EVERSON BOECK
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A profissão de garçom, comemorada dia 11 de agosto, é uma das que mais fazem parte da cultura popular. O atendimento, quase sempre personalizado, faz com que o garçom se torne, em alguns casos, um personagem folclórico de bares e restaurantes. As empresas do setor alimentício sem uma boa equipe de garçons certamente não conquistam o sucesso.
Essa é uma das poucas profissões em que se avalia o profissional ao contrário. Ou seja, quanto menos ele for notado, melhor estará fazendo seu serviço. Não chamar atenção, nesse caso, não é desmerecimento, é competência. Ninguém gosta de ser interrompido por um garçom que quer, desesperadamente, anotar o pedido ou quando, sem querer, esse profissional, às vezes desastrado, derruba a bandeja sobre o cliente.
A técnica neste trabalho também é muito importante, constituindo-se um verdadeiro malabarismo o ato de carregar tantos pratos e travessas, sem perder a elegância. Qualquer deslize pode chegar a custar o emprego. Ter técnica é importante, mas o que vale mesmo é o atendimento afetuoso. Para os leigos, o garçom cativante é o melhor, porém a simpatia tem de ter limite. Importante mesmo é o garçom ter sensibilidade, perceber quando e como se aproximar, ser atencioso sem ser invasivo, enfim, gentil sem ser inconveniente.
Maior vantagem é conhecer pessoas
Trabalhando desde os 19 anos na profissão, Aldoir da Silva, hoje com 24, atua como garçom no Restaurante e Churrascaria Centenário, localizado na Rua Tenente Coronel Brito. Natural de Salto do Jacuí, ele conta que começou na atividade em Porto Alegre, trabalhando em um restaurante de familiares. “Eu estava muito longe da família e minha namorada estudava aqui na Unisc. Então, como já tinha adquirido certa experiência, procurei emprego aqui e resolvemos morar juntos. Assim ficaria com ela e mais perto dos meus pais”, relata.
Em relação ao mercado, Aldoir frisa que é amplo. “Para o bom profissional sempre tem emprego, mesmo para quem é iniciante desde que esforçado e dedicado”, enfatiza. Para ele, uma das vantagens da atividade é a relação com as pessoas. “Esta profissão te permite conhecer várias pessoas e se você cativa os clientes acaba criando um vínculo. Isso abre portas”, destaca.
Uma das maiores dificuldades enfrentadas pelos garçons, segundo Aldoir, é na questão dos horários. “Ainda que seja gratificante em muitos momentos, o trabalho é muito puxado. Não dá tempo para fazer coisas fora de hora, sábados, domingos, feriados”, explica. Outro ponto destacado por ele é no aspecto de valorização. “Muitas vezes o garçom é tratado com má educação e antipatia por alguns. As pessoas esquecem que estamos ali porque queremos pagar nossas contas e crescer na vida. Por isso esta data é importante, porque nos valoriza, coisa que nem sempre acontece no dia-a-dia”, observa.
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Aldoir: “Mercado é amplo”
13 anos de experiência
Quando se mudou para Santa Cruz do Sul, há 13 anos atrás, Jardel Freitas, não perdeu a oportunidade que surgiu para trabalhar como garçom. Desde então, não saiu mais da função. Hoje, com 32 anos, ele trabalha durante o dia na atividade e, à noite, como vigilante.
Casado, pai de dois filhos, Jardel conta que inicialmente trabalhava em apenas uma empresa, mas com o tempo conseguiu conciliar dois empregos. “Com os anos comecei a atuar em duas empresas diferentes, porém na mesma função. Depois consegui o emprego de vigilante, mas não deixei de ser garçom”, conta.
Atualmente, Jardel, que é natural de Rio Pardo, trabalha no Restaurante Gelada, localizado na Rua Gaspar Silveira Martins. Para ele, a experiência do trabalho como garçom também proporciona outras atividades ligadas à profissão. “Você trabalhando bem e procurando sempre aprender coisas novas, se aperfeiçoar, você pode atuar em eventos e copas em festas. É mais um extra no orçamento”, explica.
Conforme Jardel, uma das dificuldades que os garçons enfrentam em Santa Cruz do Sul é no aspecto sindical. “Pelo que ouço dos colegas de profissão, todos sentem falta de uma entidade local que os represente e os ampare. Se existe aqui é pouco conhecida. Tenho muitos amigos que trabalham em locais que não pagam, na atividade noturna, os 10% dos pagamentos que estão previstos em lei para o garçom”, lamenta.
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Jardel: “Experiência do trabalho proporciona outras atividades”