LUÍSA ZIEMANN
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Diante de um clima nebuloso no que diz respeito ao futuro da economia no Brasil e no mundo, o assunto em debate na edição de dezembro do Tá na Hora foi justamente este: “As certezas e incertezas do cenário econômico atual”. O último painel de 2022 do evento que é promovido mensalmente pela Associação Comercial e Industrial (ACI) de Santa Cruz do Sul foi conduzido por dois nomes de referência em análise financeira no panorama nacional: a economista Patrícia Palermo e a analista de investimentos Jennie Li. O tradicional encontro foi realizado na última terça-feira, 6, no restaurante do Hotel Águas Claras, e reuniu dezenas de empresários de toda a região.
O bate-papo foi ministrado por duas mulheres reconhecidas nacionalmente na área. Mestre e doutora em Economia pela Ufrgs, Patrícia Palermo é professora universitária e tem vasta experiência em consultoria, assessoria e análise de conjuntura para empresas, entidades e cooperativas de crédito. Formada em Engenharia Civil pela Cornell University e no programa Chartered Financial Analyst, dos Estados Unidos, Jennie Li é estrategista da XP Investimentos. Atuou no mercado internacional como analista da J.P. Morgan Asset e do J.P. Morgan Private Bank, em Nova Iorque, onde conduzia pesquisas sobre economia e mercados globais, e também a publicação Guide to the Markets nas versões norte-americana e para a América Latina.
Para Patrícia, o momento é de apreensão no Brasil. “Tem uma metáfora que define bem a situação: neste processo de transição de governo, nós começamos uma operação onde não sabemos ainda quem é o cirurgião-chefe. Começamos a abrir o paciente, já tomamos algumas decisões importantes e sequer sabemos o nome desse cirurgião”, explica a consultora, se referindo à indefinição no que diz respeito a quem será o futuro ministro da Economia, ainda não definido pelo presidente eleito Luís Inácio Lula da Silva (PT). “O nome é relevante porque as pessoas têm um passado. Mas algumas certezas são muito claras. A gente vai continuar a nossa luta contra a inflação, o que vai exigir da economia brasileira viver por mais tempo com taxas de juros elevadas.”
Jennie Li observa que o cenário previsto para 2023 é mais cauteloso, depois de um 2022 generoso no que diz respeito ao mercado financeiro. “O Brasil acabou se tornando um grande destino de investidores estrangeiros e, daqui para frente, por conta das incertezas políticas teremos um pouco mais de cautela para o próximo ano”, explica. “O cenário global é díficil e o cenário nacional ainda está nublado, por isso já vemos o movimento das empresas segurando um pouco mais para ver o que vai acontecer em relação a economia do País.” O Tá Hora conta com o patrocínio da JTI, BRDE, Philip Morris Brasil, Unisc, BAT Brasil, Safe Investimentos – XP, Universal Leaf e Gazeta Grupo de Comunicações.