EVERSON BOECK
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Após 4 dias em greve, os trabalhadores da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos em Santa Cruz do Sul começaram a voltar ao trabalho ontem, 28. De acordo com o sindicato da categoria no estado (Sintect-RS), em assembleias realizadas na noite de quinta-feira, 27, funcionários de todo o Brasil optaram pelo término da paralisação. A decisão aconteceu após o julgamento do dissídio coletivo dos Correios pelo Tribunal Superior do Trabalho (TST), em Brasília.
Por unanimidade, o tribunal determinou reajuste salarial de 6,5% aos empregados da estatal, retroativo a 1º de agosto. O índice supera os 5,2% oferecidos pelos Correios, que cobriria apenas a inflação dos últimos 12 meses. Além disso, a demanda da categoria, no início das reivindicações, era por reajuste de 43,7%, índice que compensaria perdas com a inflação dos últimos anos.
Conforme o diretor da Subsede do Sintect-RS de Santa Cruz do Sul, Décio Custódio, embora não atenda totalmente às expectativas, o aumento foi aceito pelos trabalhadores. “Nossa principal vitória foi em relação ao plano de saúde, que não deverá ter alterações ou, no mínimo, deverão ser negociadas com a categoria, caso necessárias”, sublinha.
O novo modelo, que faria a terceirização do serviço para atender normas da Agência Nacional de Saúde (ANS), prejudicaria os funcionários, de acordo com o sindicato. O plano é administrado pela própria empresa; com a mudança, iam ser cobradas mensalidades dos trabalhadores. No modelo atual, os funcionários dos Correios pagam o percentual do plano em cima do serviço utilizado.
O TST determinou ainda que os dias parados sejam compensados pelos trabalhadores nos próximos seis meses, sem o desconto nos salários.
ROLF STEINHAUS
Greve durou quatro dias em Santa Cruz do Sul. Funcionários voltaram
ao trabalho ontem