Início Religião Informativo 26 de fevereiro de 2020

Informativo 26 de fevereiro de 2020

Campanha da Fraternidade: Com a quarta-feira de cinzas iniciamos a caminhada em preparação à festa da Páscoa. Neste período, a Igreja no Brasil, realiza a Campanha da Fraternidade com o intuito de motivar à conversão e despertar a prática da caridade. O tema deste ano é “Fraternidade e Vida: dom e compromisso”. O modelo é o Bom Samaritano da parábola que Jesus contou ao Doutor da Lei, para lhe mostrar o próximo. Diz o Texto da Campanha da Fraternidade: “O rompimento da indiferença torna o samaritano mais humano. A compaixão expressa o zelo aos moldes de Deus: aproximar-se e fazer-se útil ao outro. Servi-lo! Ver, sentir compaixão e cuidar apresentam-se como um autêntico programa quaresmal: 1) escuta da Palavra que converte o coração; 2) verdadeira atenção aos outros; 3) romper com a indiferença frente ao sofrimento; 4) disponibilidade para o serviço. Torna-se, assim, visível a corresponsabilidade da vida humana, pois somos todos irmãos e irmãs e, por isso, responsáveis uns pelos outros. Assim se define a vida” (n. 15).
Quaresma: “Reconciliai-vos com Deus” (2 Cor 5, 20): Por ocasião da quaresma, o Papa Francisco escreveu uma bela mensagem de convocação dos cristãos à conversão como preparação “para celebrar, de coração renovado, o grande Mistério da morte e ressurreição de Jesus, cerne da vida cristã pessoal e comunitária”. Conforme o Papa, a conversão passa pela rejeição da “mentira de que a nossa vida teria origem em nós mesmos, quando na realidade nasce do amor de Deus Pai, da sua vontade de dar vida em abundância” (Jo 10,10). Aí o pedido: “Fixa os braços abertos de Cristo crucificado, deixa-te salvar sempre de novo. E quando te aproximares para confessar os teus pecados, crê firmemente na sua misericórdia que te liberta de toda a culpa. Contempla o seu sangue derramado pelo grande amor que te tem e deixa-te purificar por ele. Assim, poderás renascer sempre de novo” (Christus vivit, n. 123).
Inauguração de capela: No domingo, dia 1º de março, às 10 horas, Dom Aloísio Dilli vai abençoar a nova capela junto à Casa de Retiros Loyola de Santa Cruz do Sul e consagrar o Altar e a Mesa da Palavra. A capela tem espaço para 100 pessoas e estará a serviço dos grupos que se hospedarem na Casa de Retiros. Com isso, amplia-se o espaço de hospedagem na casa e se oferece um ambiente mais digno para as orações e celebrações. A coordenação é do Cursilho de Cristandade da Diocese.
Lançamento do Ano Pastoral: Nos dias 3 e 4 de março, na Casa de Retiros Loyola, vai acontecer o Lançamento do Ano Pastoral de 2020. São convidados os padres, diáconos, núcleo de religiosos, conselho de leigos, coordenações das pastorais e dos movimentos e lideranças leigas das comarcas. A programação inicia às 8h30 da terça-feira e termina às 16 horas da quarta-feira. Às 11h45 da terça-feira será feito o lançamento sobre a História dos Jesuítas em Santa Cruz do Sul. 
Catedral: Sábado, 15h30, missa na capela Santa Helena; 17 horas missa na catedral. Domingo, missa na catedral às 7, 9, 10h30 e 19 horas. De segunda a sexta-feira tem missa, às 18h15; quarta-feira, 12h30, missa da família. Confissões quinta-feira, às 9 horas, e sexta-feira, às 14 horas.
Conceição: Missa na matriz no sábado às 17 horas e domingo às 8 horas.
Espírito Santo: Sábado, 17h30, missa nas comunidades Santa Rita e Mãe dos Pobres; 19 horas missa na Matriz. Domingo missa na Matriz, às 08h30 e 18 horas.
Ressurreição: Missa na Matriz no sábado, às 16h30, e domingo, às 8 horas.
Linha Santa Cruz: Domingo, 8h30, missa na Matriz; 10 horas missa com quermesse na comunidade Santo Anjo da Guarda de Linha Nova.

SÃO FRANCISCO DE ASSIS E O SULTÃO
Caros diocesanos. Na mensagem anterior refletimos sobre São Francisco de Assis e seu espírito de fraternidade universal, chegando ele a considerar todas as criaturas como irmãos e irmãs (cf. Cântico das Criaturas). Até em suas saudações no encontro com as pessoas invocava a Paz e o Bem. Percebemos que isso somente é possível para um ser humano que está em paz em suas relações: consigo, com os outros, com as criaturas e com Deus, merecendo o honroso título de padroeiro da ecologia e seu Cântico das Criaturas, recebendo as iniciais de importante encíclica do Papa Francisco: “Laudato Sì”.
Hoje nossa mensagem pretende continuar a reflexão sobre esse espírito da fraternidade universal do Santo de Assis, através de um fato histórico ocorrido há oito séculos, e celebrado em 2019, em várias partes do mundo, entre muçulmanos e cristãos, sobretudo franciscanos, como ocorreu na Paróquia dos Freis, em Lajeado/RS, em outubro passado. É do nosso conhecimento pelo estudo da História da Idade Média que no ocidente europeu foram organizadas várias Cruzadas, cujo objetivo principal era enviar, através do Mediterrâneo, tropas à Palestina para recuperar a liberdade de acesso dos cristãos peregrinos à Jerusalém. A guerra pela Terra Santa, que durou do século XI ao XIV, foi iniciada logo após o domínio dos turcos (seljúcidas) sobre esta região, considerada sagrada para os cristãos. Em junho de 1219 aconteceu a Quinta Cruzada, acompanhada por São Francisco. O Santo de Assis não participou por motivos bélicos, mas desejava conhecer e venerar os locais onde acontecera a encarnação, vida, morte e ressurreição de Jesus Cristo, mistérios que não cansava de contemplar. Lembramos que até hoje os Freis Franciscanos cuidam, em nome da Igreja, dos lugares santos da Palestina. 
Outro desejo de Francisco era encontrar o Sultão do Egito: al-Malik al-Kamil, sobrinho de Saladino, um apaixonado pela cultura ocidental e que até estudara em Paris. Francisco buscava anunciar o Evangelho, não só aos cristãos, mas a todos os povos. Unido ao desejo de evangelizar, não se descartava, inclusive, a possibilidade do martírio. Enquanto, em Damietta – Egito (Delta do Nilo: de onde se pensava melhor atingir os muçulmanos que ocupavam Jerusalém), de um lado havia o acampamento dos cruzados, do outro estavam as tropas do Sultão al-Malik al-Kamil para a defesa, Francisco, por vontade própria e no espírito de anunciar pacificamente o Evangelho a toda criatura, acompanhado pelo confrade, de nome Iluminado, atravessa a fronteira bélica e se dirige ao encontro do Sultão. A grande surpresa, ao atravessar a região do conflito, foi a fraterna acolhida, sem agressões ou a lógica prisão e possível morte. Os dois dialogam, falam e escutam. Um, certamente, fala com palavras cheias do Evangelho e o outro, sobre o que significava ser um bom muçulmano. Em momento de choque de civilizações, Francisco e o Sultão tiveram a capacidade de viver o diálogo e o encontro que pode produzir frutos a longo prazo. O encontro de Damietta nos lembra quão estéril é o uso da violência e quão ilusória é a vitória obtida pela força e quão frágil é a paz obtida com a derrota do inimigo. Isso nos faz lembrar a afirmação de Papa Bento XV, há um século, no fim da Primeira Guerra Mundial: “Massacre inútil”. O diálogo é o caminho cristão da paz.
Mesmo sendo bem-sucedido no encontro com o Sultão, Francisco retornou à europa, decepcionado com a experiência da Cruzada, em que havia interesses de fé, misturados com tantos outros. Porém, os frades continuam até hoje a cuidar dos Lugares Santos. O Senhor os abençoe e os proteja, em meio aos muçulmanos, judeus e cristãos. Que o diálogo inter-religioso, ensinado por Francisco, continue em nosso tempo.
Dom Aloísio Alberto Dilli – Bispo de Santa Cruz do Sul.
Quaresma: tempo de compromisso e reflexão

Estamos no período do calendário da Igreja chamado Quaresma, que compreende quarenta dias antes da Páscoa. Como Comunidades da IECLB inseridas no âmbito do Sínodo Centro-Campanha Sul, somos novamente desafiadas a vivenciar as “Sete semanas sem”, que são sete semanas em que procuramos ensaiar mudanças de hábitos de vida, destacando práticas de jejum.
Nas Sagradas Escrituras encontramos base bíblica de práticas de jejum. No Antigo Testamento, jejuns eram feitos por causa da tristeza (Juízes 20.26); arrependimento de pecados (1Samuel 7.6); dependência de Deus (2Samuel 12.16s). Já no Novo Testamento podemos ver essa prática através de Jesus Cristo e, mais tarde, na tradição cristã, que, por muito tempo, levou a sério o jejum. Em muitos momentos, Jesus se retirava para orar (Marcos 1) e para longos retiros no deserto (Mateus 4.1s). Ele sempre recomendou o jejum como prática importante para seus discípulos, mas não os obrigou a realizá-lo e, sim, os motivou a fazer como um período especial de reflexão.
Em vários lugares no mundo há exemplos bem-sucedidos dessa prática de jejum durante a Quaresma. Entre eles vale a pena citar a Igreja Evangélica da Alemanha onde acontece já há muito tempo o movimento “Sieben Wochen ohne” (Sete semanas sem). Esse é um período em que pessoas cristãs se comprometem a diminuir ou abrir mão de hábitos que não acrescentam qualidade a nossa vida. A Quaresma é tempo oportuno para reavaliar nossas atitudes e hábitos tendo como inspiração valores cristãos que nunca deveriam ser esquecidos como o jejum, o silêncio, a oração e a solidariedade.
Nesse tempo da Quaresma em 2020 o desafio proposto pelo Sínodo Centro-Campanha Sul é evitar ao máximo o uso de plásticos (sacolas, canudinhos, copos, pratos, talheres…), e produtos com embalagens de isopor. Além dessa atitude em defesa da natureza e das futuras gerações, também se pede um cuidado especial com a saúde, evitando o consumo de lanches rápidos e condimentos artificiais. Ao final desse período, nos Cultos da Semana Santa, cada pessoa pode calcular o quanto economizou e, assim como também foi feito em 2019, fazer junto com sua Comunidade uma doação. Essa doação funciona da seguinte forma: 50% do valor arrecadado será investido em ações diaconais dentro das Comunidades e Paróquias que promoveram o programa “Sete Semanas Sem” e os outros 50% será destinado ao Hospital Ana Nery de Santa Cruz do Sul, especificamente para o setor da Oncologia, conforme sugestão do Conselho de Diaconia do Sínodo. Divulgue essa ação quaresmal em seu círculo de amizades e na sua Comunidade. Que a Quaresma seja tempo de reflexão e solidariedade!

Razão de ser
Tudo que existe deveria ter uma finalidade. Imagine uma piscina… sem água! O que faz com ela? Nada! Ou um carro sem rodas, uma lanterna sem pilhas, um telefone sem linha, um avião sem asas! Para que servem? Para nada, pois algo só tem sentido quando pode exercer o fim para o qual foi feito. Agora imagina um cristão que não abençoa ninguém, que não partilha nada de bom com os seus semelhantes, que não transmite aos outros a bondade que recebe de Deus… é como uma piscina sem água. Nossa razão de ser é servir de meio para Deus abençoar a vida das outras pessoas. Não somos o centro do universo nem um grupo de sortudos que Deus resolveu premiar com a salvação e nada mais; não somos um clube privé no qual só entram os que têm a senha secreta. Como cristãos, quer juntos (igreja) quer individualmente encontramos nossa verdadeira razão de ser quando aquilo que recebemos de Deus (salvação, amor, perdão, transformação, alegria, paz, esperança) alcança a vida de outras pessoas, dando-lhes tempero que faz bem ao paladar e perfume desejável de sentir. Há milênios incomodou um homem chamado Abrão (Genêsis 12), tirando-o de sua zona de conforto e revolucionando toda a sua vida para formar um povo que tinha como missão ser uma benção na vida dos demais. Hoje Deus nos incomoda para sairmos de nossa zona de conforto e nos envolvermos na presente geração com a mesma missão que Ele tinha para Abrão: ser um referencial de benção de Deus, um tempero do mundo (sal), um sol que clareia o ambiente (luz), um aroma que encanta os sentidos (perfume), um povo que se caracteriza por amor, compaixão, misericórdia, acolhimento, mais desejo de servir do que de mandar, autenticidade e intimidade com Deus, e a vontade de mostrar o mesmo caminho a quem mais quiser. Então, amigo leitor, para que serve uma piscina? Para que serve um cristão? Para que serve você? Uma vida abençoada é aquela que espalha bênçãos. (Livro Pão Diário nº 13).
Programação no Templo Sede (Rua Riachuelo nº 96, Centro) Neste domingo: 9h00, Escola Bíblica; 19h30, Culto da Família com participação da Orquestra. Todos os sábados, 13h30, pela Rádio Santa Cruz AM 550 – Programa “A Voz da Assembleia de Deus”.