Alyne Motta – [email protected]
Nem o frio e a chuvinha fina que caia em Santa Cruz do Sul, no fim da tarde e durante a noite de sábado, 28 de abril, impediram quem um grande número de pessoas estivessem no Anfiteatro da Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc), para prestigiar a noite de exibições do 1º Festival de Cinema.
As exibições iniciaram às 18h, com o Cine Recreio, seguido da Mostra Regional e Mostra Universitária. Essas duas últimas receberam inscrições vindas de diversos estados. Por questão de critérios e regulamentos, dois curtas-metragens participaram como Regional e quatro da Universitária.
O melhor filme Regional ficou com “Eletrônica Lau: de Décio Lau desde 1955”, um documentário produzido por Fábio Goulart. Na categoria Universitária o filme “Nego”, uma ficção da Universidade Anhembi-Morumbi, dirigida por Armando Fonseca, conquistou o prêmio.
“Não tenho palavras para este momento. Só tenho a agradecer a Carine Immig, que me colocou no caminho do audiovisual, ao professor Jair Giacomini pelo apoio, ao seu Décio Lau, por me permitir gravar sua história, e a este festival, por me dar espaço de participar”, declarou Fábio.
Ricardo Wendland
Fábio Goulart com o prêmio conquistado na Mostra Regional
O júri que escolheu os melhores filmes, nas duas categorias, foi composto pelo arquiteto Ronaldo Wink, pelo jornalista e poeta Romar Beling, pela coordenadora municipal de Cultura, Marli Silveira, pela agente cultural Janine Pfaffenzeller e pela professora Carmen Costa.
MOSTRA COMPETITIVA
Após uma esticada nas pernas, como brincou o produtor Daniel Gaggini, iniciou às 20h30 a Mostra Competitiva. A cada ano, a organização do Festival vai homenagear pessoas ligadas ao cinema. A primeira da lista foi a diretora e cineasta santa-cruzense Liliana Sulzbach, por todos seus feitos pela 7ª arte.
Por motivos técnicos, não foi possível exibir o documentário A invenção da infância, primeira produção de Liliana para o cinema. O mesmo traz uma reflexão sobre o que é ser criança no mundo contemporâneo. “É uma pena não conseguir mostrar o filme, mas fica aqui nossa homenagem”, explicou Daniel Gaggini.
Na mostra Competitiva, cinco filmes estavam disputando o premio de Melhor Filme: “O plantador de quiabos”, de São Paulo; “On side”, uma produção brasileira com o Reino Unido; “Ao meu pai com carinho”, ficção de São Paulo; “A menor distância entre dois pontos”, uma ficção brasiliense.
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Eu não quero voltar sozinho foi eleito Melhor Filme na Mostra Competitiva
O último filme exibido foi “Eu não quero voltar sozinho”, uma ficção de São Paulo, dirigida por Daniel Ribeiro, que conquistou o voto do público e recebeu o prêmio. O curta-metragem conta a vida de um adolescente cego, que muda completamente com a chegada de um novo colega.
AVALIAÇÃO
Para o realizador Daniel Gaggini, o evento foi um sucesso. “Foi muito positivo. Estamos plantando uma semente e sabemos que estamos no caminho certo. Agora vamos nos preparar para que no ano que vem seja melhor e o público compareça ainda mais”, declarou ele após o anuncio dos vencedores.
“O piloto deu certo”, acrescentou o realizador e produtor de cinema sobre a experiência do Festival. A afirmação é baseada no número de filmes inscritos, preenchimento rápido das vagas para oficinas ministradas, até o público que se fez presente na noite de sábado.
Ricardo Wendland
Patrícia e Daniel estiveram à frente de todo Festival
De acordo com Marli Silveira, uma das realizadoras do Festival, o primeiro passo foi dado. “É um momento que vai se perdurar e espero que se repitam outras inúmeras vezes” declarou ela, onde parafraseia Fernando Pessoa, que diz “tudo vale a pena, quando a alma não é pequena”.
O Festival de Cinema de Santa Cruz do Sul foi uma realização da Prefeitura de Santa Cruz do Sul, idealizado e produzido pela Muk Produções, Patrícia Vilela e Daniel Gaggini Produtores Associados, com correalização do Serviço Social do Comércio (Sesc) de Santa Cruz do Sul.
Ricardo Wendland 
Todos os participantes do 1º Festival de Cinema de Santa Cruz do Sul
Insanus in Cena
Enquanto o voto popular era contabilizado, foi exibido o curta-metragem, de cinco minutos, produzido pelos alunos das oficinas de Cinema e Interpretação, realizadas durante a semana do Festival de Cinema. A produção foi feita pelos 50 alunos, sendo concebido em 6 horas e filmado em outras 6.
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Grupo que produziu Insanus in Cena
Com locações em diversos pontos da cidade, Insanus in Cena se passa justamente durante uma oficina e segue a imaginação de alguns participantes durante o momento de se apresentarem aos colegas. No meio dos devaneios, mostra as peripécias de um participante até chegar à oficina.
