O humanismo cresceu intensamente na Europa durante o período final da Idade Média. Naquela época, este movimento intelectual estabeleceu um foco maior no antropocentrismo, valorizando o ser humano e seu desenvolvimento, em contraponto à religião, que focava especialmente na fé e na colocação de Deus como centro de todas as coisas. O capitalismo florescia lado a lado com o humanismo, pois o acúmulo de capitais era uma forma de responder ao catolicismo, que não era favorável ao enriquecimento. O acúmulo de capitais, no contexto humanista do final da Idade Média, era considerado uma forma de desenvolvimento humano.
O humanismo e o capitalismo deram sustentação para o crescimento do ensino universitário e proporcionaram um grande impulso para as artes, as línguas e as ciências. Mas será que esse contexto separou-se completamente de Deus e da religião? Após a chegada dos portugueses ao Brasil em 1500, houve a discussão em torno do nome que seria dado à nossa terra. O nome ‘Santa Cruz’, de caráter religioso, foi defendido por um humanista, o intelectual João de Barros. Ele entendia que o nome ‘Brasil’ possuía um caráter meramente comercial, pois fazia alusão a um produto que os portugueses encontraram na terra que conquistaram: o ‘pau brasil’, que fornecia uma tinta vermelha.
A oposição entre o humanismo e a religiosidade, como se pode perceber, não é uma constante. Em várias situações, essas duas vertentes podem caminhar juntas. O Renascimento, movimento artístico que marca a transição da Idade Média para a Idade Moderna, é caracterizado em boa parte por obras que remetem à religião. E o Renascimento é, de fato, profundamente humanista.