EVERSON BOECK
[email protected]
Depois de uma assembleia realizada na manhã desta segunda-feira, 24, os correios aderiram à greve deflagrada na maioria das cidades do País na terça-feira passada, 18, pela categoria. A paralisação, por tempo indeterminado, foi deflagrada devido a reivindicações como plano de saúde sem alterações, reajuste salarial, melhores condições de trabalho e ampliação do número de funcionários.
Conforme o diretor de Subsedes dos Correios do Interior do RS, Cleber Soares, um dos objetivos da greve é que a empresa conceda o reajuste salarial de R$ 200,00 linear, mais a inflação (5,2%) e melhores condições de trabalho. “A nossa principal reivindicação é em relação ao plano de saúde, o qual queremos que siga sem alterações. Sobre as perdas salariais dos últimos dez anos, que somam 43%, solicitamos um planejamento por parte da estatal para este pagamento, não precisa ser tudo de uma vez só”, garante.
Segundo Soares, a categoria está desmotivada pelas mudanças que poderão ser implantadas. “Muitas pessoas ingressaram na atividade porque viram o trabalho de carteiro como uma boa oportunidade em função do plano de saúde que era oferecido. Compartilhávamos 10% do valor com os Correios, mas agora querem aumentar para 50%. É inviável”, considera. Atualmente o salário dos funcionários é de R$ 932,00.
De acordo com o diretor da Subsede de Santa Cruz do Sul, Décio Custódio, no Brasil, já são 25 sindicatos em greve e, no município, dos 38 funcionários 31 estão em greve. Outro grande problema enfrentado pela categoria é a falta de funcionários. “Para a demanda de Santa Cruz do Sul seria necessário contratar pelo menos mais 10 funcionários, mas a previsão é de que apenas três pessoas sejam chamadas”, garante.
Segundo Custódio, o volume anual de correspondências vem aumentando de 10% a 20% a cada ano e o número de funcionários pouco muda. “Muitos lugares, loteamentos novos, ainda não há cobertura de entrega porque não temos efetivo para isso”, lamenta. Está prejudicado o serviço de entrega de correspondências e somente o Sedex está funcionando.
Décio e Cleber consideram que esta greve é uma das maiores já realizadas. “A paralisação do ano passado teve a adesão de 17 funcionários, este ano é quase o dobro. Isso mostra que nossa categoria está realmente insatisfeita com o quadro atual. Lamentamos que a comunidade seja prejudicada com esta situação”, comentam.
Hoje à tarde, deve acontecer uma reunião em Brasília para fazer uma proposta aos Correios. Hoje, Custódio estará em Venâncio Aires e Lajeado para tratar da possibilidade desses municípios aderirem à paralisação e ampliar o movimento.
FOTOS: ROLF STEINHAUS
Durante a tarde desta segunda-feira, grevistas estiveram em frente à
agência da Rua Venâncio Aires, esquina com a Julio de Castilhos
Em Santa Cruz do Sul, dos 38 carteiros, 31 funcionários estão em greve
Custódio: “Para Santa Cruz do Sul seria necessário
contratar pelo menos mais 10 funcionários”
Soares: “nossa principal reivindicação é em relação
ao plano de saúde”
