Luísa Ziemann
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Mais de 22 mil agentes censitários iniciaram na última segunda-feira, 20, a Pesquisa Urbanística do Entorno dos Domicílios, realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Até 12 de julho, 326.643 setores urbanos, em todas as unidades da federação, serão percorridos pelos servidores do órgão, que observam temas relacionados à infraestrutura urbana do País. Esse levantamento é o marco oficial do início da operação do Censo Demográfico 2022, que entrará em campo em 1º de agosto.
Nessa primeira etapa da coleta de informações, não há entrevista com moradores. A pesquisa é feita somente pela observação dos quesitos nas áreas públicas dos setores censitários. São investigados dez itens, sendo três deles novos: capacidade da via, pavimentação, bueiro/boca de lobo, iluminação pública, ponto de ônibus/van, sinalização para bicicletas, existência de calçada, presença de obstáculo no passeio público, rampa para cadeirante e arborização.
Em Santa Cruz do Sul, são dois agentes censitários municipais e 13 supervisores sob o acompanhamento de três coordenadores de subárea. De acordo com o coordenador da agência local do IBGE, Luiz Eduardo Braga, o período de 20 deste mês até 12 de julho, quando ocorre a primeira etapa de pesquisa, é um facilitador para os próximos passos do Censo. “Se, por acaso, um quarteirão tenha sido dividido, subdividido, ou se foi criado um novo loteamento, por exemplo, os supervisores nesta fase de coleta de informações atualizam o trabalho”, explica.
Braga reitera que essa pesquisa é somente de observação. “Os nossos agentes estão desde segunda-feira percorrendo as ruas do município, identificados com o uniforme do IBGE e um tablet, fazendo a observação de todas as áreas públicas. Eles verificam a existência de calçada, bueiros, rampas de acessibilidade, etc. Esse trabalho é realizado antes do Censo em todas as zonas urbanas do Brasil, incluindo as sedes distritais. No caso de Santa Cruz, além de todo perímetro urbano determinado por lei municipal, também nas zonas urbanas dos distritos, como Rio Pardinho, Monte Alverne e Boa Vista por exemplo.”
CIDADES MAIS INCLUSIVAS
Entre os novos quesitos da pesquisa em relação ao Censo 2010 está a contagem de pontos de ônibus/van e via sinalizada para bicicletas, itens ligados à mobilidade urbana. Também será mapeada a presença de obstáculos nas calçadas, o que diz respeito à acessibilidade nos municípios. Além disso, houve a ampliação do item capacidade da via, que antes era perguntado apenas no Levantamento de Informações Territoriais (LIT).
A pesquisa está alinhada com o monitoramento do Objetivo de Desenvolvimento Sustentável (ODS) 11, do Pacto Global da Organização das Nações Unidas: tornar as cidades e os assentamentos humanos inclusivos, seguros, resilientes e sustentáveis. Através da pesquisa é possível ter um panorama da infraestrutura urbana do País, considerando temas como acessibilidade, circulação, equipamentos públicos e meio ambiente. “O objetivo é avaliar como poderão ser as cidades no futuro, mais inclusivas, resilientes e acessíveis”, destaca Braga.
Esta é a segunda vez que o IBGE realiza o levantamento. A primeira, em 2010, compreendeu 222.541 setores urbanos. “Este ano, no mês de julho, iremos começar a chamar os recenseadores aprovados. Do dia 12 ao dia 18, será realizado o treinamento deles e, após, na última semana de julho, será feita a distribuição dos equipamentos necessários para o Censo, para, então, começarmos a coleta de informações”, explica o coordenador da agência municipal do IBGE.