EVERSON BOECK
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Tanto quanto política e futebol, um assunto que divide opiniões é o horário de verão. Uns adoram porque alegam ter mais tempo para fazer as tarefas domésticas ou aproveitar o dia enquanto outros odeiam rebatendo que as manhãs ficam mais curtas, por exemplo. Gostando ou não, hoje à meia-noite os moradores das regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste e o estado de Tocantins terão que adiantar seus relógios em uma hora, quando entra em vigor o horário de verão que vai até o dia 17 de fevereiro de 2013.
Para a recepcionista Simone Amorim Gomes, o horário de verão deixa as pessoas mais dispostas para realizar suas atividades do dia-a-dia. “Para mim os dias ficam mais bonitos, as pessoas ficam com mais vontade de chegar em casa e aproveitar o tempo bom para curtir suas famílias, realizar suas tarefas que no inverno não é possível. Além disso, o dia parece passar mais rápido, dá mais vontade de sair para tomar um chimarrão, passear”, aponta.
Já o médico reumatologista Éverton Luis Hinterholz não gosta da mudança de horário. Para ele, a alteração no relógio faz com que os dias se tornem muito longos e as noites mais curtas influindo diretamente no nosso organismo. “Passamos a maior parte do ano no horário normal e de repente temos que adiantar o relógio em uma hora. Isso afeta diretamente nosso organismo alterando nossa produção de hormônios e, consequentemente, nosso humor, rendimento e concentração. No meu caso, acordo cansado, mal humorado como se não tivesse dormido direito”, conta.
Éverton acredita, no entanto, que a ação é ineficaz. “Acredito que, assim como eu, existam milhares de pessoas no nosso país que também tenham dificuldade de se adaptar a esse horário. Tudo isso em nome de poupar um pouco de energia, ação ineficaz na minha opinião, pois poupam nisso e desperdiçam em outras coisas”, avalia.
ECONOMIA
Segundo informações do Ministério de Minas e Energia, durante a vigência do horário diferenciado está prevista uma redução média de 5% no consumo no horário de pico, que vai das 18h às 21h. O horário de verão é adotado em função do aumento da demanda por energia nesta época do ano, resultante do calor e do crescimento da produção da indústria com a aproximação do Natal.
O Norte e Nordeste não aderem à mudança, porque o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) avaliou que a economia nesses mercados é pouco expressiva, e não justifica a participação. Porém, segundo estimativas do ONS, o horário de verão, nas regiões onde será aplicado, irá proporcionar uma economia de cerca de R$ 280 milhões – o valor é praticamente o dobro da economia alcançada no ano passado, que chegou a R$ 130 milhões. Isso vai acontecer porque as usinas térmicas, cuja energia é mais cara, precisarão ser acionadas com menor frequência.
Além da economia pouco expressiva de energia, os estados do Norte e Nordeste não aderem ao horário porque sua posição geográfica não favorece um aproveitamento maior da luz natural no verão, como ocorre nas demais áreas. De acordo com o ministério, por estarem mais próximos da linha do Equador, nesses locais incidem menos raios de luz ao longo do dia nos meses de verão.
FOTO: Shutterstock
O horário de verão iniciará neste domingo.
Os relógios devem ser adiantados em uma hora
