Dom Canísio Klaus*
No corre-corre do final de ano, quando escolas estão empenhadas em realizar bonitas celebrações de formatura, entidades e empresas organizam confraternizações entre colaboradores e funcionários, e governantes estão limpando as gavetas para deixar o posto para outras pessoas, as famílias e comunidades cristãs se deparam com a necessidade de preparar dignamente a festa do Natal.
Lembramos que, em sua origem, o Natal é uma festa de família. Ele teve seu início numa fria gruta de Belém, onde Maria deu à luz ao seu filho primogênito, a quem José deu o nome de Jesus. Nenhum outro ser humano, a não ser Maria e José, testemunhou o nascimento do Filho de Deus. Logo depois chegaram os pastores e os sábios do Oriente. Eles puderam presenciar a maravilha que Deus estava operando naquela humilde família, que passou para história como a Sagrada Família de Nazaré. E é esta família que se tornou exemplo para todas as famílias cristãs ao longo dos 20 séculos de cristianismo.
Na Assembléia Diocesana de Pastoral que realizamos no mês de novembro, decidimos que a evangelização da família deverá ser uma das prioridades da nossa pastoral nos próximos quatro anos. E isso porque entendemos que as famílias estão passando por um momento difícil de sua existência. Famílias ao estilo da Sagrada Família de Jesus, Maria e José estão sendo cada vez mais raras de serem encontradas. Também é cada vez menor o número de famílias que cultivam os valores cristãos e ensinam os fundamentos da fé aos seus filhos. Por isso, é bonito ver famílias que organizam um presépio ou montam um pinheirinho em suas casas para aguardar o dia do Santo Natal. Melhor ainda, logicamente, se o lugar central for ocupado pelo Menino Jesus e não pelo Papai Noel. Se existe o Papai Noel é para prestar homenagem ao menino que nasceu no abandono de uma gruta nos arredores de Belém.
É oportuno que as famílias falem do Menino Jesus para seus filhos, mostrando-lhes as imagens de Maria e José junto com o Menino, dos pastores e dos magos que vieram do Oriente para adorar o Rei dos Judeus. Os presentes que as pessoas trocam entre si ou que “são trazidos pelo Papai Noel” tem por finalidade dar mais alegria para a noite do Natal. Eles querem reforçar o hino dos anjos: “Glória a Deus nas alturas e paz na terra aos homens por Ele amados”. Os presentes trazem alegria, mas também devem promover a paz entre as pessoas.
Desejo, pois, que as celebrações do Natal tragam paz e alegria a todos os lares. Que nenhuma pessoa fique excluída das comemorações do nascimento de Jesus Cristo. E que o Menino Jesus, nascido em Belém, encontre abrigo e acolhida em cada coração humano e em cada família.
Feliz e abençoado Natal a todos!
*Bispo Diocesano