O governador José Ivo Sartori e o secretário estadual da Educação, Vieira da Cunha, reuniram-se na manhã desta quarta-feira (07) com a direção do Cpers/Sindicato. O encontro, na sede da entidade, serviu para sinalizar a postura de diálogo que o novo governo terá com a categoria.
“Do nosso lado não haverá nenhum preconceito com o Cpers, e esperamos que também não tenham conosco”, disse o governador, reafirmando que pretende ouvir sempre a categoria durante qualquer processo de construção.
Na mesma linha, Vieira pediu a parceria dos educadores: “Entendemos que na luta que vamos empreender para elevar o nível da educação pública do Estado, a parceria com os professores é imprescindível. Então, a vinda do próprio governador do Estado à sede da entidade é uma demonstração de que não abrimos mão do entendimento com a categoria”, disse Vieira.
A presidente do Cpers, professora Helenir Oliveira, fez uma série de questionamentos, e o principal deles foi a respeito do decreto que restringe gastos em razão da delicada situação financeira do Estado.
“O governador tranquilizou a categoria e reafirmou que para a educação, uma área prioritária para o governo, o decreto prevê a excepcionalidade. Como secretário da Educação, vou manifestar as nossas carências e, evidentemente que se elas estiverem bem demonstradas, o governador não deixará de dar sua autorização tanto para o chamamento de concursados quanto para contratações emergenciais que sejam necessárias”, afirmou Vieira, que incluiu também na pauta de possíveis excepcionalidades os convênios firmados pela Secretaria.
Sobre o reajuste de 13,01% no piso nacional do magistério, anunciado nessa terça-feira (06) pelo Governo Federal, Vieira expôs detalhes da reunião que teve em Brasília com o ministro da Educação, Cid Gomes.
“Disse para o ministro que não haverá saída para o pagamento do piso, dadas as condições financeiras do Estado, sem o aporte de recursos federais. Os outros secretários foram solidários com a posição do Rio Grande do Sul, porque eventualmente aqueles que hoje estão pagando, amanhã poderão ter as mesmas dificuldades que nós estamos atravessando. Queremos que a União aporte os recursos necessários para o cumprimento da lei. O ministro da Educação acolheu nosso pleito, mas disse que não poderia, neste momento, nos dar um retorno. Cid Gomes também está assumindo agora o ministério e é natural que não tenha uma resposta pronta para esta reivindicação dos secretários de Educação de todo o país”, explicou Vieira.
Nos próximos dias, Vieira e o secretário da Fazenda, Giovani Feltes, irão avaliar a repercussão financeira do reajuste para estudar uma proposta que será enviada à categoria.
Sobre a situação dos concursados, o secretário frisou que haverá prioridade para a nomeação dos aprovados no último concurso público. “Devemos aguardar o fim do período das matrículas para fazer um balanço geral, verificar eventuais carências e supri-las, dando prioridade aos concursados. Quem fez o concurso público terá prioridade. Se o banco não suprir a carência, vamos lançar mão dos contratos. O que não vai acontecer é deixar crianças sem o atendimento adequado, pois elas têm o direito à educação assegurado pela Constituição, o que será respeitado por nós”, afirmou.