O Brasil voltou a sorrir nesta semana com a aplicação da vacina CoronaVac aos profissionais da saúde e idosos que estão em asilos. A esperança bateu na porta. Entretanto, não foi fácil chegarmos neste estágio. O presidente da República fez o possível e o impossível para travar a vacina oriunda da China. Perdeu. Os diretores da Anvisa, todos nomeados por ele, deram o golpe e avalizaram a distribuição, em caráter emergencial.
Dória, em São Paulo, oportunamente se tornou o herói do Brasil, realizando, imediatamente a aplicação vacinal em Mônica, uma enfermeira de 54 anos. Em posição antagônica, o presidente calado, só veio a se pronunciar depois do ministro Eduardo Pazzuelo acusar o governador paulista de “marqueteiro”. Jogada de marketing, ou não, João Dória cumpriu o que prometeu apostando na vacina chinesa. Até parece Eduardo e Mônica do Renato Russo.
Mas a imagem de Jair, já na quinta-feira passada, vinha manchada pelos ocorridos em Manaus onde pessoas morreram e crianças em UTI neonatal foram ameaçadas de morte por falta de oxigênio. Paradoxalmente, no pulmão do mundo, brasileiros e brasileiras morreram por falta de ar. Como se isso não bastasse e graças a sua política de ataque e desmerecimento aos demais países, a Índia, que forneceria 2 milhões de doses de outra marca de vacina, abortou a operação e o ministro da saúde cancelou o voo da Azul e teve de recorrer ao Butantan. Mas, agora, é a China que está trancando o envio de componentes para o preparo das doses. Graças à política externa, corremos o risco do atraso na industrialização.
Essas encrencas, somadas aos indícios de atividades milicianas, ameaças veladas à democracia, falta de respeito aos adversários, um histórico de participar de rachadinhas desde muito tempo, fazem com que a oposição em primeiro lugar, mas também deputados de centro, comecem a ventilar a possibilidade de impetrar um processo de impedimento ao todo poderoso Jair Bolsonaro. Não raro, parece estar provocando isso para mais um teste de força e popularidade.
O deputado Rodrigo Maia, ainda na presidência da Câmara, já não declara que não colocará os olhos nos mais de 40 pedidos de impeachment que estão em sua mesa de trabalho. Assim, meio de mansinho, parece que o caldo está derramando. Ainda, segundo Maia, o impedimento só será possível diante da manifestação de vontade do povo. E isso vem ocorrendo. Já circulam em redes sociais hashtags e pedidos de assinaturas com o propósito de desbancar o presidente. Vai acontecer? – Não sei. Mas torço que sim.
O Brasil está destroçado política e economicamente, com erros crassos que não trouxeram nenhuma melhora à vida de cada um de nós.
E, como todos e todas notam, afora os erros continuados, ainda veio a pandemia para piorar o que já estava ruim.
Voltando ao que é doce, são lindas as imagens de enfermeiros, técnicos, velhinhos e velhinhas sorrindo para as câmaras e incentivando que toda nossa população seja vacinada. Até agora, só um casal de idosos do Rio de Janeiro assinou termo se negando à vacinação. Uma parcela ínfima num horizonte preliminar de plena aceitação.
E ainda tem, para terminar, àqueles negacionistas que, para não serem atingidos, terão que tomar a vacina que veio da China ou enfrentar uma internação para respirar oxigênio da Venezuela.
Não deve estar muito fácil as escolhas de quem ainda acredita no mi(n)to.