O Hospital Santa Cruz (HSC) promoveu no mês passado atividades com o objetivo de reforçar a campanha do Agosto Dourado, dedicada às ações de apoio, incentivo e conscientização sobre a importância do aleitamento materno. Em virtude da pandemia, as atividades deste ano tiveram que ser repensadas e adiadas. Mesmo assim, foram desenvolvidas ações na segunda quinzena de agosto, como a decoração da maternidade e distribuição de bombons e cartões personalizados às mães que deram à luz no Hospital e às que estavam com bebês internados na Unidade de Terapia Intensiva Neonatal e na Unidade de Cuidados Intermediários (UCI).
A campanha que incentiva e valoriza ações de apoio à amamentação começou a ser
idealizada em 1990, durante um encontro entre a Organização Mundial da Saúde
(OMS) e o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef). Na ocasião foi
elaborado um documento, a Declaração de Innocenti, que tratava um apoio ao
aleitamento materno, assinado pelos países participantes. Em 1991 fundou-se a
Aliança Mundial de Ação Pró-Amamentação e, no ano seguinte, foi criada a Semana
Mundial do Aleitamento Materno, com a participação de aproximadamente 120 países.
No Brasil, o Ministério da Saúde realiza desde 1999 atividades para celebrar,
incentivar, apoiar e promover o aleitamento materno. O mês escolhido foi agosto
e o nome da campanha ficou conhecido como Agosto Dourado, cor definida pela OMS
por considerar o leite materno como “alimento ouro” para a saúde dos bebês.
Segundo a médica pediatra rotineira da maternidade do HSC, Carolina Damasceno,
“o Agosto Dourado desperta nas pessoas a curiosidade sobre o assunto, sendo uma
oportunidade de disseminar informação de qualidade e conscientizar a todos”.
Para a consultora em aleitamento materno e fonoaudióloga da Instituição, Isabel
Berger, o leite materno favorece o vínculo afetivo entre mãe e bebê e é o
alimento ideal até os seis meses de idade. “Ele supre todas as necessidades
nutricionais e imunológicas, protegendo o bebê contra alergias e infecções e
evitando problemas como desnutrição, diarreias, pneumonias, otites e
meningites, além dos aspectos emocionais e econômico-sociais”, explica Isabel.
As profissionais ressaltam ainda que o bebê alimentado com leite materno
apresenta melhor desenvolvimento cognitivo, pois recebe nutrientes especiais no
desenvolvimento do cérebro. Além disso, a sucção no seio materno promove
adequado desenvolvimento dos músculos de ossos da face, reduzindo problemas
futuros de fala, respiração e mastigação. “A amamentação é um dos melhores
investimentos para a vida do bebê”, acrescenta Carolina.
A enfermeira da maternidade do Hospital, Miriam Moron, reforça que para ter
sucesso no processo é necessário persistência, paciência e muita determinação.
“Nesse delicado momento algumas dificuldades surgirão”, alerta. “Entretanto, é
necessário um comprometimento e apoio de toda a família, assim como a
informação e preparação são assuntos e ações que devem ser iniciados durante a
gestação”, orienta a enfermeira.
Conforme as profissionais, estar envolvidas neste processo de auxiliar mamães e
papais nos primeiros dias se torna desafiador, pois, além das questões
biológicas, é preciso olhar para a singularidade de cada mãe e compreender o
momento que está sendo vivenciado. “A chegada de um recém-nascido em uma
família é uma benção, tornando-se recompensador ajudar a mãe a se tornar capaz
de nutrir seu filho, acolhendo seus medos, inseguranças e dificuldades e, no
fim, ver o resultado desse trabalho no desenvolvimento das crianças”, avaliam.