IECLB: Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil – IECLB
UM BOM EXEMPLO…!
O moço veio bravo para casa! Estava com raiva. Sentia-se injustiçado por um amigo seu. Estava de sangue quente, queria briga, queria justiça… Seu avô o recebe e percebe a situação. E diz para o neto: – Deixe-me contar uma história: Eu mesmo, algumas vezes, senti grande ódio daqueles que aprontavam tanto, sem arrependimento por aquilo que fizeram. Porém, o ódio corrói você, mas não fere seu inimigo. É o mesmo que tomar veneno, desejando que seu inimigo morra. Lutei muitas vezes contra este sentimento… E depois de um silêncio, o velho continuou: – É como se existissem dois lobos dentro de mim. Um deles é bom e não magoa. Vive em harmonia com tudo e todos ao seu redor. Ele só lutará quando verdadeiramente a luta tiver sentido e causa, mas para isto ele vai refletir muito… Então o jovem intervém e pergunta: – Mas e o outro lobo? Ao que o avô respondeu: – Ah! Esse é cheio de raiva. Mesmo as pequenas coisas o lançam num ataque de raiva! Ele briga com tudo e todos, o tempo todo, por vezes sem qualquer motivo. Ele não consegue pensar, pois sua raiva e seu ódio são muito grandes. É uma raiva inútil! Só causará danos e não mudará coisa alguma. Algumas vezes é difícil conviver com estes dois lobos dentro de mim, ambos sempre querem ter razão, estar certos. O garoto então aquietou-se, olhou atentamente nos olhos do seu avô e perguntou: – E qual deles vence vô? O avô sorriu e respondeu baixinho: – Aquele que eu alimento mais frequentemente!
No livro de Provérbios, encontramos muitas pérolas de sabedoria. São conselhos e orientações carregadas de experiência de vida. Esta fonte que abastece os peregrinos em todos os tempos, sempre aponta para aquele que é o Senhor da vida, do tempo, da existência. No capítulo 2.2-6 está escrito: – “Escute os sábios e procure entender o que eles ensinam. Sim, peça sabedoria e procure entendimento. Procure essas coisas, como se procurasse prata ou um tesouro escondido. Se você fizer isso, saberá o que quer dizer: temer o Senhor, e aprenderá a conhecê-lo. É o Senhor quem dá sabedoria; a sabedoria e o entendimento vem dEle.”
Todos e todas nós estamos experimentando a duras penas um tempo bem diferente. Uma realidade adversa e temerosa que nos faz desenvolver muitos sentimentos distintos: a raiva, a busca por culpados, a indignação, a intolerância, o juízo constante, a carestia, a ânsia por um velho novo tempo. Estes sentimentos nos tornam inquietos e agressivos, fazendo sofrer quem está ao nosso redor. Nestes tempos de pandemia, podemos nos oportunizar alimentar sentimentos de concórdia, de harmonia, de afeto, de cuidado. A compreensão Luterana aponta para uma análise que compreende o ser humano numa dialética constante. Lutero afirma que o ser humano é simultaneamente justo e pecador. Isto significa que não somos sempre bons e também não que sejamos sempre do mal. Convivemos com esta alternância, dependendo com o que nós mais alimentamos nosso espírito.
Se neste tempo, temos tantas coisas para reclamar e queixar, também é um tempo muito oportuno para refletir: As pessoas ao meu redor estão felizes por causa de mim? É preciso mudar? Sim, se a gente está torcendo e orando para que as coisas voltem “ao normal”! Precisamos nos preparar para responder: Que “normal” era esse? Será que não é preciso mudar algumas coisas para viver um “novo normal”? Se tanto ansiamos por um novo tempo, convém que estejamos dispostos e determinados a novas posturas de relacionamento. Estas nos ajudarão a menos segregar, destruir e odiar. Que o bondoso Deus nos ajude! Graça e paz te desejo, em Cristo Jesus!
Pastor Vilmar Abentroth
Diocese: QUERIDA AMAZÔNIA – 01
Caros diocesanos. Em fevereiro passado o Papa Francisco emitiu uma Exortação Apostólica, chamada Querida Amazônia. Em algumas mensagens semanais trataremos dessa temática, em forma de síntese, pela sua importância na vida da Igreja e mesmo da humanidade. O documento é um prolongamento do Sínodo de outubro/2019: “Amazônia: Novos Caminhos para a Igreja e para uma Ecologia Integral”.
O Papa Francisco considera a Amazônia uma graça, com seu drama e seu mistério próprio. Dirige a Exortação ao mundo e espera que a Igreja adquira rostos multiformes, com encarnada pregação, espiritualidade e estrutura. O documento apresenta quatro sonhos:
• Sonho social: uma Amazônia que luta pelos direitos e pela dignidade dos mais pobres;
• Sonho cultural: uma Amazônia que preserve a riqueza cultural;
• Sonho ecológico: uma Amazônia que guarde com zelo a beleza natural;
• Sonho eclesial: uma Igreja com rostos novos, de traços Amazônicos.
Hoje falaremos sobre o sonho social, que deseja integrar e promover todos os habitantes da Amazônia, sobretudo os mais pobres. Uma verdadeira abordagem ecológica torna-se também abordagem social: o clamor ecológico da terra é também o clamor dos pobres (povos indígenas, ribeirinhos e afrodescendentes) que os interesses colonizadores encurralam sempre mais e favorecem correntes migratórias para as periferias das cidades, onde acontecem as piores formas de escravidão, sujeição e miséria.
Nos últimos tempos a Amazônia foi apresentada como um vazio a ser preenchido ou uma vastidão selvagem que deve ser domada, ignorando os direitos dos povos nativos, considerados intrusos ou obstáculos: “Os povos nativos viram muitas vezes, impotentes, a destruição do ambiente natural que lhes permitia alimentar-se, curar-se, sobreviver e conservar um estilo de vida e uma cultura que lhes dava identidade e sentido” (QA 13). O documento afirma que é preciso indignar-se e pedir perdão. Não podemos nos habituar ao mal da exploração humana, à violência e à morte. É possível superar as mentalidades de colonização para construir redes de solidariedade sem marginalização, uma pecuária e agricultura sustentáveis, energias não poluentes, fontes dignas de trabalho que não destoem o meio ambiente e as culturas.
O Papa lembra os muitos missionários que deixaram suas terras e se tornaram sinais proféticos junto aos mais desprotegidos. Compromisso que precisa continuar hoje. Francisco pede perdão pelos crimes cometidos contra os povos nativos na conquista da América e os considera memória viva do compromisso de cuidar da Casa Comum.
O espírito social implica na capacidade de viver a fraternidade. Os povos nativos da Amazônia possuem um forte sentido comunitário em sua vida: “Vivem assim o trabalho, o descanso, os relacionamentos humanos, os ritos e as celebrações” (QA 20). Sua vida é um caminho comunitário com tarefas e responsabilidades divididas e compartilhadas, tendo em vista o bem comum. Estas relações humanas estão impregnadas pela natureza que os circunda e aponta para o cerne do evangelho: fraternidade e solidariedade. Por isso, o desenraizamento dos indígenas, forçados a viver no individualismo hostil da cidade, é verdadeira agressão. O documento chama também o Estado e demais instituições para sua responsabilidade, condenando a corrupção que se torna verdadeiro flagelo moral, envolvendo inclusive os próprios nativos e membros da Igreja. Finalmente, os diversos povos nativos são convocados a um diálogo social a fim de encontrar formas de comunhão e luta conjunta, para serem os principais interlocutores.
Dom Aloísio Alberto Dilli – Bispo de Santa Cruz do Sul
Informativo Diocese
Dom Aloísio agradece pela solidariedade: Depois dos ataques dirigidos ao Bispo Dom Aloísio Dilli pelas redes sociais e alguns Meios de Comunicação Social por ele haver assinado a “Carta ao Povo de Deus” junto com outros 151 bispos do Brasil, muitas pessoas expressaram sua solidariedade e manifestaram apoio a Dom Aloísio e aos outros bispos. Em resposta, Dom Aloísio escreveu uma bela carta em forma de oração, com o título: “Senhor, preciso falar contigo”. Termina a oração, invocando a benção de Deus sobre todos, também sobre aqueles que “pensam, com sinceridade de coração, de modo diferente que nós”. Dom Aloísio agradece a cada pessoa e entidade que manifestou solidariedade, o que fez com que ele se sentisse menos solitário.
Semana da Família: Com vasta programação, a Semana Nacional da Família tem como tema: “Eu e minha casa serviremos ao Senhor” (Josué 24,15). Conforme o Papa Francisco, “o primeiro lugar, e o mais importante, para transmitir a fé é o lar, através do exemplo calmo e diário de pais que amam o Senhor e confiam na sua Palavra”. Nesta sexta-feira, às 19h30, tem programada uma conversa on-line do bispo com 100 famílias, através da plataforma ZOOM. Para participar deve se inscrever, pelo WhatsApp, com o padre Rodrigo (51 9 9892-0946) ou link https://chat.whatsapp.com/FewBqka4FDp50ActfQPjFD.
Pastorais Sociais: Na terça-feira, dia 18 de agosto, haverá uma reunião on-line com as pastorais sociais organizadas na Diocese para conversar sobre a Semana Social Brasileira, a Escola Cristã de Educação Política, a Romaria da Terra de 2022 e o Curso de Doutrina Social da Igreja organizado pelo Conselho de Leigos. Temos que ver como agilizar tudo isso neste tempo de pandemia, cientes de que 2020 também será ano da Assembleia Diocesana de Pastoral.
Sementes Crioulas: Estava previsto, para o dia 20 de agosto, o 20º Encontro Diocesano de Sementes Crioulas. Por causa da impossibilidade em realizá-lo, a Comissão Pastoral da Terra agendou uma conferência on-line sobre “Sementes Crioulas e os desafios impostos pela pandemia” para as 19 horas deste dia. Assim, quem quiser acompanhar, encaminhe um Whats para o Maurício (51 9 9643-0119). Sabe-se que, as sementes crioulas, são importantes para uma alimentação mais saudável.
Ordenação Diaconal: Às 16 horas do dia 23 de agosto, na Igreja Matriz São Sebastião Mártir de Venâncio Aires, acontecerá a ordenação diaconal do seminarista Giovane Gonçalves. Giovane é natural de Putinga, concluiu a Teologia em 2019 e está fazendo estágio pastoral nas paróquias de Venâncio Aires e Vila Estância Nova. Por causa das orientações em manter o distanciamento social, a participação será limitada aos convidados especiais, sendo que as outras pessoas poderão acompanhar pelas redes sociais (Facebook da Diocese e da Paróquia São Sebastião Mártir).
Vocação Religiosa: O 3º domingo de agosto é reservado para a celebração da vocação à vida consagrada. Na Revista Integração, o Núcleo dos Religiosos da Diocese diz: “Ser religioso ou religiosa é ser pessoa consagrada a Deus e ao serviço de seu povo. É amar a vida, participar da luta deste povo peregrino em busca de vida digna. Os religiosos testemunham a fraternidade, a vida em comunidade, onde tudo é colocado em comum. Os religiosos são pessoas concretas que deixam pais, amigos, bens, terra natal… para livremente seguir Jesus Cristo, Caminho, Verdade e Vida”. Rezemos para que mais pessoas se entusiasmem por esta vocação e para que os consagrados e as consagradas tenham força para seguir na missão.