Ana Souza
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Diversos momentos especiais marcaram as homenagens realizadas pelo Templo de Umbanda Pai Ogum Beira-Mar e Mãe Oxum, para São Jorge Guerreiro. Na manhã do dia 23 de abril, data alusiva ao Santo Guerreiro – conhecido na religião da Umbanda como o orixá Ogum – foi realizada uma alvorada festiva, seguida de queima de fogos de artifício e café da manhã.
O ponto marcante ocorreu no sábado, dia 26. Com saída às 10h, da sede do Templo localizado na Rua Cambará, Bairro Jardim Esmeralda, aconteceu a 13ª Carreata de São Jorge Guerreiro. Integrantes e simpatizantes do Templo percorreram, em carreata, o trajeto que seguiu pelas ruas Cambará, Avenida Euclides Kliemann, Carlos Schwarowsky, Avenida Presidente Castelo Branco, Euclides Kliemann, Marechal Floriano Peixoto, Avenida João Pessoa, Tenente Coronel Brito, Capitão Fernando Tatsch, Marechal Floriano Peixoto, Avenida Euclides Kliemann, Rua Cambará e retorno à sede.
À frente dos veículos participantes vinha o carro conduzindo as bandeiras do Templo, de Santa Cruz do Sul, do Rio Grande do Sul e do Brasil, em seguida a imagem de São Jorge no caminhão dos Bombeiros. O próximo veículo trazia a estátua, em tamanho real, de São Jorge. Após, o caminhão com as baianas que acenavam ao longo do trajeto com lenços brancos decorados por fitas vermelha e verde, as cores do orixá Ogum. Ao final a carreata, diversos carros seguiram acompanhando o trajeto.
Os festejos culminaram durante a noite, com a Festa de Ogum e jantar de confraternização. Na ocasião todos reverenciaram o orixá e receberam bênçãos. Segundo o Babalorixá do Templo, Antônio de Ogum, o objetivo do evento é propagar a cultura das religiões afro-brasileiras e oportunizar à comunidade um momento de fé e devoção a São Jorge Guerreiro.
Fotos: Ana Souza
Carreata, com a imagem de São Jorge, percorreu as principais ruas de Santa Cruz
Homenagens seguiram durante a noite, com a Festa de São Jorge
Um guerreiro de fé
Quando Diocleciano era imperador de Roma, em torno do século 3 d.C., havia em seu Império um jovem e destemido soldado chamado Jorge, nascido na antiga Capadócia, região que atualmente pertence à Turquia. Filho de pais cristãos, Jorge aprendeu desde ainfância a temer a Deus e a crer em Jesus como seu salvador pessoal.
Após a morte de seu pai, mudou-se para a Palestina com sua mãe e lá foi promovido a capitão do exército romano devido a sua dedicação e habilidade, o imperador conferiu-lhe o título de conde. No alge de sua juventude, aos 23 anos passou a residir na corte imperial em Roma, exercendo altas funções.
Neste período o imperador Diocleciano arquitetava planos de matar todos os cristãos. Ao chegar o dia em que o senado iria confirmar o decreto imperial, Jorge levantou-se no meio da reunião declarando-se espantado com a decisão, afirmando que os ídolos adorados nos templos pagãos eram falsos deuses. Todos ficaram atônitos ao ouvirem estas palavras de um membro da suprema corte romana, defendendo com grande ousadia a fé em Jesus Cristo como Senhor e salvador dos homens.
Por manter-se fiel a Jesus, Jorge foi torturado de várias formas pelo Imperador que tentou fazer com que ele desisti-se de sua fé. Não obtendo êxito, mandou degolar o jovem no dia 23 de abril de 303. Por sua devoção, São Jorge tornou-se um guerreiro de fé e por isso sua imagem é lutando, montado em um cavalo branco, com um dragão feroz.