Tiago Mairo Garcia
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Além de trazer problemas e prejuízos em várias áreas do Município, a forte chuva que caiu no final da tarde da última quinta-feira, 28, expôs a fragilidade do sistema de escoamento pluvial da área urbana de Santa Cruz do Sul. Conforme dados da Defesa Civil, foram registrados 112 milímetros de chuva no período, precipitação que gerou uma série de alagamentos em diversos pontos da cidade.
Em entrevista concedida ao Riovale na manhã de sexta, 29, no pavilhão 3 do Parque da Oktoberfest, a prefeita Helena Hermany confirmou a necessidade do Município implantar, a longo prazo, um projeto de macrodrenagem para agilizar o escoamento das águas e evitar a ocorrência de alagamentos nas vias urbanas.
Segundo a Prefeita, hoje o Município não possui um projeto elaborado para a área e confirma ser um problema que precisará ser resolvido a longo prazo. Sobre a enxurrada registrada, a chefe do Executivo destacou que ainda não tinha visto algo parecido. “A cada chuva forte a gente observa estes problemas e ontem (quinta) foi um caso excepcional. Tanta água em tão pouco tempo a gente não tinha visto aqui, em Santa Cruz”, avaliou. “A cidade precisa estar preparada para todo e qualquer evento. Vamos trabalhar nos casos mais urgentes agora e nos debruçar em soluções a longo prazo. A nossa cidade está crescendo muito e temos que pensar no futuro para que casos como este não se repitam”, disse a Prefeita.
Ouvido sobre o assunto, o vice-prefeito e secretário Municipal de Planejamento, Orçamento e Gestão, Elstor Desbessell, confirmou a realização de um estudo inicial sobre o assunto. “Nossa ideia é elaborar um grande projeto hídrico que possa dar conta da vazão para os próximos 30, 40 anos. As galerias atuais já não comportam mais a quantidade de água”, frisou Desbessell, em nota enviada por sua assessoria.
Chuva torrencial causou danos em uma hora
A forte chuva registrada no final da tarde de quinta, 28, promoveu cenas jamais vistas na área urbana de Santa Cruz do Sul. A precipitação, que durou aproximadamente uma hora, entre às 18h30 e 19h30, provocou alagamentos no Centro e bairros do Município.
Diversos pontos da cidade ficaram completamente alagados com a água, vindo a invadir casas e estabelecimentos comerciais. A chuvarada também gerou transtornos no trânsito, com acessos sendo interrompidos em razão da água acumulada nas vias, com os motoristas buscando rotas alternativas para desviar dos alagamentos.
Conforme o coordenador da Defesa Civil, Anderson Matos, os problemas ocorreram em toda a cidade, não sendo possível ainda se ter uma dimensão dos prejuízos causados pela enxurrada. “Não houve desabrigados, apenas desalojados, ou seja, pessoas que temporariamente tiveram que se deslocar para a casa de parentes ou conhecidos”, disse. Matos informou ainda que, conforme o Corpo de Bombeiros e a Brigada Militar, não houve registros de pessoas feridas, nem desaparecidas.
Em reunião com a prefeita Helena Hermany na manhã de ontem, 1º, no salão nobre do Palacinho, uma força-tarefa foi montada para dar sequência aos trabalhos de reparação dos estragos causados pela enxurrada. Sob coordenação da Defesa Civil, oito frentes de trabalho envolvendo as secretarias operacionais foram formadas e vão concentrar esforços nos bairros Santo Inácio, onde fica a antiga Vila Verena, e Várzea, os mais atingidos pela grande quantidade de água que caiu sobre a cidade. A operação consiste principalmente na limpeza das bocas de lobo e no recolhimento de móveis destruídos e de galhos e entulhos.
A Prefeita pede a colaboração da comunidade para que aguarde, pois as equipes chegarão a todos os locais onde há necessidade de atuação do poder público. “Vamos começar por esta parte da cidade que foi a mais atingida e gradativamente iremos para outras comunidades”, disse Helena Hermany. A Prefeitura segue trabalhando no levantamento dos prejuízos materiais. Até o final desta semana, o relatório deverá estar concluído, quando então será definido se o Município vai decretar ou não situação de emergência.