Alyne Motta
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Divulgação/RJ
Norte-Sul e Tronco-Sul devem se unir no Vale do Rio Pardo, tornando trajeto único até Rio Grande
Na segunda-feira, 22 de abril, ocorreu uma audiência pública promovida pela Comissão de Economia e Desenvolvimento Sustentável da Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul, com o objetivo de debater os traçados da Ferrovia Norte-Sul, que ligará o país de uma ponta a outra.
Durante o encontro, a Valec, estatal ligada ao Ministério dos Transportes, representada pelo diretor de operações Bento Lima, mostrou uma possibilidade de a região servir de entroncamento entre as ferrovias Norte-Sul e Tronco-Sul, uma estrada de ferro já existente entre as cidades de São Paulo e Porto Alegre.
Segundo o vereador de Santa Cruz do Sul, Paulinho Lersch, a presença da região em Brasília tem contribuído muito para colocar o Vale do Rio Pardo no mapa ferroviário. “Fomos surpreendidos com a apresentação dos dois traçados que se unem na região”, comentou.
Marcelo Bertani
Audiência pública debateu o assunto no plenarinho da Assembleia Legislativa
Paulinho afirma que é necessário pensar grande para obter sucesso. “Precisamos todos lutar por um traçado que nos contemple para, posteriormente, debater a localização”, explicou o vereador. “Estamos no caminho certo, mas precisamos ainda de muita mobilização política”, acrescentou.
A definição do traçado só será feita após os estudos técnicos, econômicos e ambientais. De acordo com o deputado Heitor Schuh, a audiência pública trouxe um tanto de decepção. “Esperávamos mais definições sobre o assunto. Tudo o que foi sugerido, foi aceito”, declarou em entrevista por telefone.
Heitor ainda comentou que a criação de comissões é fundamental para debater o assunto. “Precisamos nos unir para construir este traçado. Depois de decidido, nada mais poderá ser feito”, afirmou. A previsão é que os estudos técnicos sejam concluídos até o fim de 2013.
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Tronco-Sul existe até a cidade de Roca Sales, com estudos de aumento até Rio Pardo.
Norte-Sul vem de São Miguel do Oeste/SC passar por Santa Maria até Rio Pardo.
Traçado único deve partir de Rio Pardo e seguir até Rio Grande. Há possibilidades de criar uma rota de Santa Maria até Uruguaiana
A NORTE-SUL
A ferrovia parte de Belém, no Pará, com destino a Rio Grande, no Rio Grande do Sul, fazendo com que a mesma seja um tronco central, cruzando o Brasil de Norte a Sul. A criação da ferrovia é estratégica para o desenvolvimento gaúcho e faz parte da retomada do transporte ferroviário.
Entre os benefícios está a redução do custo do produto interno, além de gerar um alívio para as rodovias estaduais (RS) e federais (BR) e gastos menores com construção e manutenção das estradas, uma vez que 85% do transporte de produtos são feitos por rodovias.
O abandono de ferrovias torna-se um erro, pois se trata de um transporte barato, seguro e ambientalmente sustentável. A Ferrovia Norte-Sul passando pelo Vale do Rio Pardo, e por alguns municípios que o integram, permite que a região tenha mais um atrativo para receber investimentos de grandes empresas.
Vale do Rio Pardo aposta no modal ferroviário
O escoamento da produção continua sendo o grande desafio para o agronegócio brasileiro. Entre os projetos apresentados para reduzir custos na exportação está a ferrovia norte-sul, passando pela zona de produção do Estado gaúcho. Pelo projeto original, a ferrovia não passaria por um dos mais importantes polos produtores de tabaco no Sul do País: a região do Vale do Rio Pardo.
O encontro realizado na segunda-feira, 22 de abril, reuniu lideranças políticas e empresariais de diversos municípios no Plenarinho da Assembleia, em Porto Alegre. A proposta de um traçado que integre o Vale do Rio Pardo, região que concentra o beneficiamento do tabaco em folha, ao município de Rio Grande, onde está localizado o porto, agrada a empresários e representantes do setor.
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Setor do tabaco movimenta, em média, 25 mil containers por ano no estado
“O setor do tabaco movimenta, em média, 25 mil containers por ano somente no Rio Grande do Sul. Santa Cruz do Sul e Venâncio Aires são responsáveis por quase a totalidade deste expressivo volume transportado via rodoviária para o porto de Rio Grande”, destacou Iro Schünke, presidente do SindiTabaco, que participou da reunião.
Segundo Iro, a proposta de um traçado ferroviário que contemple a região é vista com bons olhos pelo setor como opção de logística. “É sempre bom poder contar com outros tipos de modais além do rodoviário”, acrescentou. No Rio Grande do Sul, o tabaco representa quase 13% do total das exportações, tendo sido o principal produto exportado em 2012.
EMPENHO DA REGIÃO
O assunto já vem sendo analisado há algum tempo pelo Vale do Rio Pardo. No dia 03 de abril, uma comitiva esteve em Brasília para uma reunião com Bernardo Figueiredo de Oliveira, presidente da Empresa de Planejamento e Logística (EPL), um órgão ligado ao Ministério dos Transportes.
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Comitiva esteve em Brasília apresentando propostas da região para a Norte-Sul
De acordo com o vereador de Santa Cruz do Sul, Paulinho Lersch, que esteve na reunião, foi apresentado o traçado da malha ferroviária existente (trajeto já definido que contempla a região litorânea) e a proposta levada pela comitiva (que coloca a região central na rota).
“Apresentamos nossa ideia, que tem como objetivo um traçado de forma mais central. Nossa luta é para que seja construído um ramal que faria a ligação dos municípios de (Santa Cruz do Sul, Rio Pardo, Venâncio Aires, Vera Cruz, Lajeado) até Porto Alegre/Rio Grande”, explicou Paulinho, que levou a proposta à audiência pública.
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Traçado que engloba o Vale do Rio Pardo foi entregue pelo vereador Paulinho Lersch ao governador Tarso Genro
Ainda na luta, o vereador santa-cruzense entregou nas mãos do governador Tarso Genro, no dia 05 de abril, a ideia da comissão dos munícipios que estão no traçado. “A proposta é que nossa região seja contemplada com o ramal ferroviário e, posteriormente, com a ferrovia no eixo central”, acrescentou.