Promover a permanência do jovem no campo com qualidade de vida e renda é um dos objetivos da atuação da Emater/RS-Ascar, vinculada à Secretaria Estadual de Desenvolvimento Rural (SDR), junto às famílias assistidas. A temática também está presente no Espaço da Instituição durante a 46ª Expointer, feira que acontece até o próximo domingo, 3, no Parque Assis Brasil, em Esteio.
A parcela tem como objetivo apresentar aos visitantes os trabalhos realizados pela Emater/RS-Ascar na perspectiva da sucessão rural. No local são divulgadas as possibilidades de sucessão a partir dos diferentes temas trabalhados pela Extensão Rural e Social, apresentados por meio de fotografias. A extensionista rural e coordenadora de Assistência Técnica e Extensão Rural e Social (Aters) para juventude rural, Clarisse Emmel Bock, destaca que a primeira ação para estimular a permanência do jovem no campo é ouvir os seus anseios. “O jovem está em busca de novidade, de coisas diferentes. Mas, antes de tudo, ele quer ser ouvido. Então, por meio do nosso trabalho, levamos informações diversas nas atividades que eles têm interesse, mas também trabalhamos muito as relações familiares, a inovação tecnológica, com a questão das mídias sociais que hoje eles estão muito inseridos, e, para além disso, a valorização deles enquanto agricultores e o seu papel na propriedade e no local em que vivem”, comenta.
Entre os fatores que contribuem para que o jovem permaneça no meio rural, Clarice cita a constante melhora na estrutura das Unidades de Produção Familiar e o apoio dos pais. “As propriedades rurais têm estruturas cada vez melhores. Vejo também que os pais estão ouvindo mais os jovens e, quando isso ocorre, e dão a eles a oportunidade de terem algo que seja deles, eles valorizam esse trabalho, e isso é um fator preponderante para eles tomarem a decisão de ficar ou não no meio rural”, ressalta.
Também são divulgados durante a Expointer os cursos oferecidos nos Centros de Treinamento da Emater/RS-Ascar que estão localizados em diferentes regiões do Estado. Entre os cursos ministrados pela Instituição consta o Curso de Empreendedorismo e Desenvolvimento para Juventude Rural. “Esse curso tem de seis a oito módulos, de dois ou três dias cada, com diferentes atividades. O foco do trabalho é sempre levar informações a respeito das atividades do rural, não ensinando uma atividade, mas mostrando as possibilidades que aquela atividade tem de eles se inserirem nela ou de fazer algo relacionado. Além disso, trabalhamos muito as atividades lúdicas e dinâmicas, para que não seja muito maçante para os jovens”, explica Clarice.
Na parcela da Sucessão Rural o visitante também poderá conhecer, por meio de um óculos de realidade virtual, o trabalho desenvolvido por dois jovens rurais assistidos pela Instituição e que tiveram seus projetos produtivos executados depois da participação no Curso de Empreendedorismo e Desenvolvimento para Juventude Rural.
RAÍZES
Um desses cases é a jovem agricultora Stefani Harthmann da Silva, do município de Cristal, e que hoje é uma das expositoras do Pavilhão da Agricultura Familiar na 46ª Expointer. “Em 2019 a mãe começou com o cultivo de morangos. Eu havia passado no vestibular, mas resolvi abrir mão da faculdade e tocar a produção de morangos junto com a minha mãe. Mas, não é porque estamos no meio rural que não precisamos nos capacitar ou especializar em alguma área. Fiz alguns cursos e entre eles o da Emater. Esse curso me abriu para novas possibilidades e em novembro vamos abrir a propriedade para o turismo rural. Além disso, ganhei uma visão maior sobre como administrar a propriedade, contato com várias outras culturas. Nossa propriedade é bem diversificada e aprendemos no curso o que poderíamos melhorar, além do que já tínhamos”, comenta a jovem agricultora.
Quanto questionada sobre o porquê de permanecer no meio rural, Stefani é direta na resposta. “Família. Minha família me fez ficar na propriedade. Estar perto deles foi o que me fez permanecer. A minha meta é ser feliz e ter a minha renda. E isso eu tenho na nossa propriedade”, frisa.