As primeiras duas semanas de agosto apresentaram uma redução de 64% no número de notificações de suspeitas de gripe A no Estado em comparação com o mesmo período do mês passado, quando foi registrado o pico de doença no RS. Entre os dias 1º e 14 de julho, foram registrados 936 casos de pacientes internados por problemas respiratórios de maior gravidade, enquanto do dia 29 de julho a 11 de agosto as notificações caíram para 338.
Os números foram apresentados pelo Centro Estadual de Vigilância em Saúde (CEVS) ao Comitê Estadual de Enfrentamento à Influenza, em reunião nesta terça-feira, 21, na Secretaria Estadual da Saúde (SES). Formado por representantes dos municípios, hospitais, sociedades médicas e técnicos da SES, o comitê monitora a situação da doença e, junto ao Ministério da Saúde (MS) e aos municípios, garante o reforço de medidas quando necessário e está discutindo as perspectivas do enfrentamento à doença em 2013.
O registro dos casos considera a semana de início dos sintomas, e somente são notificados aqueles em que os pacientes chegam a ser hospitalizados por Síndrome Respiratória Aguda Grave, caracterizada por dispneia (falta de ar), tosse e febre. São esses os casos onde é coletado material para exames, enviados ao Laboratório Central do Estado (Lacen/RS), que realiza a identificação do vírus envolvido.
Até o momento, o RS já teve 3.191 casos desses, dos quais 452 foram confirmados para Influenza A H1N1. Dos 936 casos com inícios de sintomas nas 27ª e 28ª semanas do ano (1º a 14 de julho), 162 confirmaram ser por gripe A, enquanto dos 338 casos das semanas número 31 e 32 (29 de julho a 11 de agosto), apenas seis até o momento já deram positivo para H1N1 – número que pode sofrer alteração, porque ainda há casos em investigação.
Distribuição de tratamento supera em 100% o ano anterior
Com o término da campanha de vacinação e o crescimento dos casos a partir do início de junho, a principal estratégia de enfrentamento por parte da Secretaria Estadual da Saúde (SES) frente à gripe A foi o reforço no tratamento. Ao todo, já foram distribuídos aos municípios mais de 220 mil tratamentos antivirais com Oseltamivir, medicamento de nome comercial Tamiflu.
Essa quantidade é mais de 100% superior ao distribuído em todo o ano passado, quando aproximadamente 106 mil caixas do produto (cada uma com 10 comprimidos, para o uso por cinco dias) foram repassadas aos municípios. Além disso, a SES mantém em estoque mais de 200 mil tratamentos.
O Rio Grande do Sul foi um dos Estados pioneiros na adoção desta estratégia, junto com o Paraná. Até 2011, a recomendação do Ministério da Saúde (MS) era a prescrição do Oseltamivir apenas para os casos graves hospitalizados ou casos de síndrome gripal portadores de fatores de risco, como doenças crônicas. Por iniciativa da SES, o medicamento passou a ser indicado a todos os casos suspeitos de síndrome gripal atendidos ambulatorialmente, independente da presença de fatores de risco, ação que foi adotada pelo Ministério para todo o país.
Este ano, o RS já tinha tornado a dispensação gratuita do medicamento mais fácil, determinando que não fosse mais necessário o preenchimento do Formulário de Dispensação por parte do médico com dados do paciente, documento que era utilizado para levantamento epidemiológico. Em julho, com o objetivo facilitar o acesso da população ao medicamento, a Anvisa retirou o antiviral da lista de substâncias sujeitas a controle especial. Com isso, ele pode ser retirado, sem custo algum, em unidades públicas de saúde com apresentação somente de receita médica simples, sem necessidade de retenção de uma via no estabelecimento.
Assessoria de Comunicação da SES