Mara Pante – [email protected]
À meia-noite de hoje, sábado, 25, todos os relógios devem ser atrasados em uma hora. O sábado ganha mais uma hora e dá fim à edição 2011/2012 do horário de verão, que bateu recordes em duração. Foram 133 dias, 7 dias a mais que no ano passado. O Horário de Verão 2012, iniciou em 16 de outubro de 2011.
A redução na demanda chegou a 5,1% em toda a área de concessão. O principal objetivo do Horário de Verão é a redução da demanda máxima do Sistema Interligado Nacional de Energia Elétrica durante a faixa de maior consumo, das 18h às 23h. Conforme estudos do Operador Nacional do Sistema – ONS – a redução foi de aproximadamente 5,1% na demanda durante o horário de ponta no Rio Grande do Sul, correspondendo a aproximadamente 230 MW.
Na área de concessão da AES Sul, que atende 118 municípios no Rio Grande do Sul, também houve uma redução de 5,1% na demanda, com economia de até 82 MW, equivalentes ao consumo residencial de um município como São Leopoldo, no Vale do Sinos, com aproximadamente 214.000 habitantes. Ou Alegrete e Uruguaiana na Fronteira Oeste, que, somados, têm 204.000 habitantes.
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A meia noite de hoje será necessário atrasar o relógio em uma hora
ECONOMIA MENSAL
Já o impacto verificado no consumo mensal de energia elétrica foi de 0,5%, representando uma economia de 4.680MWh/mês, que equivale ao consumo de um município como Bom Princípio no Vale do Caí, com 11.800 habitantes, ou Jaguari, na Região Central, com 11.500 habitantes. O horário de verão se traduz, também, em benefícios para os clientes de energia elétrica, pois a redução na demanda e no consumo posterga a necessidade de investimentos para atender à maior necessidade de energia no horário de ponta, além da economia de combustível na geração térmica para garantia da confiabilidade em determinadas áreas.
NO BRASIL
A medida abrangeu o Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Distrito Federal e Bahia, que voltou a adotar a medida, após oito anos fora da mudança. Os demais estados das regiões Norte e Nordeste não adotam o Horário de Verão, devido à proximidade da Linha do Equador, o que faz com que a duração dos dias não apresente alterações significativas ao longo do ano e faria com que o Horário de Verão tivesse efeito praticamente nulo nesses estados.
A economia no sistema elétrico interligado brasileiro, de acordo com avaliações do ONS, deverá ser de 4,7% de redução na demanda máxima, superando o valor de 2.777 MW, o que equivale, aproximadamente, a 40% da carga de Minas Gerais no horário de ponta.
Já a redução do consumo de energia deverá atingir 290 MWmed, correspondente a 0,5% da carga dos subsistemas Sul e Sudeste/Centro-Oeste ou a 38% do consumo médio de uma cidade do porte de Brasília, com 2,5 milhões de habitantes. Os valores oficiais serão divulgados duas semanas após o término do Horário de Verão, pelo ONS.
LINHA DO TEMPO
Desde 2008, através do Decreto 6.558, foram fixadas datas para seu início e término: ficou definido que, todos os anos, a medida entra em vigor sempre à zero hora do terceiro domingo de outubro e se estende ao terceiro domingo de fevereiro do ano seguinte. No ano em que houver coincidência entre o domingo previsto para o término do Horário de Verão e o domingo de Carnaval, o encerramento ocorre no domingo seguinte, como aconteceu na edição atual.
· A adoção do Horário de Verão é bastante antiga, foi usada durante as guerras mundiais, com finalidades econômicas, evitando a geração térmica a óleo e carvão. O primeiro país a adotá-lo foi a Alemanha, em 1916, durante a 1ª Guerra Mundial.
· Esta é a 38ª edição do Horário de Verão brasileiro. Foi adotado 11 vezes entre 1931 e 1968, de forma descontinuada, voltando depois no verão 1985/1986 e a partir daí em todos os anos, durante 27 edições consecutivas.
· Além do Brasil, o Horário de Verão é implementado em aproximadamente 90 países, como na União Europeia (entre março e outubro) e América do Norte (de março a novembro), além do Líbano, Jordânia, Síria e Cuba. No Hemisfério Sul, a medida é adotada na Austrália, Nova Zelândia, Namíbia, Chile, Paraguai e Uruguai, entre outros países (normalmente começando em setembro ou outubro e terminando em março ou abril).