Suilan Conrado
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Quem não comprou o pescado para preparar nesta Sexta-Feira Santa, ainda tem tempo. A 20ª edição da Feira do Peixe de Santa Cruz do Sul encerra hoje, às 19h nas feiras Central, dos bairros Esmeralda, Senai, Arroio Grande e Parque da Oktoberfest.
Na feira rural da Oktober, os piscicultores de linha Andrade Neves, Gilberto Müller e Eno Nestor Müller, são os responsáveis por fornecer os peixes. Participando desde a primeira edição da Feira, Eno foi um dos fundadores, e conta que há 20 anos, 300 quilos eram tudo o que os piscicultores dispunham para vender. “Não me esqueço da primeira feira. 300 peixes pra vender e às 14h já não tínhamos mais, e a fila aumentando”, relembra.
Rolf Steinhaus
O piscicultor de Linha Andrade Neves, Gilberto Müller, produz pescado há 20 anos
Duas décadas mais tarde, Eno pretende vender 3 mil kg de pescado nos dois dias de Feira e a Associação Santa-Cruzense de Produtores de Peixes espera comercializar 16 mil quilos.
Rolf Steinhaus
Piscicultor Eno Müller, um dos fundadores da Feira do Peixe: faltou peixe na primeira feira
Conforme Eno, a procura é sempre grande e o pescado mais solicitado é a Carpa Capim. “80% da minha produção é Carpa Capim, o sabor é mais suave, vende muito bem”, manifesta.
Embora morem na mesma localidade, sejam ambos piscicultores há 20 anos e partilhem do mesmo sobrenome, Eno e Gilberto não são da mesma família, “mas farinha do mesmo saco” , como diz Gilberto.
Rolf Steinhaus
80% da produção de Eno Müller é de Carpa Capim, variedade encontrada na feira a R$ 9,50 o quilo
Há 5 anos participando da Feira do Peixe, Gilberto revela se orgulhar de nunca ter plantado fumo. “Meu pai plantava, mas eu procuro diversificar minha produção”, comenta.
Na propriedade da família, a produção de mel, ricota, manteiga, carne, leite (para consumo próprio) e outros produtos, garantem a renda da família. “Acredito que o agricultor, de um modo geral, precisa se conscientizar que é possível praticar outras culturas e ter uma rentabilidade tão boa quanto ou melhor do que com o tabaco”, sustenta Müller.
DESPESCA
Na semana passada, com o auxílio da família, Gilberto iniciou a despesca nos açudes, procedimento que segue realizando durante a feira, para garantir que o produto chegue o mais fresco possível na mesa dos clientes.
Luis Fernando Bertuol
Gilberto Müller e o processo de despesca em sua propriedade: garantia de um bom peixe na mesa do consumidor
Conforme ele explica, após a despesca os peixes são transportados em um tanque até o reservatório. De lá são retirados para o abate e a sangria e, em seguida, são eviscerados. Uma limpeza minuciosa é feita com água corrente para eliminar restos de sangue coagulado, o que garante maior durabilidade ao produto. Por fim é feita a filetagem e o processo de congelamento.
Quem for até um dos cinco pontos de vendas vai encontrar uma variedade de pescados limpos e eviscerados. O quilo da carpa capim, é comercializado a R$ 9,50; as carpas húngara, cabeça grande e prateada, a R$ 7,50 o quilo; o filé carpa capim a R$ 18,00 o quilo e a R$ 16,00 o quilo do filé das demais qualidades de carpas. Já o quilo das lascas poderá ser encontrado por R$ 14,00 o quilo.