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Falta centroavante…

O Internacional está precisando urgentemente de um homem de área, um bom centroavante. Leandro Damião está na seleção brasileira jogando a Olimpíada e não tem um substituto no grupo, um camisa 9 de verdade. Maurídes, um garoto, não está pronto.
Forlán quando chegou já deixou bem claro no Jornal do Almoço que não é camisa 9 , que não joga fixo dentro da área e agora já teve que quebrar o galho na posição de Damião.
O Inter deixou sair o Jô, destaque do líder Atlético MG e também o Gilberto que vem fazendo gols no Sport Recife. Agora continua tentando o Rafael Moura do Fluminense, que eu ainda acho que vem, mas assusta a torcida com a possibilidade de trazer Zé Carlos do Criciúma.
Ora, pra quem falava em Nilmar, passou por Rafael Moura, falar em Zé Carlos do Criciúma? Lembram do Luiz Carlos que veio do Ceará em 2008 com a fama de ter feito 12 gols na série B, jogou poucas partidas no Inter e acabou depois de correr ao redor do gramado durante meses, jogando no Brasil de Pelotas? E agora falam do Zé Carlos do Criciúma como solução? Sinto muito, mas faltou cautela ao deixar sair os atacantes,  antes de ter os substitutos. Não é verdade?
 

Sou um cara que vive no meio do futebol, não só trabalhando, mas também nas horas de folga já que jogo minhas peladas sempre que posso. Convivo com ex-jogadores no dia a dia, nos campos e nas conversas depois dos jogos, quase sempre com um bom churrasco.
Por isso cheguei a uma conclusão depois de ter gravado gravado o “Chimarrão do Paulo Brito” para o Jornal do Almoço com Cléo Hickmann e Cacau, dois ex-jogadores que fizeram sucesso na dupla Gre-Nal.
Ambos me disseram, o que muitos – ou  quase todos – já haviam falado: Ênio Andrade era o melhor  de todos. Era o pai de todos os técnicos que hoje estão por aí. Se estivesse vivo, seria o técnico da seleção brasileira e estaria dando aulas para os demais colegas de profissão espalhados pelo Brasil e até pelo mundo.
Cacau me contou que na época em que ele era volante, e Ênio Andrade o técnico, o atacante já sabia onde iria o lançamento assim que ele pegava a bola. O meio-campo fazia um sinal com o dedo e o centroavante já corria para pegá-la nas costas do zagueiro.
 

Todos falam a mesma coisa. A maneira de tratar os jogadores, os velhos coletivos para um conhecer o outro, o que hoje já quase não acontece, as jogadas ensaiadas, o gesto para combinar as jogadas, a malandragem saudável dentro de campo. Tudo era ensinado pelo velho Ênio Andrade.
A gente fica horas ouvindo ex-jogadores falarem sobre a maneira que trabalhava o Ênio Andrade e dá gosto de ouvir. Convivi pouco com o Seu Ênio como era chamado, quando cheguei a Porto Alegre e pela manhã fazia reportagens antes de apresentar o Jornal do Almoço. A maneira de tratar os repórteres já era diferente. Era um sujeito simples, puro, com a malandragem do futebol no corpo, mas não se sentia mais do que ninguém.
É uma unanimidade: Ênio Andrade. Todos falam, todos admiram, todos seguem, todos lembram com prazer. O pai de todos.