Vejam só, já se fala em mais um impeachment contra um presidente da República: seria o terceiro “impedimento” em menos de 30 anos para um mandatário máximo do Brasil. Qualquer análise ou opinião precisa ser cautelosa, pois cabe uma investigação muito criteriosa para sabermos se a possibilidade de impeachment é, de fato, contundente e consistente. Do ponto de vista político, um fator que conta para um avanço de processo como este, é a opinião pública.
Nesse sentido, o atual presidente possui ainda um apoio significativo da população, conforme pesquisas divulgadas por veículos da grande mídia. Mas não é apenas esse fator que deve comandar a questão do impeachment em si. Mais do que isso, a verificação do que foi denunciado se torna essencial. Precisamos saber, neste caso, se há uma confirmação: houve ou não tentativa de colocar o interesse privado sobre o interesse público?
A confusão entre público e privado, já foi alvo de questionamentos em várias partes do mundo, e no Brasil esse problema é bastante recorrente. Em determinados filmes estadounidenses, é possível perceber que, na maior potência mundial, a confusão entre público e privado representa uma preocupação. Não é uma realidade somente do Brasil ou de países em desenvolvimento, portanto.
No caso do Brasil, vivemos dois processos de impeachment em menos de 25 anos, tratando-se de uma cronologia bastante traumática para a política brasileira e para nossa sociedade em geral. Por mais que o “impedimento” seja um recurso democrático – e vivermos em democracia é excelente -, precisamos ter muito cuidado quando uma situação como esta se apresenta. A estabilidade fica ameaçada, podendo nos levar a mais um processo de reconstrução. O que não é fácil.