado que praticantes de exercícios físicos têm resposta favorável ao vírus. Acho muito errado negarem às pessoas o acesso às academias, sendo que a prática de exercícios físicos é uma das maneiras de combater essa doença”, disse.

Já Débora Regina Kist, esposa de Jeferson, que é proprietária de uma loja de roupas, também passa por essa situação. Sem poder abrir o estabelecimento, conta que com as pessoas trabalhando em home office, a venda acabou reduzindo, principalmente as peças sociais. “Para contornar essa situação e atender a necessidade dos nossos clientes, investimos em uma moda mais casual e confortável”, sublinhou Débora.

Outro meio para não perder os clientes se deu através das redes sociais, adequando o contrato dos alunos com a academia. Débora conta que passou a divulgar as roupas de forma on-line no Instagram e WhatsApp para as clientes conferirem as novidades, sem precisar sair de casa. “Assim, as clientes acabam tendo um catálogo virtual da loja sem sair de casa”. Jeferson pontua que para os alunos não serem prejudicados com o fechamento, foram adicionados os dias parados no plano, para serem utilizados quando a academia reabrir. “Assim os alunos não saem perdendo”, pontuou.

A academia também optou por pausar os planos dos alunos no período que não pode atender presencialmente. O proprietário passou a enviar diariamente treinos on-line, para que os alunos se exercitem em casa. Quando permitido o funcionamento presencial, o número de alunos por sessão é reduzido e o local oferece materiais para uso individual durante os treinos, além de cumprir com os demais itens de segurança.

A queda no faturamento foi inevitável e alguns funcionários tiveram que ser demitidos, conta o casal. Segundo Jeferson e Débora, a insegurança em relação ao futuro é grande. “Na loja, os pedidos das próximas coleções sempre são feitos com antecedência, para que a fábrica possa produzir. No entanto, sem saber como será o próximo mês, fica muito difícil prever as necessidades de consumo das nossas clientes, dessa maneira sempre corremos o risco de comprar demais ou de faltar mercadoria. Esta insegurança também afeta os alunos da academia, que acabam não querendo se vincular a planos mais prolongados com medo da restrição de atividades presenciais”, destacou o casal.