LUANA CIECELSKI
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Natural de Santa Cruz do Sul, mais precisamente de Cerro Alegre, Sérgio Moraes, aos 58 anos, se considera um galo de rinha no quesito política, mas também um vovô bobo e coruja no quesito vida pessoal. Já foi vereador do município de 1982 a 1990, deputado estadual de 1991 a 1996, prefeito de Santa Cruz de 1997 a 2004 e desde 2006 atuava como deputado federal pelo Rio Grande do Sul em Brasília. Polêmico e conhecido por dizer o que pensa, doa a quem doer, e por não se importar muito com o que as pessoas pensam e falam de sua personalidade, ele chegou a pensar que não se candidataria nunca mais para a Prefeitura.
Mas mudou de ideia por um conjunto de quatro fatores, conforme ele mesmo conta. Um desses motivos é puramente pessoal. “Essa rotina de ir pra Brasília toda semana, de ficar muito pouco em casa, às vezes só pra trocar a mala, está me desgastando. Eu quero estar mais perto dos meus netinhos”, conta. Os outros três motivos são políticos. O primeiro deles é a necessidade de abrir espaço para o filho Marcelo Moraes – hoje deputado estadual – ser candidato à Câmara dos Deputados. “Ele está muito preparado e eu preciso sair da frente”, explica.
Em seguida, Sérgio, explica que, apesar de ter pensado em diminuir o ritmo de trabalho a partir de agora, sentiu a necessidade de atender a um pedido que muitas pessoas tinham lhe feito. “Muitos vieram me dizer que preferiam as coisas como eram no meu governo, porque tínhamos mais saúde, mais incentivo às empresas e que naquele período todos tinham mais acesso ao gabinete”, comenta.Então, ele se deu conta de que, se ele seguisse sua ideia inicial e não atendesse o desejo dessas pessoas, de pelo menos tentar uma nova eleição, ele não estaria dando o devido valor à comunidade que o elegeu tantas vezes e agora pedia sua volta. “Então decidi sair da minha zona de conforto”, acrescenta. E por fim, ele diz que quer se eleger para “colocar uns pingos nos is, tirar quem precisa ser tirado e colocar de volta quem foi injustamente sacrificado”.
E é com essas motivações que ele vem norteando a campanha também. “Num primeiro momento apresentei as falhas e mostrei para as pessoas que o governo atual não é bem como tentam fazer parecer. Em seguida, comecei a mostrar o que já foi feito por mim e as propostas que eu tenho para as mais variadas áreas”, explica.
Se eleito, o Sérgio Moraes avô, jipeiro e mecânico, além de estar mais perto de casa e dos netos – uma menina de um ano e cinco meses, e um menino de um ano – também vai estar realizando o desejo de estar à frente, mais uma vez, do município que o levou à Brasília, e do qual ele não pretende sair mais. A não ser para viajar de motorhome, outra de suas paixões.
PROPOSTAS
Segurança
Para Sérgio, a Segurança é um dever do Estado e da União, e dentro desse contexto, ele considera que as Prefeituras nem possuem as ferramentas para fazer grandes mudanças, porém ele também aponta que pretende retomar algumas atividades do seu antigo governo municipal. Entre elas, a instalação de mais câmeras, o aparelhamento da Guarda Municipal, para que essa possa ter um poder de polícia maior e os convênios com a Brigada Militar. “Eu costumava comprar viaturas, mantinha aberta e em funcionamento uma oficina para os carros da polícia, ajudava no combustível e sempre que possível o contato com o governador, solicitava a ampliação do efetivo”, lembra.
Saúde
“Esse sempre foi meu carro chefe”, diz Sérgio. Lembrando dos projetos que executou, como a construção do Hospitalzinho, da abertura de uma Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) Pediátrica, do oferecimento de Ambulâncias UTIs, da implantação dos serviços de agente comunitário de saúde, entre outros, o candidato garante que a saúde continuará sendo seu principal ponto de atenção. “É pela saúde que quero ser lembrado”, garante. E por isso, vai continuar investindo na construção e abertura de postos, no oferecimento de um atendimento digno e com menos filas para a comunidade.
Educação
Aponta que o candidato a vice-prefeito João Miguel Wenzel, será o principal mediador entre Prefeitura e educação durante seu governo. “Ele tem idéias fantásticas e tem muita moral com os educadores do município”, esclarece. Fora isso, garante que vai melhorar a merenda que é oferecida nas escolas, que vai manter o piso salarial dos professores e na medida do possível pretende até melhorar o valor que é pago. Também garante que será um governo com muitos diálogos, sempre buscando atender aos pedidos e necessidades dessa classe.
Cultura
Buscará uma valorização maior do Encontro de Artes e Tradições Gaúchas (Enart), que foi um evento trazido à cidade por ele. Também tem intenção de implantar escolas de teatro e pretende incentivar sempre os grupos culturais já existentes e que possam surgir.
Meio ambiente
Considera que a liberação de 93% dos dejetos do esgoto de Santa Cruz do Sul no Rio Pardinho é algo que precisa mudar imediatamente e “não em um período de 40 anos”. Sérgio aponta que a licitação de privatização da água, que foi iniciada no governo Kelly Moraes e interrompida na troca de governo, tinha como objetivo resolver esse e outros problemas. Ele buscará resolver essa situação.
Além disso, também pretende ampliar a fiscalização em relação à preservação do Cinturão Verde e criar, junto com a Secretaria de Saúde, uma clínica veterinária que ajude a resolver os problemas em relação aos animais de ruas, como castração.