Informativo Diocese
Férias dos Seminaristas: Muitos estudantes não conseguirão concluir o semestre letivo no mês de julho. Situação diferente aconteceu com os alunos que estão cursando filosofia e teologia na PUCRS, como é o caso dos seminaristas maiores da Diocese de Santa Cruz do Sul. Para eles, as aulas não sofreram interrupção, sendo que tudo aconteceu de forma online. Assim, desde o dia 6 de julho, os seminaristas estão curtindo férias junto com seus familiares.
Romaria da Santa Cruz está confirmada: O Conselho de Presbíteros da Diocese (CPD), em reunião on line realizada no dia 1º de julho, confirmou a realização da 19ª Romaria da Santa Cruz para o dia 13 de setembro do corrente ano. Será uma Romaria sem grande concentração de pessoas, mas uma Romaria própria para o tempo da pandemia. No dia 13, Dom Aloísio Dilli presidirá uma missa no local da Romaria, que será transmitida pelas redes sociais. Se a situação sanitária o permitir, ela terá a participação física de representantes das paróquias, que, a depender da situação, acompanharão a missa de dentro dos carros, a modo de Drive Thru. Em preparação à Romaria, será organizada uma live sobre o Mistério da Cruz e o abaixamento de Jesus e uma oração da Via Sacra transmitida pelas redes sociais. Oportunamente será divulgada a programação completa a ser seguida.
Diretrizes da Eucaristia aprovadas: Elaboradas a partir das reflexões feitas ao longo de 2019, o Conselho de Presbíteros da Diocese (CPD) aprovou, em reunião online no dia 1º de julho, as novas Diretrizes do Sacramento da Eucaristia. Até o final de julho elas estarão impressas e deverão entrar em vigor em 2021. Na apresentação, Dom Aloísio escreve: “Que a eucaristia nos una sempre mais como Igreja-Comunhão e que as Diretrizes da Eucaristia nos ajudem para que isso se torne sempre mais uma realidade viva em nossa diocese”.
Celebração de batizados, primeiras comunhões e crisma: Desde março estão suspensas, na Diocese de Santa Cruz do Sul, as celebrações de batizados, primeiras comunhões e crisma. Em decisão tomada pelo Conselho de Presbíteros da Diocese no dia 1º de julho, a celebração destes sacramentos pode, lentamente, ser retomada. Assim, “feita a preparação, é possível celebrar estes sacramentos, respeitando as orientações sanitárias de cada município. Se não se puder fazer a preparação, também não se deve batizar e, muito menos, celebrar a primeira Eucaristia e a Crisma”. Sem o processo de preparação, a celebração deve ser protelada, a não ser em caso de doença da criança.
Retiro dos padres: Nos dias 20 a 23 de julho, um grupo de 25 padres da Diocese de Santa Cruz do Sul se recolherá no CECREI, em São Leopoldo, para três dias de retiro. A casa é grande e estará reservada para os padres durante estes dias. Com isso, será possível manter os devidos distanciamentos e tomar os necessários cuidados para não permitir a circulação do vírus da Covid-19.
Diocese – Viver a fé em tempos de pandemia
Caros diocesanos. A experiência do tempo de pandemia nos faz refletir sobre os mais diversos temas, inclusive alguns que não chamam tanta atenção em épocas de mais normalidade. Percebo atualmente nas comunicações, sobretudo pelas redes sociais, que algumas pessoas tomam atitudes de quem espera passivamente para que o tempo da pandemia passe ou termine, a fim de recomeçar a vida, como se agora não vivêssemos. No campo espiritual pode acontecer algo semelhante: tomar uma atitude de quem espera terminar a presença do coronavírus Covid-19 para recomeçar a viver a fé, como se agora não fosse possível ou mesmo necessário fazê-lo, por estarmos vivendo algo que nos tira da normalidade ou porque as portas dos nossos templos estão temporariamente fechadas. É fundamental vivermos intensamente este momento da história, da forma como ele se apresenta, com todas as suas consequências, mesmo dentro do sofrimento, das frustrações e inseguranças que a pandemia proporciona. Gostaria de me ater mais especificamente à experiência religiosa, pois estamos passando por um tempo em que nossa fé também é provada na sua qualidade e perseverança, certamente, tendo que passar por aprendizagens e aprofundamentos. Damo-nos conta que é preciso fazer a experiência do amor a Deus e aos irmãos dentro do dia a dia. Viveremos nossa fé no cuidado com a nossa vida e da vida dos outros; é agora que precisamos considerar e valorizar a vida como dom de Deus e como compromisso humano (CF 2020). Além de rezarmos uns pelos outros, deverá ter um caráter de fé e de amor, o usar uma máscara, o aplicar o álcool gel, obedecer ao isolamento e distanciamento social, assumir as recomendações da ciência em relação à saúde e outros cuidados. Será atitude de fé cristã ajudar os que mais sofrem as consequências da pandemia através da caridade, expressão concreta dessa fé. Lembremo-nos sempre que as mesmas mãos que elevamos aos céus são as que devem estender-se aos irmãos que precisam de nós. Não será por causa das portas temporariamente fechadas de nossos templos que vamos perder a fé ou a possibilidade de encontrar-nos com o Senhor, de podermos rezar em nossas famílias e mesmo pessoalmente. Talvez seja uma oportunidade de revalorizarmos outros momentos de oração, sobretudo em torno da Palavra de Deus, da oração do terço, da oração à mesa. É um tempo de retomarmos a vida de fé em pequenos grupos, sobretudo, em nossas famílias, tornando-as ‘igrejas domésticas’, como acontecia nas primeiras comunidades cristãs.
Sim, nosso cristianismo está passando por uma prova que pode medir a profundidade de nossa fé, de nossa esperança e caridade. Não podemos viver um tempo de pandemia, pensando que fórmulas mágicas de oração ou frases isoladas sejam a receita de cura de uma pandemia e das novas relações sociais que precisamos recriar. Sim, devemos rezar muito para que Deus tenha misericórdia de cada um e de toda humanidade; mas igualmente precisamos conscientizar-nos e rezar para que nós, com a graça de Deus, façamos a nossa parte, sobretudo pela fé e pelo amor.
Nossa presente mensagem chega a todos com votos de muita saúde e paz; mas ela também vos convida ou convoca para viver a fé, a esperança e a caridade dentro do tempo da pandemia, da forma como é possível. Não seremos cristãos novamente, apenas ao se abrirem as portas das igrejas ou ao passar a cestinha da coleta, por mais importante que isso possa ser. Vivamos a fé cristã no hoje de nossa história. O sacramento da Crisma, que destacamos em 2020, nos tornou ‘adultos na fé’, também para tempos de pandemia.
Dom Aloísio A. Dilli – Bispo de Santa Cruz do Sul
IECLB – O horizonte da fé amplia a visão
Estimado leitor, estimada leitora, qual é o alcance da tua visão? Conto uma estória que nos fala a respeito do alcance da visão de cada pessoa:
Quatro meninos moradores do mesmo edifício resolveram contar vantagens de sua moradia.
O primeiro começou dizendo: – Eu moro no primeiro andar e enxergo até o mato nos fundos do prédio.
O segundo afirmou: – Eu moro no segundo andar e enxergo por cima do mato e vejo uma lagoa que está bem longe.
O terceiro assim se expressou: – Eu moro no terceiro andar e enxergo mais longe que todos: por cima do mato e além da lagoa, vejo campos com muito gado.
Aí os três meninos se viraram para o quarto menino, filho do zelador, que morava no térreo do edifício e perguntaram a ele: – E você? Enxerga até onde?
Retraído, humilde por sua condição social, respondeu aos amiguinhos: – Eu, de noite, abro a janela, olho para o céu e vejo as estrelas!
Qual é, de fato, o alcance da nossa visão? Até onde cada qual é capaz de enxergar? Tantas vezes vemos as coisas e as pessoas de maneira superficial pelo nosso egoísmo e distorcida pela realidade do pecado. A fé nos faz ver mais longe e enxergar mais profundo! Não nos acomodemos com uma visão superficial e rasa, a fé nos capacita para muito mais! Tenha a cabeça nas estrelas, os pés no chão e o coração em Cristo!
Permita que a fé te ensine a ver as coisas melhor, a compreender melhor tua vida, a perceber as pessoas com mais atenção e generosidade. Cultive tua fé para que teu horizonte de vida se expanda e você se desenvolva como ser humano criado à imagem e semelhança de Deus! Diante da pandemia não podemos deixar que o medo e a dor nos ceguem. É tempo de ver com mais atenção, na perspectiva de Deus, que nos faz enxergar na dificuldade a oportunidade, na dor o aprendizado, na morte a vida eterna!
Basta de horizontes estreitos que levam o povo a becos sem saída. Tantas pessoas ainda estão cegas para a espiritualidade, pois estão focadas demais em si mesmas. Abra os olhos e o coração! A fé amplia nosso horizonte de vida!
Pastor Samuel Gausmann
ASSEMBLEIA – Um Deus à frente do nosso tempo
Quando queremos expressar a forma brilhante com que fenômenos ou dinâmicas sociais, econômicos ou políticas são antecipadas ou vislumbradas por alguém ou algum movimento, de um ponto de vista muito à frente de qualquer perspectiva atual, dizemos que este “está à frente do seu tempo”. Neste sentido, digo sem medo de errar que o Deus do cristianismo e a sua Palavra revelada na Bíblia Sagrada estiveram, e ainda estão, muito à frente do nosso próprio tempo; muito à frente das questões sociais e dilemas morais do nosso contexto atual de sociedade. Quando os governos e movimentos começaram esboçar conceitos de reforma agrária, Deus já o tinha ensinado no Antigo Testamento; quando as mulheres eram oprimidas e relegadas à nada, o cristianismo elevou suas condições e sua importância social; quando o estudo e o conhecimento eram privilégios de poucos, o cristianismo abriu as portas para a busca do conhecimento acessível a todos; a exclusão social de pessoas deficientes ou com doenças infectocontagiosas foi advertida no
Novo Testamento, quando Jesus as chama para uma vida de igualdade e acesso; quando a sociedade maltratava os estrangeiros e refugiados, o Deus do cristianismo lhes protegeu e lhes assegurou direitos morais e civis, os chamando inclusive para a grande família da fé; antes mesmo das crianças serem vistas como tais, Jesus já as tinha em consideração e respeitava sua pureza e inocência; antes mesmo de criarem seu estatuto, o idoso já tinha um lugar de honra e proteção no coração de Deus; os benefícios e auxílios governamentais para os necessitados já eram previstos nas Leis divinas antes de qualquer governo pensar; e, para aqueles os quais a sociedade coloca à margem, como detentos, viciados e prostitutas, Jesus ensina à sua Igreja e seguidores, ao longo dos anos, a os receberem, amá-los e oportunizar aos tais mudança de vida. A poucos dias, ao ver o movimento “vidas negras importam”, mais uma vez pude comprovar que Deus está à frente do nosso tempo, à frente dos nossos anseios e demandas humanas. Minha vivência de infância “nascida e crescida” dentro da igreja, me faz lembrar que aprendi nas Escolas Bíblicas Dominicais que TODAS AS VIDAS IMPORTAM PARA DEUS. Esta vivência de “igreja”, principalmente para crianças e adolescentes em formação, é, além de muitas outras coisas no campo espiritual e moral, o melhor, mais eficaz e abrangente berço e mestre das relações psicossociais que existe, pois, desde que nascem, este ambiente oportuniza o contato com todas as classes e tipos de pessoas: jovens, idosos, pobres, ricos, negros, indígenas, brancos, estrangeiros, doutores, analfabetos, mendigos, pessoas obesas, com deficiência, homens, mulheres, enfermos, aprendendo desde cedo que “Deus não faz acepção de pessoas” (Romanos 2.11) e que devemos, não somente conviver harmônico e respeitosamente, mas amar ao nosso semelhante como a nós mesmos (Mateus 12.29-31). Qualquer convivência em comunidade por si só já é um ganho cultural e social grande, agora, pautado sobre o alicerce e o mandamento divino do amor fraterno e de acesso igual de todos a Deus, é um tratado universal de vida em sociedade sem precedente, ou melhor, “à frente do nosso tempo”. Se tem um lugar no mundo onde vidas negras, pardas, indígenas, brancas importam, é na igreja de Cristo; o ensino da Palavra Bíblica é realmente a melhor opção para construção de uma sociedade mais justa, igual e pacífica. Sendo assim, com relação à formação de crianças e adolescentes e educação de filhos, eu tenho um conselho: crie-os dentro de uma igreja, séria, alicerçada na Bíblia Sagrada, comprometida com Jesus Cristo o modelo perfeito, que O tenha como centro de sua fé e prática. “VIDAS NEGRAS IMPORTAM”, sim, com certeza! Eu já sabia disto, aprendi ainda na infância, dentro de uma Igreja. (Paloma Goulart Boézzio da Silva)